Cartas - Marcello Caetano e Laureano López-Rodó
A correspondência trocada entre dois amigos, Marcello Caetano (1906-1980) e Laureano López-Rodó (1920-2000), ministro de Franco e protagonista do processo de transição espanhola, que reflecte muito da história dos dois países e que retrata as angústias e as descrenças destes dois homens que tiveram um papel decisivo na história ibérica.
EXCERTOS
«Bastavam duas cartas para este livro fazer sentido. A mais impressionante delas, ou pelo menos a que mais me impressionou, foi escrita por Marcello Caetano, no Rio de Janeiro, a 6 de Maio de 1979. Trata da fé e revela um Marcello Caetano em que a franqueza é o resultado de uma longa e dolorosa reflexão: “Perdi a fé e não há nada a fazer. (…) Entre as razões que me levaram a ocultar largos anos a minha crise estava o terror – digo bem: o terror – de influenciar alguém no mesmo sentido.(…)” A outra carta é de Laureano López Rodó e foi escrita dois anos antes, a 24 de Junho de 1977. Se Marcello descria de Deus e da Igreja, Laureano desconfia dos homens – “Vejo-me lutando ‘sozinho perante o perigo’. Vamos ver se conseguimos que prevaleça a razão diante desta loucura colectiva.” – e sobretudo não confia no homem: “Ontem estive com o Rei” (…) “estamos com efeito, a resvalar por um plano inclinado que, se Deus não o remedeia, levar-nos-á ao socialismo e ao caos.”»
Helena Matos, in Prefácio
| Editora | Alêtheia |
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| Editora | Alêtheia |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paulo Miguel Martins |
PAULO MIGUEL MARTINS é doutorado em História da Cultura e das Mentalidades no Período Contemporâneo, pelo ISCTE-IUL, tendo sido publicada em livro a sua tese sobre cinematografia portuguesa. É professor do ensino superior e do ensino profissional nas áreas de História do Audiovisual e Comunicação. Publicou três romances até à data. Escreve regularmente crónicas sobre filmes para a imprensa nacional. As suas obras anteriores Ver, aprender e vencer – 75 filmes para a sua formação profissional e também 80 filmes para vencer na vida estão na origem do presente livro.
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Ver, Aprender e VencerNão é habitual um livro com críticas de filmes sobre formação e gestão. Mas, se tivermos presente a definição de Peter Drucker – «a gestão são as pessoas» – já se compreende melhor, pois por detrás de qualquer projecto, o que há são as pessoas. O fracasso ou o êxito, a nível familiar ou profissional, depende sempre, em última instância, das pessoas. Por isso, o segredo de uma boa gestão está na formação, porque é através dela que se desenvolvem as potencialidades humanas. Um bom filme, ao apresentar situações que levam o espectador a pensar e, depois, a agir, pode ser uma excelente ferramenta formativa e um estímulo para o desenvolvimento da vida pessoal e profissional. Nem tudo o que se aprende é ensinado nas escolas: há realidades da vida que só se apreendem se forem vistas bem retratadas e representadas… é por isso que o cinema é um tão eficaz meio de aprendizagem pessoal. Vale a pena aproveitar! Este será, sem dúvida, um livro útil para todos os que se preocupam com a formação humana e profissional. -
O Cinema Inspira a Vida“VER BOM CINEMA SÓ NOS TRAZ VANTAGENS. NESTE LIVRO SUGEREM-SE 101 FILMES RECENTES, COM PISTAS DE ANÁLISE E A INDICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS EM CADA UM.”Este livro apresenta e analisa 101 filmes sobre diferentes temas. Para facilitar a pesquisa sobre cada filme, foram incluídos três índices: um elenca os títulos dos filmes e associa os principais temas abordados. Outro enumera os temas mais importantes e, para cada um, indica quais os filmes que se referem a esses temas de modo mais relevante. E um terceiro indica os realizadores por título. Poderá, assim, selecionar com mais eficácia o filme, conforme o objetivo pretendido: usá-lo como ferramenta formativa no seu local de trabalho ou simplesmente como um recurso de entretenimento ou um modo de se distrair com a família assistindo a uma obra com valor.Vale a pena deixar-se inspirar por um bom filme, onde poderá encontrar personagens com as quais se identifica e que lhe darão força para enfrentar realidades desconhecidas, ou, então, chamarão a atenção para situações tão habituais que já não são valorizadas, mas que bem aproveitadas e redescobertas darão novo sabor à vida.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?