A Crise no Mundo do Trabalho
Esta coletânea de textos de José Maria Carvalho Ferreira obedece a uma lógica interpretativa e explicativa assente em três pressupostos básicos. Em primeiro lugar a vida quotidiana do autor foi atravessada pelas vicissitudes do mundo do trabalho.
Este foi sempre um laboratório de experiências e vivências assentes numa conflitualidade perversa e crítica. Foi esta perceção que catapultou o autor para uma postura comportamental identificada com os pressupostos de uma revolução social no sentido da abolição do trabalho assalariado e do capitalismo.
Finalmente, o autor não pode ser considerado como alguém que se enquadra nos paradigmas científicos ou ideológicos prevalecentes nas sociedades contemporâneas. É evidente que esta postura analítica pode resvalar facilmente para o erro e a especulação, todavia o autor prefere ou tenta fugir dos mecanismos de casualidades e efeitos da civilização judaico-cristã, que só se vivifica separando a vida da morte, o bem do mal, e o amor do ódio.
esta maneira de analisar a crise do mundo do trabalho permitiu que o seu dilema analítico atual seja polarizado à volta da Economia Virtual-versus- Economia Real.
| Editora | Clássica Editora |
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| Editora | Clássica Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Maria Carvalho Ferreira |
Sociólogo e professor catedrático aposentado do ISEG – Universidade Técnica de Lisboa, desde 2013, Universidade de Lisboa. Foi Presidente do SOCIUS (Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações) do ISEG-Ulisboa.
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Sociedade de ConfiançaO presente livro está estruturado em duas partes distintas. A primeira, composta por três capítulos nucleares, incide essencialmente sobre a teoria e a metodologia aplicada ao estudo da confiança nas sociedades contemporâneas e, mais especificamente, em Portugal. A segunda parte, composta por quatro capítulos resulta de quatro projectos de investigação com origens e especificidades distintas sobre o tema da confiança. -
Sustentabilidade, Terceiro Setor e Redes SociaisA dimensão dos problemas analíticos da Sustentabilidade, Terceiro Setor e Redes Sociais é de uma pertinência e atualidade extrema. Todos estes fatores afetam de sobremaneira a vida quotidiana da espécie humana em vários domínios. No plano ecológico, na medida em que equaciona as relações da espécie humana com as espécies animais e vegetais e, por outro lado, no plano relacional, identitário e comunicacional inerente à condição-função da espécie humana podemos inferir das contingências resultantes das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e da crise do mundo trabalho à escala planetária. -
A Desmaterialização da Economia nas Ciências Sociais e HumanasPor mais paradoxal que possamos inferir das contingências negativas dos fenómenos biológicos e sociais decorrentes da atual epidemia gerada pelo Covid-19, é insofismável que a virtualização das relações sociais e os processos de sociabilidade e de socialização são, no momento histórico atual, perpassados pela ignorância e o medo, sendo que, por essa via, estamos em presença de soluções que abrem o caminho de reflexão e de utilidade das ciências sociais e humanas nas sociedades contemporâneas.Num sentido estritamente científico, antes e depois destas contingências negativas que afetam sobremaneira a vida quotidiana normativa da espécie humana à escala global, é crucial olharmos para os objetos de observação e os objetos científicos das ciências sociais e humanas com base em evidências substantivas, cada vez mais, correlacionadas com o mundo virtual da produção, distribuição, troca e consumo de bens imateriais ou analítico-simbólicos. -
Economia Circular e SustentabilidadeNestes tempos históricos de vulnerabilidade existencial da espécie humana e das outras espécies animais e vegetais correlacionadas com destruição da atividade económica modelar, mais do que nunca, importa analisar as múltiplas perversões causadas pela Economia Real Clássica nos domínios da produção, distribuição, troca e consumo de bens e serviços. Em consonância com esse desiderato, facilmente, nos apercebemos o quão o meio ambiente no seu todo e a sociedade em geral são sujeitos a uma série de situações insustentáveis com implicações manifestas em toda a vida quotidiana da espécie humana. Entre os vários desperdícios, contradições e conflitos que a Economia Real Clássica gera de forma cega em relação à transformação e consumo dos “inputs” em “outputs”, a Economia Circular procura inverter e mudar essa realidade, mas, no entanto, na maioria dos casos, limita-se a atenuar e a condicionar a reutilização normativa desses processos, diminuindo o consumo da energia e materiais, reutilizando a produção e o consumo de bens mercantis, ao mesmo tempo que permitem a recuperação e a diminuição da destruição do meio ambiente. -
Contingências da Pandemia Gerada pelo COVID-19 nas Sociedades ContemporâneasDesde tempos imemoriais que a espécie humana viveu e sobreviveu com pandemias provocadas por vírus. Nunca pressentiu tanto as vicissitudes da mediatização do medo, da ignorância e da incerteza como os que foram provocadas pelo Covid-19.O paradoxo desta realidade é tanto mais significativo, na medida em que a ciência pautada pelos dilemas do progresso e da razão sentiu-se impotente para descobrir as causas e os efeitos da infetologia e da virologia que provocaram a doença e a morte em milhões de seres humanos.Por outro lado, cientistas e políticos pouco se preocuparam em investigar a incapacidade imunológica da espécie humana para combater os efeitos perversos do vírus, escamoteando todas as contradições e conflitos prevalecentes na sociedade em termos sociais, económicos, políticos e culturais, assim como das relações de genocídio que a espécie humana mantém com as espécies animais e espécies vegetais.Em contrapartida, o Estado e todos os modelos de sociedade limitaram-se a adotar medidas de confinamento, distanciamento e higienização social e vigilância sanitária. -
Autobiografia de Um GiGANTE Ah! (Não)Zé Maria, embora de baixa estatura, é de facto um gigante. A sua vida é feita de lutas permanentes. Todas elas têm a sua própria história, por sua vez, notável, mas refletem sempre o personagem. Um personagem que desafia barreiras sociais. Ignora obstáculos. Despreza problemas financeiros. Desconhece os meandros institucionais. Diverte-se em ridicularizar as ideologias. Mantém distância dos chamados «antros científicos». Não enaltece saberes especializados, mistura esses saberes. É um analista «transversalista» que se ignora. Trata-se de um rebelde conceitual nato. Um iconoclasta. Alguém difícil de encerrar numa «caixinha analítica». «Quer um laboratório para levantar o mundo.» Alguém que foge às normas. Um guerreiro. Alguém que tem a força da classe social e a determinação das ambições. Nascido na luta, dela e nela vive. Aliás, a luta está nele e com ela forma uma dupla. Deu e continuará a dar, com humildade e simplicidade, uma lição de superação ao mundo. Uma superação múltipla e multidimensional. Uma superação gravada no espaço-tempo (para retomar a sua terminologia).
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.