Charneca em Flor
Estampa
2013
14,50 €
Envio previsto até
"No imaginário feminino português, Charneca em Flor celebra um ultrapassamento literário: a ruptura com o estereótipo de mulher imposto pelo patriarcado. A partir daqui, a dor e as Saudades (dotes de mulher) são já um fantasma que ela vê passar pelas vielas de Évora, na figura evanescente da Menina e Moça que fora. Revisitando agora a sua origem alentejana, a nossa investida Sóror Alcoforado (antiga Dama de Bernardim e mística Dona de Garcia de Resende) despe a mortalha e abandona a clausura para, em comunhão telúrica, abrir-se em flor - impulso que, desejo erótico, é também pulsão de morte. Todavia, dentro desse paradoxo, Florbela se experimenta (em voo livre do regional para o nacional) avatar feminino de Camões. E deste modo mergulha em definitivo na fonte mesma do soneto - forma fixa que passara a vida a ajustar a fim de torná-la mais condizente ao seu género. Afinal, no seu espartilho poético, o soneto não lembra a cela, da qual toda a mulher se quer evadir?! - Maria Lúcia Dal Farra."
| Editora | Estampa |
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| Categorias | |
| Editora | Estampa |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Florbela Espanca |
Florbela Espanca
Florbela Espanca [1894-1930]
Nascida Florbela Lobo, em Vila Viçosa. Cursou Direito na Universidade de Lisboa. Publicou em vida os livros de poemas Livro de Mágoas e Soror Saudade. Na ficção, foram editadas postumamente as coletâneas de contos As Máscaras do Destino e O Dominó Preto.
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SonetosEscritos nas primeiras décadas do século XX, os sonetos de Florbela são a expressão poética da paixão sensual e da confissão feminina. Simultaneamente pujante e frágil, a poetisa revela, por vezes de forma egocêntrica e narcisista, uma feminilidade intranquila e insatisfeita, imersa na Dor e no Amor. Influenciada por poetas como António Nobre ou Antero de Quental, Florbela revelou-se pouco permeável aos grupos e movimentos literários da época e construiu uma estética própria, pautada por um discurso poético veemente, descomplexado e livre de constrições sociais. -
Obras de Florbela Espanca - Obra Poética Volume IEste primeiro volume das Obras de Florbela Espanca inclui os três livros de poesia que, entre outros projectos concebidos pela escritora, não só foram por ela preparados para publicação, mas também conduzidos até à edição que, sujeita embora a contingências, ficou legitimada pela sua vontade de autora: Livro de Mágoas, publicado em 1919, Livro de Soror Saudade, dado a lume em 1923, e Charneca em Flor, que saiu do prelo em Janeiro de 1931, logo após a morte da poetisa. Esta edição conta com um ensaio introdutório e notas histórico-literárias de José Carlos Seabra Pereira, eminente estudioso da poesia florbeliana. -
Obra Poética de Florbela Espanca - Volume IIEste segundo volume das Obras de Florbela Espanca inclui a produção literária de Trocando Olhares, o grande caderno manuscrito que engloba 145 textos da produção poética (e três contos) de Florbela Espanca nos anos de 1915, 1916 e 1917, em parte publicada pela autora em periódicos e em parte inédita à data da sua morte; Reliquiae, um conjunto de 28 poemas, sensivelmente da época de Charneca em Flor, coligidos postumamente e publicados pela primeira vez em 1931; e alguns poemas esparsos. Esta edição conta com um ensaio introdutório e notas histórico-literárias de José Carlos Seabra Pereira, eminente estudioso da poesia florbeliana. -
