Airbnb & Nuvens
A peça é um palimpsesto. Arqueologicamente, a camada mais antiga é muito antiga, composta a partir das ruínas de projectos imaginados nos idos de noventa, inseridos, reconfigurados e rescritos em 2015 na intriga do elevador. Naquele tempo, vivíamos o regime do terror da dívida e estávamos bastante empenhorados. O mote era a fatalidade do empreendedorismo para os pobres e do conluio com o Estado para as empresas com poder de alavanca.
Em 2019, a realidade objectiva das penhoras não melhorara muito, em alguns casos até se agravara (sobretudo em questões de dívidas pequenas no crédito ao consumo), mas não estava já no centro do pesadelo. O centro era uma almofada de nuvens e o airbnb.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro.
O seu primeiro romance, O Pequeno Mundo, ganhou o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus e Olhos Verdes, o Prémio Máxima de Literatura. A obra Contos Outra Vez ganhou o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores. Publicou ainda, na Dom Quixote, os livros infantis A Galinha Que Cantava Ópera (2005), com ilustrações de Pierre Pratt, e Trava-Línguas (2006), com ilustrações de Jorge Nesbitt, A Pirata (2006), romance sobre a aventurosa vida da pirata Mary Read, e o livro Setembro e Outros Contos (2007).
O seu romance Ilusão (ou o que quiserem) (2009) recebeu, em 2010, o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, «pela inovação e ágil registo estilístico», como referiu em acta o júri, e o Prémio de Ficção do PEN Clube, ex-aequo com Dulce Maria Cardoso. Cláudio e Constantino (2014) venceu o Grande Prémio de Literatura dst e Florinhas de Soror Nada, a Vida de Uma Não-Santa (2018), o Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues.
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Trava-LínguasPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para o 1º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada. Trava-línguas (ou destrava-línguas, como também se lhes chama) são pequenos textos, em prosa ou em verso, que jogam sobretudo com os sons das palavras e que se distinguem por serem normalmente difíceis de dizer. Se forem ditos muito depressa, é quase impossível pronunciá-los sem tropeçar. Alguns dos trava-línguas tradicionais não têm outro significado senão o da dificuldade da articulação ou da repetição da mesma letra. Neste livro procurou- se, criando textos novos ou adaptando textos antigos da nossa literatura tradicional, que todos eles contassem uma história simples. Exercício de ouvido e de comunicação, a leitura de trava-línguas é um desafio divertido e educativo para todas as idades. -
Setembro E Outros ContosEm Setembro e Outros Contos Luísa Costa Gomes reúne alguns contos inéditos e outros publicados ao longo dos últimos anos. O livro está dividido em duas partes, sendo a primeira constituída por um conjunto de oito contos mais recentes de atmosfera e temática semelhantes, em torno da escrita e da sua possibilidade, da memória e dos seus fantasmas. A segunda parte do livro reúne textos mais curtos e de cariz mais humorístico. Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa. Licenciada em Filosofia, foi professora do Ens. Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro e libretos de ópera. O seu primeiro romance, O Pequeno Mundo, ganhou o Prémio Dom Dinis da Casa de Mateus e Olhos Verdes, o Prémio Máxima de Literatura. A obra Contos Outra Vez ganhou o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores. Publicou ainda, na Dom Quixote, os livros infantis A Galinha Que Cantava Ópera (2005), com ilustrações de Pierre Pratt, e Trava-Línguas (2006), com ilustrações de Jorge Nesbitt, o romance A Pirata (2006), sobre a aventurosa vida da pirata Mary Read, e o livro Setembro e Outros Contos (2007). O seu romance Ilusão (ou o que quiserem) (2009) recebeu, em 2010, o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, «pela inovação e ágil registo estilístico», como referiu em acta o júri, e o Prémio de Ficção do PEN Clube. -
A Galinha Que Cantava ÓperaNeste livro são apresentadas várias pequeninas histórias em verso, escritas por Luísa Costa Gomes. Animais que falam, brincam, cantam e... muito mais, que só ficarão a saber se lerem o livro até ao fim. Estas páginas estão recheadas de ilustrações de Pierre Pratt, feitas com a mestria e humor que lhe são próprias. Boa leitura! Esperamos que se divirtam com A Galinha Que Cantava Ópera e outras histórias de animais! -
Treze Contos de Sobressalto13 Contos de Sobressalto, publicado originalmente em 1982, foi a primeira obra de Luísa Costa Gomes, tendo, no entanto, qualificado imediatamente a escritora lisboeta como um dos nomes mais promissores da sua geração. Autora de contos, romances e teatro, a sua obra possui uma linguagem própria e imaginários inquietantes e invulgares. Em 13 Contos de Sobressalto é impossível não sentir uma relação próxima com os personagens que povoam este livro, quer eles sejam totais desconhecidos como o Júlio de Fenomenologia dum espírito, ou a referência a figuras como Marylin Monroe ou Frankenstein. Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa. Licenciada em Filosofia, foi professora do Ens. Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro e libretos de ópera. O seu primeiro romance, O Pequeno Mundo, ganhou o Prémio Dom Dinis da Casa de Mateus e Olhos Verdes, o Prémio Máxima de Literatura. A obra Contos Outra Vez ganhou o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores. Publicou ainda, na Dom Quixote, os livros infantis A Galinha Que Cantava Ópera (2005), com ilustrações de Pierre Pratt, e Trava-Línguas (2006), com ilustrações de Jorge Nesbitt, o romance A Pirata (2006), sobre a aventurosa vida da pirata Mary Read, e o livro Setembro e Outros Contos (2007). O seu romance Ilusão (ou o que quiserem) (2009) recebeu, em 2010, o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, «pela inovação e ágil registo estilístico», como referiu em acta o júri, e o Prémio de Ficção do PEN Clube. -
Cláudio e ConstantinoCláudio e Constantino é uma novela rústica em paradoxos* - tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da História da Filosofia. Dito assim, parece um romance filosófico, mas não… É sobretudo uma ficção que propõe um universo utópico, afectuoso e leve onde dois irmãos se deparam a cada momento com as grandes e pequenas questões que o conhecimento do mundo permanentemente lhes coloca. *Paradoxo: Contradição ou conceito que desafia a lógica, pelo menos aparentemente. -
Casas Nobres FamalicensesNão podemos permitir buracos negros na história do município de Vila Nova de Famalicão. Não conhecíamos, na grandíssima maioria dos casos, a história destes prédios centenários, espalhados por todas as zonas do concelho. O Dr. João Afonso Machado conseguiu, ele lá saberá como, tornar todo este conhecimento acessível. O seu trabalho é uma chave notável que permitirá a todos os interessados, desenvolverem qualquer trabalho sobre cada um destes edifícios.António Joaquim Pinto da Silva -
Afastar-Se (Treze Contos sobre Água)«Fui coleccionando ao longo de mais de cinco anos contos que de uma maneira ou de outra metem água. Ela está sempre presente, doce, clorada, salgada, mais larga ou mais discreta, no oceano aberto onde se experimenta o abandono e a sobrevivência, no duche redentor que muda em narrativa irónica uma experiência de quase morte, na saliva que prepara a cinza, na piscina adorada que é meio de transmutação alquímica. Será esta colecção, talvez, em arco abrangente, uma reconciliação pela água: um livro termal, se quiserdes. Em muitos destes contos se reivindica o primado da experiência vivida, seja ela de jibóias!, na elaboração formal que lhe faz a vénia. Na vida da água que nos faz sonhar (só de olhar) reconhecemos a nossa própria sobrevida. Mas o lapidar é o lapidar e o que se escreve na água…»
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.