Deus o Abençoe, Dr. Kevorkian
A ideia de vida após a morte abandonou a mente de Kurt Vonnegut. Em Deus o Abençoe, Dr. Kevorkian, o autor transita entre a vida e a vida após a morte como se a diferença entre os dois conceitos fosse mínima. Em trinta «entrevistas» estranhas, Vonnegut viaja pelo «túnel azul até aos portões adornados com pérolas» encarnado como repórter para uma rádio estatal, e conduz entrevistas com: Salvatore Biagini, um construtor civil reformado que morre de ataque cardíaco enquanto salvava o seu schnauzer dos dentes de um pit bull; John Brown, 140 anos após a sua morte por enforcamento; William Shakespeare, que é sarcástico para com Vonnegut da forma errada; e o socialista e líder dos trabalhistas Eugene Victor Debs, um dos heróis de Vonnegut, entre muitos outros, tais como Mary Shelley, Isaac Newton, Adolf Hitler e Isaac Asimov.
O que começou como uma série de interlúdios de noventa segundos de rádio para a WNYC, a estação de rádio pública de Nova Iorque, evoluiu para esta colecção provocadora de reflexões sobre para quem e para que vivemos, e o quanto isso é importante no fim da vida.
| Editora | Narrativa |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Narrativa |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Kurt Vonnegut |
Kurt Vonnegut Jr. (11 de Novembro de 1922 – 11 de Abril de 2007) foi um escritor americano. Com uma carreira de mais de 50 anos, publicou 14 romances, três colecções de contos, cinco peças de teatro e cinco obras de não-ficção, com outras colecções a serem publicadas após a sua morte.
Nascido e criado em Indianapolis, Vonnegut frequentou a Universidade de Cornell, mas retirou-se em Janeiro de 1943 e alistou-se no exército americano. Como parte do seu treino, estudou engenharia mecânica no Instituto Carnegie de Tecnologia (agora Carnegie Mellon University) e na Universidade do Tennessee. Foi então destacado para a Europa para combater na Segunda Guerra Mundial e foi capturado pelos Alemães durante a Batalha do Bulge. Esteve preso em Dresden, onde sobreviveu ao bombardeamento Aliado escondido num frigorífico do matadouro onde foi aprisionado. Depois da guerra, casou-se com Jane Marie Cox, com quem teve três filhos.
Numa entrevista à Rolling Stone em 2006, Vonnegut declarou de forma sarcástica que iria processar a empresa de tabaco Brown & Williamson, o fabricante dos cigarros da marca Pall Mall, que fumava desde os seus 12 ou 14 anos de idade, por publicidade enganosa: «E sabes porquê? Porque tenho 83 anos. Aqueles sacanas mentirosos! No maço, a Brown & Williamson garantia que iria morrer.»
Vonnegut faleceu no bairro de Manhattan em Nova Iorque na noite de 11 de Abril de 2007, como resultado de lesões cerebrais ocorridas várias semanas antes, na sequência de uma queda ocorrida em casa. Tinha 84 anos.
