As Aves
Edições 70
2006
17,50 €
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A comédia é um dos tipos mais fascinantes do teatro grego e uma arma para a crítica política e social. Através dela, os poetas castigaram, rindo, os aspectos mais condenáveis da sociedade ateniense, dos seus chefes e até dos seus deuses.
Aristófanes sabia não só fazer rir mas também, com o seu lirismo, dar aos que o ouviam o sentido da riqueza infinita da vida humana. Daí que As Aves verdadeira imagem no espelho de uma Atenas submersa em conflitos de interesses, angústias quanto ao futuro e presa dos actos de oportunistas se tenha inscrito entre as grandes obras do teatro universal.
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | Clássicos Gregos e Latinos |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Aristófanes |
Aristófanes
ARISTÓFANES, autor cómico ateniense (445-386 a.C.), foi o mais representativo da comédia antiga. Das suas peças, as onze que chegaram até aos nossos dias constituem variações satíricas sobre temas de grande actualidade.
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As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
As RãsA comédia As Rãs constitui talvez a mais alta prova do génio de Aristófanes, que nela tem, simultaneamente, a sua última e grande manifestação. E o público que em 405 a. C. atribui o primeiro prémio à peça e a quis ver de novo representada, merece também a nossa simpatia. Não ignoramos, com efeito, que esse público era verdadeiramente popular e que nele estavam representadas todas as camadas sociais. -
Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Comédias IINeste volume incluem-se, em função da cronologia da sua composição, quatro comédias que correspondem a diferentes momentos da produção de Aristófanes. Vespas (422 a. C.) e Paz (421 a. C.), como que encerram um período particularmente vocacionado para a sátira da governação e dos políticos, que tomou como alvo central Cléon, o demagogo mais destacado no momento. Com a sua morte, e com a negociação do período de paz que ela possibilitou, Aristófanes viu, por um tempo, esgotadas as suas principais fontes de inspiração. Aves (414 a. C.) e Lisístrata (411 a. C.) distanciam-se das duas peças anteriores por um período de anos que trouxe a Atenas acontecimentos particularmente gravosos no processo de se impor como cabeça de um império helénico. Com o desfecho da campanha contra a Sicília (415-413 a. C.) uma tremenda aventura de guerra, animada de grandes objectivos, sujeita a tremendos riscos e coroada com os piores resultados , o poeta voltou-se para a expressão do desencanto dos cidadãos com a crise social que se instalou; com Aves retratou o exílio daqueles que se sentiam tentados à fuga apenas para exportarem para outro universo, como verdadeiros atenienses, os defeitos da sua cidade; e com Lisístrata colocou, à frente da cidade, «as virtudes» femininas numa campanha persistente em nome de uma paz pan-helénica. -
Comédias IIINeste volume estão reunidas as quatro últimas peças que conservamos de Aristófanes. Na sua trajetória de homem de teatro, elas representam a plenitude e logo alguma epauperação e decadência. Depois de Tesmofórias, uma peça que tem tudo para cativar o aplauso de um público alargado, Rãs foi, sem dúvida, o coroar de uma carreira ativa e bem sucedida. Focou-se no balanço de dois géneros vitais no teatro, a comédia e a tragédia, num momento em que a própria cidade de Atenas se encontrava à beira do colapso, político, económico e social, e em que a morte recente dos melhores dos seus talentos — Eurípides e Sófocles — fazia ouvir sons de rebate. O que se seguiu foi a decadência, da pujança da cidade e, com ela, do teatro. Foi nesse outro contexto de ponderação sobre o que teria falhado num grande projeto civilizacional que o género cómico apostou nas primeiras décadas do séc. IV a. C. Mulheres na Assembleia e Dinheiro ecoam uma preocupação que mobilizava também as atenções de filósofos e intelectuais em geral. Não sem que este outro modelo que as duas últimas peças conservadas de Aristófanes testemunham dispusesse de outro mérito: o de documentar uma nova fase da comédia — de transição — em relação a um modelo que se lhe seguiria — da Comédia Nova —, contribuindo para uma cadeia coesa e ininterrupta na transmissão de um género de um enorme sucesso no Mundo Antigo. -
Comédias I«Era jovem ainda, mas atrevido e determinado, aquele Aristófanes que, depois de duas peças de estrela - hoje, infelizmente, perdidas -, nos legou Acarnenses, Cavaleiros e Nuvens, compostas com uma regularidade anual, entre 425-423 a. C.Da cidade que em sua volta fervilhava, visou a administração pública e suas instituições, bem como aqueles que faziam da demagogia uma prioridade. Atacou-os com uma violência à medida do primeiro dos seus propósitos: o de educar cidadãos. Mas ao conselho, o poeta associava também o talento, fazendo de Nuvens uma caricatura dos intelectuais do momento e o mais ousado dos seus ensaios reformistas, na busca de uma arte remoçada. Perdeu a aposta, por, um ímpeto de juventude, ter dado um salto excessivo. Mas a posteridade depôs, sobre a cabeça do poeta, a coroa de uma vitória que os contemporâneos não lhe souberam atribuir.». In Editorial -
As VespasAristófanes é o mais célebre comediógrafo da Grécia Antiga e o único de quem chegaram até nós peças completas. Impiedosas na sátira pessoal, irreverentes para os mais altos magistrados e para os próprios deuses, licenciosas até roçar por vezes a obscenidade, as comédias de Aristófanes mostram até que ponto chegaram os privilégios dos comediógrafos naquele tempo.As Vespas é uma crítica implacável à maneira como funcionavam os tribunais e se administrava a justiça entre os atenienses. O autor ridiculariza a mania da discussão e da chicana judicial, tão própria dos seus concidadãos, habituados à dialéctica subtil de filósofos e oradores. E denuncia ao mesmo tempo, de forma cáustica, os abusos resultantes da irresponsabilidade, arbitrariedade e corrupção dos juízes e da cupidez dos delatores.Decorridos tantos séculos, o leitor não deixará de reconhecer, para além do seu alto valor literário, a actualidade, em muitos dos seus aspectos, desta comédia de Aristófanes que versa, no fundo, um tema universal: da administração da justiça.Além de um prefácio à vida e obra do autor, acompanha esta edição de As Vespas uma introdução à comédia grega em geral.
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
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A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.