As Vespas
Aristófanes é o mais célebre comediógrafo da Grécia Antiga e o único de quem chegaram até nós peças completas. Impiedosas na sátira pessoal, irreverentes para os mais altos magistrados e para os próprios deuses, licenciosas até roçar por vezes a obscenidade, as comédias de Aristófanes mostram até que ponto chegaram os privilégios dos comediógrafos naquele tempo.
As Vespas é uma crítica implacável à maneira como funcionavam os tribunais e se administrava a justiça entre os atenienses. O autor ridiculariza a mania da discussão e da chicana judicial, tão própria dos seus concidadãos, habituados à dialéctica subtil de filósofos e oradores. E denuncia ao mesmo tempo, de forma cáustica, os abusos resultantes da irresponsabilidade, arbitrariedade e corrupção dos juízes e da cupidez dos delatores.
Decorridos tantos séculos, o leitor não deixará de reconhecer, para além do seu alto valor literário, a actualidade, em muitos dos seus aspectos, desta comédia de Aristófanes que versa, no fundo, um tema universal: da administração da justiça.
Além de um prefácio à vida e obra do autor, acompanha esta edição de As Vespas uma introdução à comédia grega em geral.
| Editora | Inquérito |
|---|---|
| Coleção | Clássicos Inquérito |
| Categorias | |
| Editora | Inquérito |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Aristófanes |
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As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
As AvesA comédia é um dos tipos mais fascinantes do teatro grego e uma arma para a crítica política e social. Através dela, os poetas castigaram, rindo, os aspectos mais condenáveis da sociedade ateniense, dos seus chefes e até dos seus deuses. Aristófanes sabia não só fazer rir mas também, com o seu lirismo, dar aos que o ouviam o sentido da riqueza infinita da vida humana. Daí que As Aves verdadeira imagem no espelho de uma Atenas submersa em conflitos de interesses, angústias quanto ao futuro e presa dos actos de oportunistas se tenha inscrito entre as grandes obras do teatro universal. -
As RãsA comédia As Rãs constitui talvez a mais alta prova do génio de Aristófanes, que nela tem, simultaneamente, a sua última e grande manifestação. E o público que em 405 a. C. atribui o primeiro prémio à peça e a quis ver de novo representada, merece também a nossa simpatia. Não ignoramos, com efeito, que esse público era verdadeiramente popular e que nele estavam representadas todas as camadas sociais. -
Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Comédias IINeste volume incluem-se, em função da cronologia da sua composição, quatro comédias que correspondem a diferentes momentos da produção de Aristófanes. Vespas (422 a. C.) e Paz (421 a. C.), como que encerram um período particularmente vocacionado para a sátira da governação e dos políticos, que tomou como alvo central Cléon, o demagogo mais destacado no momento. Com a sua morte, e com a negociação do período de paz que ela possibilitou, Aristófanes viu, por um tempo, esgotadas as suas principais fontes de inspiração. Aves (414 a. C.) e Lisístrata (411 a. C.) distanciam-se das duas peças anteriores por um período de anos que trouxe a Atenas acontecimentos particularmente gravosos no processo de se impor como cabeça de um império helénico. Com o desfecho da campanha contra a Sicília (415-413 a. C.) uma tremenda aventura de guerra, animada de grandes objectivos, sujeita a tremendos riscos e coroada com os piores resultados , o poeta voltou-se para a expressão do desencanto dos cidadãos com a crise social que se instalou; com Aves retratou o exílio daqueles que se sentiam tentados à fuga apenas para exportarem para outro universo, como verdadeiros atenienses, os defeitos da sua cidade; e com Lisístrata colocou, à frente da cidade, «as virtudes» femininas numa campanha persistente em nome de uma paz pan-helénica. -
