Cansaço, Tédio, Desassossego
Relógio d' Água
2013
12,50 €
Envio previsto até
Porque é que Fernando Pessoa faz morrer Caeiro e mais nenhum heterónimo? Ou: como caracterizar o corpo de Caeiro a que o poeta neo-pagão se refere constantemente? Mas inúmeras outras perguntas pedem resposta: porque é que Álvaro de Campos interfere na relação amorosa de Fernando Pessoa e de Ofélia (quando nenhuma relação desse tipo se vislumbra na obra do engenheiro naval)? Porque é que o patrão Vasques se destaca no deserto da paisagem humana do Livro do Desassossego? ( )
| Editora | Relógio d' Água |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Gil |
José Gil
José Gil nasceu em Moçambique e doutorou-se em Filosofia na Universidade de Paris (1982), com um estudo sobre «O Corpo como Campo de Poder», sob orientação de François Châtelet.
Colabora com revistas portuguesas e estrangeiras de várias áreas e é autor de algumas entradas na enciclopédia Einaudi.
Foi Directeur de Programme do Collège International de Philosophie de Paris.
Algumas das suas obras estão publicadas no Brasil e traduzidas em Espanha, França, Itália e nos EUA.
Livros dos mesmos Autores
Ver Todos
-
A Imagem Nua e as Pequenas Percepções«A percepção estética não constitui, no entanto, a preocupação única do presente trabalho. Se ela atravessa os capítulos sobre Duchamp, Malevitch e Beuys, e sobre a estética de Kant, o objectivo maior é a abertura e a exploração de um domínio afim ao da percepção artística: o das pequenas impressões, sensações ínfimas, imperceptíveis que acompanham necessariamente a apreensão de uma forma pictural ou musical. O estudo desse campo revelou imediatamente outros fenómenos, transformando a perspectiva fenomenológica clássica da experiência estética, da atitude estética ou da percepção da obra de arte.» -
«Sem Título» - Escritos sobre Arte e Artistas«O livro está dividido em três partes: numa primeira, tratam-se questões relativas ao retrato. Numa segunda levantam-se problemas de arte moderna, do pós-modernismo dos anos 80, de algumas incógnitas sobre a imagem contemporânea. A esses textos juntaram-se apontamentos sobre três pintores estrangeiros: Mondrian, Warhol, Rothko. A terceira parte colige apresentações de pintores e escultores portugueses. Como são textos produzidos na ocasião de uma exposição, referem-se em parte ao momento ou "fase" que o artista atravessava; e em parte, também, à sua obra em geral. Enfim, uma palavra sobre o título. "Sem Título" pareceu-me caracterizar bem a substância do livro: tal como um quadro cujo título é "Sem Título", interpela-se aqui, como foi dito, a relação da imagem com a escrita. Por outro lado, "Sem Título" é um tipo de título próprio da arte moderna;» Da Nota prévia -
Portugal, Hoje - O Medo de ExistirEsta nova edição acrescenta ao texto de Portugal, Hoje O Medo de Existir um comentário em que José Gil analisa a evolução recente do país e as críticas que o seu livro recebeu. Seguem-se algumas das principais entrevistas que o autor deu a propósito de Portugal, Hoje. «Pensador difícil e denso, altamente criativo, capaz de inventar conceitos próprios, José Gil, com Portugal, Hoje adquire uma notoriedade assinalável.» Eduardo Prado Coelho, Público, Fevereiro de 2005 «Na análise de José Gil, Portugal é uma sociedade normalizada, onde o horizonte dos possíveis é extremamente pobre e onde a prática democrática encontra resistências ao aprofundamento.» António Guerreiro, Expresso, Dezembro de 2004 -
O Imperceptível Devir da Imanência«A que tipo de experiência remete a experiência do diferente em si, do insensível para além do sensível? A experiência tem que vir de um campo em que se dá o diferente em si. Como definir esse campo? Não pode ser o campo da experiência empírica porque nesse se dá o sensível. Trata-se de determinar como pensar, ou o que de direito deve ser pensado. Ou melhor: é preciso determinar as condições de possibilidade do pensamento do concreto singular, do diferente em si.Trata-se, pois, de um campo transcendental. A crítica da noção kantiana de "transcendental" copiado do empírico leva Deleuze a definir o campo transcendental de maneira totalmente diferente: ele estabelece as condições não da experiência possível, mas da experiência real. 0 que é a experiência real? É a experimentação: a experimentação artística aproxima-se talvez dessa ideia. Em todo o caso, assim surge um primeiro grande traço da filosofia deleuzi-ana: é uma filosofia transcendental, mas que vai buscar ao empírico o empírico da experimentação, para além do empírico que tradicionalmente define a experiência sensível os requisitos para a determinação do seu campo transcendental. Por isso Deleuze chamou à sua filosofia um "empirismo transcendental".» Da Introdução -
