A Reinvenção do Mar: antologia poética
Pôs-se à autora, em primeira pessoa, à seleção dos seus textos poéticos, constantes em cinco livros - Amanhã a Madrugada, Arquipélago da Paixão, Preces e Súplicas ou Cânticos da Desesperança, De Risos & Lágrimas e Exercícios Poéticos -, de entre sua bibliografia e, a partir desse labor em muito ontológico, levou-a à atenção dos editores para o abono de uma outra seleção, esta mais partilhada e com olhares (na ótica de leitura) de outras margens. o trabalho, que é sempre de parto doloroso e assistido, resulta neste livro-síntese, A Reinvenção do Mar: antologia poética, a celebrar a 10ª obra da autora e os 25 anos da sua primeira publicação.
| Editora | Rosa de Porcelana Editora |
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| Editora | Rosa de Porcelana Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Vera Duarte |
Vera Valentina Benrós de Melo Duarte Lobo de Pina, mais conhecida por Vera Duarte, nasceu no Mindelo em 1952 e integra o grupo de escritores cabo-verdianos com maior ressonância internacional. A sua escrita tem sido reconhecida por críticos de renome, estudada em várias universidades e distinguidas com alguns prémios internacionais, de entre eles o Prémio Tchicaya U Tam’si de Poesia Africana.
A sua vida literária está enraizada ao seu ativismo literário-cultural, iniciado em tertúlias enquanto estudante de Direito em Portugal e em participações no jornal Voz di Povo e na Revista Raízes, em Cabo Verde.
Vera Duarte estreou-se como autora em 1993, com o livro de poesia Amanhã Amadrugada, seguindo-se O arquipélago da paixão (2001), Preces e súplicas ou os cânticos da desesperança (2005), Exercícios poéticos (2010), A candidata (2003), Construindo a utopia (2007), Matriarca: Uma história de Mestiçagens (2017), e Risos e Lágrimas (2018). Em 2019, publica pela Rosa de Porcelana Editora a sua antologia poética A Reinvenção do Mar.
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De Risos & LágrimasConstruir sua morada à sombra de uma mangueira e ao som de uma ribeira de águas cristalinas é o sonho primordial da mulher poeta, escritora e desembargadora que é Vera Duarte e que, após uma carreira profissional extremamente rica e compartilhada com o ativismo social em mais de vinte organizações nacionais e internacionais, agora se dedica quase plenamente à família e à escrita pois são os eternos amores que, entre Risos e Lágrimas, a acompanharão até ao curvar dos dias, até ao extinguir da chama.Tendo já publicado quatro livros de poemas, dois romances, um livro de ensaios e um livro de crónicas, tem sempre entre mãos alguns livros em preparação. Goza de boa fortuna crítica e já ganhou alguns prémios a nível nacional e internacional.É membro da Academia Caboverdiana de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Gloriense de Letras e Patrona dos Colóquios da Lusofonia.Tendo nascido em São Vicente, filha de Santo Antão e São Nicolau e vivendo em Santiago, ela assegura que «é da janela da minha casa que aprendi a olhar para os horizontes infinitos e foi do cais acostável, destino inevitável dos passeios de domingo da minha infância, que um dia parti para o mundo, sem nunca deixar o meu banquinho na avenida marginal plantado». Aceda a parte da obra: http://www.silabo.pt/Conteudos/EFE_4021_PDF.pdf Público alvo:Leitores com interesse na prosa e poesia Cabo-Verdiana. -
Contos Crepusculares - Metamorfoses«Os últimos anos têm sido brutais em ocorrências de feminicídio, pedofilia, misoginia e outros. Escrevo para resistir, denunciar, subverter e sobretudo ajudar a mudar! Confesso que alguns destes contos foram escritos num ápice de revolta e mágoa, desejando ardentemente que os culpados sejam punidos. Bem no estilo de “Crime & Castigo”, mas sempre com um toque do realismo mágico que me fascina. Otaviano Proença transformou-se realmente em cão furioso? Ou a metamorfose só aconteceu na sua mente doentia? Ou foi no sonho de Arlete Oliveira? Nem eu mesma sei...» Vera Duarte -
A Vénus CrioulaA Vénus de Botticelli é aqui uma bela jovem, negra e nua, de rebeldes cabelos soltos, nascendo numa concha-útero, uma figura não silenciosa, como a do quadro, mas dotada de uma voz encantatória, como a das sereias. No entanto, ao contrário destas, não é um ser maléfico, mas uma deusa benfazeja, como Iemanjá: mulher-milagre, cúmplice de todas as mulheres, mãe, filha, irmã, amante, artista, a nova mulher africana, forte e poderosa, nascendo de gerações e gerações de mulheres sofridas, exploradas, emudecidas e martirizadas, não só pelos colonialismos europeus como pelas suas próprias culturas nativas. Encontramos características sem dúvida frequentes nas gentes de Cabo Verde (e não só), que, através de naufrágios, perdas, desespero, infortúnios e mortes, não perdem o dom da humanidade nem o dom do amor e da esperança. -
A Matriarca - Uma Estória de MestiçagensA Matriarca é um romance polifónico que narra a vivência de homens e, sobretudo, de mulheres, numa releitura da origem dos povos, da história de África e, em especial de Cabo Verde, resgatando a mestiçagem ancestral e contemporânea dos cabo-verdianos, a partir de representações sobre a vida social e das práticas culturais. O enredo baseia-se em duas estórias de amor que se entrecruzam: Ester a protagonista e Peter jovem sueco filho de pai cabo-verdiano que vem a Cabo Verde à procura da sua família paterna e Ingrid uma sueca que teve um filho de um cabo-verdiano e com ele se reencontra em Santa Maria, ilha do Sal, trinta anos depois. -
José Mãos Limpas e outros ContosDeixei de acreditar na capacidade dos humanos resolverem duradouramente os problemas das alterações climáticas, das guerras, do racismo, da corrupção e de outros flagelos que afetam a humanidade. Efabulei, então, estórias iluminadas por epifanias que me permitem recriar sociedades de paz, desenvolvimento e bem-estar para todos. Afinal, o mundo acabará sempre por realizar o que sonharam os poetas! Vera Duarte -
Urdindo Palavras no Silêncio dos DiasVera Duarte, a consagrada poeta e ex-Ministra da Educação e Ensino Superior de Cabo Verde, vencedora do Prémio Literário Guerra Junqueiro, oferece-nos neste Urdindo Palavras no Silêncio dos Dias um belo hino à África, que é também a musa inspiradora do livro. A obra divide-se em quatro estações. Na primeira, o confinamento imposto pela pandemia desperta lembranças dolorosas do passado que permanecem assombrando o presente; poemas negreiros relembram Zumbi dos Palmares, Castro Alves, Marcelino Freire, transitando em busca de liberdade. Na segunda estação, os poemas se tornam mais líricos e amorosos, porém ainda cheios de silêncios em busca de voos libertários. A terceira estação traz a palavra andarilha, refletindo o ir e vir dos ilhéus. Na quarta e última estação, o sujeito poético busca encontrar a libertação plena, a ressurreição, esta ventura suprema que é desfrutar a beleza da vida e da arte. Trata-se de um livro que deve ser lido por todos, tanto pelos que ainda acreditam nas possibilidades da vida, como por aqueles que se tornaram céticos e precisam acordar sonhos em seu âmago.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira