À data da publicação da primeira edição desta obra, os Caretos de Podence ainda não haviam sido oficialmente reconhecidos como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, o que viria a acontecer em dezembro de 2019. Tratando-se de uma dissertação de mestrado, a obra é agora publicada em segunda edição, no seu texto original, e entendemos que o seu conteúdo permanece um contributo tão ou mais valioso para o entendimento do “Entrudo Chocalheiro” no contexto que se propõe explorar, explícito no subtítulo da obra.

Além de se afirmar como um estudo pertinente, este trabalho cumpre, também, um papel importante na divulgação desta tradição transmontana, que a UNESCO considerou desempenhar “um papel fundamental para garantir a viabilidade contínua do Carnaval”.

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"E porque a “patrimonialização” das tradições resulta também e impulsiona ao mesmo tempo, uma atração do exterior por esse interior – que é a aldeia e que mutuamente representa determinados aspetos de uma certa cultura tradicional do país – o Luís explica-nos que fenómeno é este dos Caretos de Podence, que foram e vão e estão em todo o lado, e que atraem tanta gente no Carnaval ao nordeste transmontano. Que turismo é este? Como se gerou e como se gere? Que pistas nos deixa, para pensar o que vem a seguir na possível história dos Caretos de Podence? Também não é tarefa fácil escrever sobre um tema que é talvez dos temas mais estudados da etnografia portuguesa e hoje também muito explorado pela reportagem jornalística – oferecendo-se ao leitor uma série de publicações de âmbito muito variado. No entanto, a edição e a leitura deste livro, é marcante, também, porque pela primeira vez a história dos caretos de Podence nos é contada na primeira pessoa – um corajoso exercício de autorreflexão que vemos o autor fazer do início ao ponto final deste texto."

Patrícia Cordeiro, socióloga e responsável pela inscrição do Carnaval de Podence no Matriz-PCI (Património Cultural Imaterial)

- excerto do prefácio –