Comédias IIINeste volume estão reunidas as quatro últimas peças que conservamos de Aristófanes. Na sua trajetória de homem de teatro, elas representam a plenitude e logo alguma epauperação e decadência. Depois de Tesmofórias, uma peça que tem tudo para cativar o aplauso de um público alargado, Rãs foi, sem dúvida, o coroar de uma carreira ativa e bem sucedida. Focou-se no balanço de dois géneros vitais no teatro, a comédia e a tragédia, num momento em que a própria cidade de Atenas se encontrava à beira do colapso, político, económico e social, e em que a morte recente dos melhores dos seus talentos — Eurípides e Sófocles — fazia ouvir sons de rebate. O que se seguiu foi a decadência, da pujança da cidade e, com ela, do teatro. Foi nesse outro contexto de ponderação sobre o que teria falhado num grande projeto civilizacional que o género cómico apostou nas primeiras décadas do séc. IV a. C. Mulheres na Assembleia e Dinheiro ecoam uma preocupação que mobilizava também as atenções de filósofos e intelectuais em geral. Não sem que este outro modelo que as duas últimas peças conservadas de Aristófanes testemunham dispusesse de outro mérito: o de documentar uma nova fase da comédia — de transição — em relação a um modelo que se lhe seguiria — da Comédia Nova —, contribuindo para uma cadeia coesa e ininterrupta na transmissão de um género de um enorme sucesso no Mundo Antigo. -
Comédias I«Era jovem ainda, mas atrevido e determinado, aquele Aristófanes que, depois de duas peças de estrela - hoje, infelizmente, perdidas -, nos legou Acarnenses, Cavaleiros e Nuvens, compostas com uma regularidade anual, entre 425-423 a. C.Da cidade que em sua volta fervilhava, visou a administração pública e suas instituições, bem como aqueles que faziam da demagogia uma prioridade. Atacou-os com uma violência à medida do primeiro dos seus propósitos: o de educar cidadãos. Mas ao conselho, o poeta associava também o talento, fazendo de Nuvens uma caricatura dos intelectuais do momento e o mais ousado dos seus ensaios reformistas, na busca de uma arte remoçada. Perdeu a aposta, por, um ímpeto de juventude, ter dado um salto excessivo. Mas a posteridade depôs, sobre a cabeça do poeta, a coroa de uma vitória que os contemporâneos não lhe souberam atribuir.». In Editorial
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Vemo-nos em AgostoTodos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. Estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano.Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsa e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para o interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.Escrito no estilo inconfundível e fascinante de García Márquez, Vemo-nos em Agosto é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino. Um presente inesperado de um dos melhores escritores que o mundo já conheceu. A tradução é de J. Teixeira de Aguilar. -
Deus na EscuridãoEste livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus. -
O ColecionadorNo mais recente e trepidante thriller de Daniel Silva, autor n.º 1 da lista dos mais vendidos do The New York Times, Gabriel Allon embarca na busca de um quadro roubado de Vermeer e descobre uma conspiração que poderia levar o mundo à beira do Armagedão nuclear.Na manhã seguinte à gala anual da Venice Preservation Society, Gabriel Allon, restaurador de quadros e espião lendário, entra no seu bar preferido da ilha de Murano e aí encontra o general Cesare Ferrari, comandante da Brigada de Arte, que aguarda, ansioso, a sua chegada. Os carabinieri tinham feito uma descoberta assombrosa na villa amalfitana de um magnata sul-africano morto em circunstâncias suspeitas: uma câmara acouraçada secreta que continha uma moldura e um esticador vazios cujas dimensões coincidiam com as do quadro desaparecido mais valioso do mundo. O general Ferrari pede a Gabriel para encontrar discretamente a obra-prima antes que o seu rasto se volte a perder. - Esse não é o vosso trabalho?- Encontrar quadros roubados? Teoricamente, sim. Mas o Gabriel é muito melhor a fazê-lo do que nós.O quadro em questão é O concerto de Johannes Vermeer, uma das treze obras roubadas do Museu Isabella Stewart Gardner de Boston, em 1990. Com a ajuda de uma aliada inesperada, uma bela hacker e ladra profissional dinamarquesa, Gabriel não demora a descobrir que o roubo do quadro faz parte de uma tramoia ilegal de milhares de milhões de dólares na qual está implicado um indivíduo cujo nome de código é «o colecionador», um executivo da indústria energética estreitamente vinculado às altas esferas do poder na Rússia. O quadro desaparecido é o eixo de um complô que, caso seja bem-sucedido, poderia submeter o mundo a um conflito de proporções apocalípticas. Para o desmantelar, Gabriel terá de perpetrar um golpe de extrema audácia enquanto milhões de vidas estão presas por um fio. -