Obras de Florbela Espanca - Contos - Volume IIIContos - Volume III - integra a coleção Obras de Florbela Espanca que se destina a reunir as obras da poetisa. Este terceiro volume inclui os livros de contos, publicados postumamente - As Máscaras do Destino (1931) e O Dominó Preto (1982) - e ainda em apêndice quatro textos da juventude da autora: «Mamã!» (1907), «A Oferta do Destino» (1916), «Amor de Sacrifício» (1916) e «Alma de Mulher» (1916). Uma edição que conta com um ensaio introdutório de José Carlos Seabra Pereira, um dos maiores estudiosos e especialistas na obra florbeliana que agora apresenta uma versão corrente e acessível ao grande público. -
Sonetos«MAIS ALTOMais alto, sim! mais alto, mais alémDo sonho, onde morar a dor da vida,Até sair de mim! Ser a Perdida,A que se não encontra! Aquela a quemO mundo não conhece por Alguém!Ser orgulho, ser águia na subida,Até chegar a ser, entontecida,Aquela que sonhou o meu desdém!Mais alto, sim! Mais alto! A IntangívelTurris Ebúrnea erguida nos espaços,À rutilante luz dum impossível!Mais alto, sim! Mais alto! Onde couberO mal da vida dentro dos meus braços,Dos meus divinos braços de Mulher!» -
Poesia CompletaExcerto Brancas, suaves mãos de irmã Que são mais doces que as das rainhas, Hão de pousar em tuas mãos, as minhas Numa carícia transcendente e vã. E a tua boca a divinal manhã Que diz as frases com que me acarinhas, Há de pousar nas dolorosas linhas Da minha boca purpurina e sã. Meus olhos hão de olhar teus olhos tristes; Só eles te dirão que tu existes Dentro de mim num riso dalvorada! E nunca se amará ninguém melhor; Tu calando de mim o teu amor, Sem que eu nunca do meu te diga nada!...» -
Sonetos Livro de BolsoExcerto «MAIS ALTO Mais alto, sim! Mais alto, mais além Do sonho, onde morar a dor da vida, Até sair de mim! Ser a Perdida, A que se não encontra! Aquela a quem O mundo não conhece por Alguém! Ser orgulho, ser águia na subida, Até chegar a ser, entontecida, Aquela que sonhou o meu desdém! Mais alto, sim! Mais alto! A Intangível Turris Ebúrnea erguida nos espaços, À rutilante luz dum impossível! Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber O mal da vida dentro dos meus braços, Dos meus divinos braços de Mulher!» Sonetos de Florbela Espanca -
SonetosA obra Sonetos , de Florbela Espanca, compila quatro livros da poeta Livro de Mágoas (1919), Livro de Soror Saudade (1923), Charneca em flor (1931) e Reliquiae (1931) nos quais expõe verdadeiros relatos de alma. A vivência do amor como uma ilusão conduz a uma mitificação do eu feminino, reiterando a sua fatalidade. A presente edição leva um prefácio de Bénédicte Houart. -
SonetosFlorbela Espanca nasceu e suicidou-se no dia 8 de Dezembro (Vila Viçosa, 1894 - Matosinhos, 1930). Filha ilegítima (ou «de pai incógnito»), foi baptizada com o nome de Flor Bela de Alma da Conceição. Frequentou a escola primária em Vila Viçosa, o Liceu André de Gouveia, em Évora (um liceu masculino), e a Faculdade de Direito de Lisboa. Casou-se por três vezes (1913, 1921 e 1925) e trabalhou como jornalista e tradutora. Em vida, publicou as recolhas de sonetos Livro de Mágoas (1919), Livro de Soror Saudade (1923) e Charneca em Flor (1930, à qual se somariam as Reliquiæ, no ano seguinte), mas foi também autora de outras pequenas obras poéticas, contos, correspondência vária e um diário. Florbela Espanca tornou-se um dos poetas portugueses mais célebres de todos os tempos. Cantora do Amor, a sua obra ímpar é fruto de um feminismo pequeno-burguês e apolítico, muito ao gosto dos anos 20, mas também das contradições que lhe iam no espírito - e que aqui a aparentam a Antero, para além de Pessoa, que dela terá dito ser uma «alma sonhadora, irmã gémea da minha». -
SonetosSonetos reúne o essencial da obra de Florbela Espanca.
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Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira