Marcelo Caetano - Tempos de Transição
O presente livro recolhe os depoimentos prestados durante o ciclo de debates, «Tempos de Transição», realizado entre setembro de 2008 e janeiro de 2009, em Lisboa, com a organização do Centro Nacional de Cultura, do Círculo Eça de Queiroz, do Grémio Literário e da SEDES.
O objetivo foi suscitar os testemunhos de protagonistas e contemporâneos da governação de Marcelo Caetano entre 1968 e 1974, procurando ser o mais abrangente possível. Assim, foram recolhidos e discutidos depoimentos sobre a personalidade e a intimidade de Marcelo Caetano (Ana Maria Caetano, Pedro Feytor Pinto e Marcelo Rebelo de Sousa), e sobre a vida política da época, especialmente no que diz respeito à Ala Liberal (João Salgueiro, Elmano Alves, José Luís Nogueira de Brito, João Bosco Mota Amaral e Francisco Pinto Balsemão), à Revisão Constitucional de 1971 (Jorge Miranda, Miguel Galvão Teles), ao Ultramar (Abdool Karim Vakil, Walter Marques, Abel Couto, José Capela e Fernando Amaro Monteiro) e à diplomacia (Rui Patrício, José Manuel Villas-Boas e Luiz Figueira). Foram igualmente cobertos os grandes temas e áreas da governação: a Economia, as Finanças e as Obras Públicas (J. Mota de Campos, Rogério Martins, Valentim Xavier Pintado, João Oliveira Martins e Alexandre Vaz Pinto), e a Educação, a Segurança Social e a Saúde (José Veiga Simão, Joaquim Silva Pinto, Raquel Ribeiro, Duarte Ivo Cruz). Finalmente, ficaram registadas as críticas, dissidências e oposições suscitadas pelo Governo de Marcelo Caetano (Zita Seabra, António Reis e José Miguel Júdice).
Em nenhum momento, apesar do natural envolvimento e emoção de muitos dos participantes ao evocarem trechos da sua vida, houve outra intenção que não a de deixar contributos para o estudo de uma época crucial da História portuguesa.
| Editora | Porto Editora |
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| Editora | Porto Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rui Ramos |
Rui Ramos é investigador principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford.
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O Cidadão KeilNeste ensaio, vamos procurar devolver Keil à época em que viveu. A primeira parte do texto define a cultura de patriotismo cívico que o formou e deu sentido à maior parte dos seus trabalhos. A segunda parte trata da apropriação da Portuguesa pela esquerda republicana em 1890. Finalmente, examinaremos as razões de queixa de Keil contra o mundo oficial nas últimas décadas da sua vida.» -
O Cidadão KeilNeste ensaio, vamos procurar devolver Keil à época em que viveu. A primeira parte do texto define a cultura de patriotismo cívico que o formou e deu sentido à maior parte dos seus trabalhos. A segunda parte trata da apropriação da Portuguesa pela esquerda republicana em 1890. Finalmente, examinaremos as razões de queixa de Keil contra o mundo oficial nas últimas décadas da sua vida.» Rui RamosVer por dentro: -
A Conspiração Oligárquica«O historiador Rui Ramos explora neste livro a tese de que a democracia portuguesa gerou "uma classe dirigente especializada", a que chama "oligarquia", que no decorrer da sua evolução foi dominando a economia e o espaço público através do Estado. É desta forma que surge a chamada "conspiração oligárquica", em larga medida protagonizada pelo Partido Socialista, por ser o partido que controla o Estado desde meados da década de 90. A partir de uma base de recrutamento restrita ("uns quantos amigos e umas quantas famílias"), formou-se um poder ideologicamente indefinido mas muito forte, que hoje domina o país. A Conspiração Oligárquica reúne num só volume meia centena de artigos que Rui Ramos - um dos melhores e mais sólidos colunistas nacionais - publicou ao longo dos últimos anos no Observador, desde o fim do governo de Passos Coelho até praticamente ao fim do governo de António Costa, oferecendo um conjunto de chaves únicas para a compreensão de Portugal. Existe uma perspectiva sinistra: é que o país passe a desprezar esta oligarquia e estas instituições, mas sem ter alternativa para as substituir, porque nunca serão alternativa meia dúzia de populistas de televisão e uns quantos saudosos do Gulag e do muro de Berlim. Continuaríamos, assim, a escolher governantes no menu actual, mas cada vez mais compenetrados de que iríamos ser sempre mal servidos. Neste caso, não é apenas o regime que está em risco. É o país, destinado ao que só pode ser um arrastado exercício de cinismo e decadência.»Em "Introdução" -
D. CarlosD. Carlos I (1863-1908) foi o primeiro rei de Portugal a morrer de morte violenta depois de D. Sebastião, em 1578. Tinha 26 anos quando foi aclamado rei, a 19 de Outubro de 1889, e apenas 44 quando morreu, a 1 de Fevereiro de 1908.Era um homem independente, sensato e corajoso, capaz de suportar grandes pressões e de tomar decisões arriscadas quando se impunham. Morreu por causa das suas qualidades, não por causa dos seus defeitos. -
D. CarlosD. Carlos I (1863-1908) foi um dos mais inteligentes e capazes reis do seu tempo, quando a Europa era ainda, com excepção da França e da Suíça, um conjunto de monarquias. D. Carlos correspondia bem, pelas suas ideias e interesses, ao tipo do fidalgo liberal, o equivalente português da aristocracia whig inglesa. Tinha 26 anos quando foi aclamado rei, a 19 de Outubro de 1889, e apenas 44 quando foi assassinado a 1 de Fevereiro de 1908. Como já acontecera a seu pai, teve de viver com um movimento político entre os seus súbditos que se propunha abertamente destruir a monarquia. Nos seus últimos dias, porém, julgou que estava no caminho certo para assegurar a continuidade da monarquia constitucional, através de uma renovação das lideranças partidárias e de uma reafirmação dos princípios do liberalismo, sinceramente por si partilhados. Independente, sensato e corajoso, conseguia suportar grandes pressões e tomar decisões arriscadas quando se impunham. Morreu por causa das suas qualidades, não por causa dos seus defeitos.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?