O EscritórioDawn Schiff é uma mulher estranha. Pelo menos, é o que toda a gente pensa na Vixed, a empresa de suplementos nutricionais onde trabalha como contabilista. Dawn nunca diz a coisa certa. Não tem amigos. E senta-se todos os dias à secretária, para trabalhar, precisamente às 8h45 da manhã.Talvez seja por isso que, certa manhã, quando Dawn não aparece para trabalhar, a sua colega Natalie Farrell – bonita, popular e a melhor vendedora da empresa há cinco anos consecutivos – se surpreenda. E mais ainda quando o telefone de Dawn toca e alguém do outro lado da linha diz apenas «Socorro».Aquele telefonema alterou tudo… afinal, nada liga tanto duas pessoas como partilhar um segredo. E agora Natalie está irrevogavelmente ligada a Dawn e vê-se envolvida num jogo do gato e do rato. Parece que Dawn não era simplesmente uma pessoa estranha, antissocial e desajeitada, mas estava a ser perseguida por alguém próximo.À medida que o mistério se adensa, Natalie não consegue deixar de se questionar: afinal, quem é a verdadeira vítima? Mas uma coisa é clara: alguém odiava Dawn Schiff. O suficiente para a matar.«NÃO COMECE UM LIVRO DE FREIDA McFADDEN A ALTAS HORAS DA NOITE.NÃO O VAI CONSEGUIR LARGAR!» AMAZON«O ESCRITÓRIO É UM THRILLER TENSO E VICIANTE DA AUTORA MAIS ADORADA DO MOMENTO.» GOODREADS -
Os Meus Dias na Livraria MorisakiEsta é uma história em que a magia dos livros, a paixão pelas coisas simples e belas e a elegância japonesa se unem para nos tocar a alma e o coração.Estamos em Jimbocho, o bairro das livrarias de Tóquio, um paraíso para leitores. Aqui, o tempo não se mede da mesma maneira e a tranquilidade contrasta com o bulício do metro, ali ao lado, e com os desmesurados prédios modernos que traçam linhas retas no céu.Mas há quem não conheça este bairro. Takako, uma rapariga de 25 anos, com uma existência um pouco cinzenta, sabe onde fica, mas raramente vem aqui. Porém, é em Jimbocho que fica a livraria Morisaki, que está na família há três gerações: um espaço pequenino, num antigo prédio de madeira. Estamos assim apresentados ao reino de Satoru, o excêntrico tio de Takako. Satoru é o oposto de Takako, que, desde que o rapaz por quem estava apaixonada lhe disse que iria casar com outra pessoa, não sai de casa.É então que o tio lhe oferece o primeiro andar da Morisaki para morar. Takako, que lê tão pouco, vê-se de repente a viver entre periclitantes pilhas de livros, a ter de falar com clientes que lhe fazem perguntas insólitas. Entre conversas cada vez mais apaixonadas sobre literatura, um encontro num café com um rapaz tão estranho quanto tímido e inesperadas revelações sobre a história de amor de Satoru, aos poucos, Takako descobre uma forma de falar e de estar com os outros que começa nos livros para chegar ao coração. Uma forma de viver mais pura, autêntica e profundamente íntima, que deixa para trás os medos do confronto e da desilusão. -
ManiacMANIAC é uma obra de ficção baseada em factos reais que tem como protagonista John von Neumann, matemático húngaro nacionalizado norte-americano que lançou as bases da computação. Von Neumann esteve ligado ao Projeto Manhattan e foi considerado um dos investigadores mais brilhantes do século XX, capaz de antecipar muitas das perguntas fundamentais do século XXI. MANIAC pode ser lido como um relato dos mitos fundadores da tecnologia moderna, mas escrito com o ritmo de um thriller. Labatut é um escritor para quem “a literatura é um trabalho do espírito e não do cérebro”. Por isso, em MANIAC convergem a irracionalidade do misticismo e a racionalidade própria da ciência -
Uma Noite na Livraria Morisaki - Os meus Dias na Livraria Morisaki 2Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar. -
Uma Brancura LuminosaUm homem conduz sem destino. Ao acaso, vira à direita e à esquerda até que chega ao final da estrada na orla da floresta e o seu carro fica atolado. Pouco depois começa a escurecer e a nevar. O homem sai do carro e, em vez de ir à procura de alguém que o ajude, aventura-se insensatamente na floresta escura, debaixo de um céu negro e sem estrelas. Perde-se, quase morre de frio e de cansaço, envolto numa impenetrável escuridão. É então que surge, de repente, uma luz.Uma Brancura Luminosa é a mais recente obra de ficção de Jon Fosse, Prémio Nobel de Literatura de 2023. Uma história breve, estranhamente sublime e bela, sobre a existência, a memória e o divino, escrita numa forma literária única capaz de assombrar e comover.Tradução do norueguês de Liliete Martins.Os elogios da crítica:«Uma introdução perfeita à obra de Jon Fosse.» The Telegraph«Inquietante e lírico, este pequeno livro é uma introdução adequadamente enigmática à obra de Fosse e um bom ponto de partida para se enfrentar os seus romances mais vastos e experimentais.» Financial Times - Livro do Ano 2023«Uma Brancura Luminosa é, muito simplesmente, grande literatura.» Dagbladet