O Devir-Eu de Fernando Pessoa«A poesia de Pessoa contém uma característica intrigante, de que se fala muito e que se interroga pouco: o seu poder de captura. Entrar em Pessoa é um perigo: eventualmente não mais de lá se sai. Conheço pessoanos que dedicaram a vida inteira ao estudo da sua obra, e nutrem por ela, depois de décadas de convivência íntima e constante, amor e ódio, exasperação, paixão, sufoco, admiração sem fim, e novamente claustrofobia, hostilidade. Nesta gama de mixed feelings, há de tudo: pessoanos que o tratam por tu, como se estivesse vivo e presente em carne e osso, outros que imaginam cenas eróticas com Ofélia como se descrevessem cenas reais, etc., etc. Entraram tão profundamente em Pessoa que se tornaram Pessoa julgam eles, e têm razão, porque, em parte o Pessoa deles é aquele em que ele os tornou.» -
A Arte Como LinguagemJosé Gil transformou a sua «última lição», dada no anfiteatro da Universidade Nova em 10 de Março de 2010, no «prolongamento» de um dos seus seminários, dele fazendo um começo. «O problema que quero levantar é o da formação da linguagem artística, é um problema que interessa a muita gente, que interessa à comunidade artística em geral. Importa à estética, ao pensamento da arte também, e até aos críticos de arte se por arte se entende qualquer movimento artístico, por exemplo, a arte contemporânea. Se há uma linguagem na arte contemporânea ou não, ou se há várias, é um problema pertinente. Começarei por dizer que existe uma ideia, para os que reflectiram sobre a expressão linguagem artística, uma ideia que é praticamente estabelecida e aceite, que linguagem artística é uma metáfora de linguagem verbal. É uma expressão metafórica, sobretudo porque não há possibilidade de construir a dupla articulação da linguagem. Não há possibilidade de fazer da linguagem artística uma metalinguagem, uma linguagem que fale de si própria e que fale das outras linguagens, só há uma metalinguagem, que é a linguagem verbal, que fala de todas.» -
PulsaçõesDaí, em pano de fundo, nestes tempos de crise, a questão: porque é que os portugueses se resignam? Porque é que não se revoltam? Porque é que admitem tanta prepotência medíocre dos que os humilham, esmagam, lhes retiram, dia após dia, as energias tão fundamentais para o país? Mais concretamente: que mecanismos impedem os portugueses de se exprimir em democracia, permitindo ao mesmo tempo a proliferação da asneira governativa? -
Poderes da Pintura« (…) Porque não existe um espaço pictural plano, porque a pintura projecta imediatamente as linhas e figuras no ar, para cá e para lá da tela — uma cor cria logo um volume que sai do fundo branco —, Ângelo (de Sousa) foi levado a construir um plano flutuante, próprio do desenho, que foge à superfície bidimensional.» -
Ritmos e VisõesO que é uma visão? O que a distingue da percepção e da imagem comum? Essencialmente, o facto de não só dar a ver um espaço e um tempo não presentes com a fulgurância e a presença do presente, mas de vir desse espaço, de lhe pertencer e de ver ela própria, encerrando em si o saber do todo que aparenta. A visão vê, por isso pode ser profética ou anamnésica. É o ritmo, a pulsação e a aceleração que transformam as imagens em visões.Capaz de revelar uma visão no trajecto de uma folha no ar ou um sonho na mínima percepção de qualquer coisa, o Livro do Desassossego é o grande tratado das visões do século XX; a poesia heteronímica nasce do funcionamento de máquinas rítmicas que produzem certas visões; e os escritos nacionalistas, proféticos e esotéricos, constroem, interpretam e projectam visões poderosas.
Top Vendas da categoria
Ver Todos
-
A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.