-
Matadouro 5O romance da vida de Billy Pilgrim (duplo quaseautobiográfico de Kurt Vonnegut), nascido em Ilium en1922, filho único do barbeiro da aldeia. Neste livro KurtVonnegut utiliza os métodos da ficção científica parapermitir flash-back contínuos do personagem, mastambém para abrir uma quebra narrativa na tramaprincipal intitulada A Cruzada das Crianças, e que é antesde tudo uma extraordinária denúncia dos extermíniosorganizados pela humanidade.Uma obra prima da literatura. -
Matadouro CincoEscutem: Billy Pilgrim tornou-se volúvel no tempo. Assim começa o clássico de Vonnegut, um livro de culto antiguerra que se tornou um dos textos literários mais influentes do século XX. Billy viaja no tempo e no espaço; detém-se em diversos momentos da sua vida, incluindo na sua demorada visita ao planeta Tralfamadore, onde é exibido, juntamente com uma estrela de filmes pornográficos, num jardim zoológico, e na sua experiência na Segunda Guerra Mundial, onde (à semelhança do próprio Vonnegut) é feito prisioneiro de guerra e assiste à destruição de Dresden -
Breakfast of Champions: Or, Goodbye Blue Monday!In a frolic of cartoon and comic outbursts against rule and reason, a miraculous weaving of science fiction, memoir, parable, fairy tale and farce, Kurt Vonnegut attacks the whole spectrum of American society, releasing some of his best-loved literary creations on the scene. -
Mother Night'Black satire of the highest polish' - Guardian Whilst awaiting trial for war crimes in an Israeli prison, Howard W. Campbell Jr sets down his memoirs on an old German typewriter. He has used such a typewriter before, when he worked as a Nazi propagandist under Goebbels. Though that was before he agreed to become a spy for US military. Is Howard guilty? Can a black or white verdict ever be reached in a world that's a gazillion shades of grey? 'After Vonnegut, everything else seems a bit tame' - Spectator -
Um Homem sem Pátria«Um Homem Sem Pátria», o primeiro livro do autor desde 1999, demonstra que Kurt Vonnegut permanece entre os grandes nomes da literatura norte-americana contemporânea. Composto por curtos ensaios, generosamente ilustrados com desenhos assinados pelo autor, «Um Homem Sem Pátria» revela-nos um Vonnegut vociferante de indignação e, ao mesmo tempo, em afectuosa comunicação com os seus compatriotas americanos. O autor dá voz ao seu entusiasmo por manifestações humanas tão diversas como os «blues» ou o empenho desinteressado dos bibliotecários. Mas, sobretudo, dá voz ao seu desgosto face àquilo que disgnostica como a subversão do processo democrático propiciada pelo governo de George W. Bush, denuncia as «personalidades psicopáticas» dessa administração e reflecte sobre a corrupção e os recentes escândalos corporativos. Um registo por vezes humorístico, outras vezes atormentado, e sempre, sempre inconformado. Eis o mote: «Não há razão para que o bem não possa triunfar sobre o mal, basta que os anjos se organizem mais ou menos como a máfia.» -
Mas Há Melhor do que Isto?Esta obra contém a muito aguardada edição portuguesa da colecção de discursos, nas universidades, de Kurt Vonnegut, em conjunto com um inevitável prefácio de Afonso Cruz. Vonnegut nunca se licenciou na faculdade, e por isso as suas palavras de admoestação, conselhos e hilaridade carregavam sempre o encanto, a ironia gentil e a generosidade de alguém que se deleita com o potencial dos seus concidadãos – especialmente os jovens – do que os seus próprios feitos. Seleccionados e apresentados pelo companheiro romancista e amigo Dan Wakefield, os discursos em Mas Há Melhor do que Isto? constituem o primeiro e único livro dos discursos de Vonnegut. Em cada um deles, Vonnegut esforça-se por encontrar as poucas coisas que vale a pena dizer e uma voz conversadora para as dizer, que não seja pesada, pretensiosa ou arrogante, mas também divertida, alegre e séria, mesmo que por vezes não pareça. -
Um Homem sem PátriaA ideia de vida após a morte abandonou a mente de Kurt Vonnegut. Em Deus o Abençoe, Dr. Kevorkian, o autor transita entre a vida e a vida após a morte como se a diferença entre os dois conceitos fosse mínima. Em trinta «entrevistas» estranhas, Vonnegut viaja pelo «túnel azul até aos portões adornados com pérolas» encarnado como repórter para uma rádio estatal, e conduz entrevistas com: Salvatore Biagini, um construtor civil reformado que morre de ataque cardíaco enquanto salvava o seu schnauzer dos dentes de um pit bull; John Brown, 140 anos após a sua morte por enforcamento; William Shakespeare, que é sarcástico para com Vonnegut da forma errada; e o socialista e líder dos trabalhistas Eugene Victor Debs, um dos heróis de Vonnegut, entre muitos outros, tais como Mary Shelley, Isaac Newton, Adolf Hitler e Isaac Asimov. O que começou como uma série de interlúdios de noventa segundos de rádio para a WNYC, a estação de rádio pública de Nova Iorque, evoluiu para esta colecção provocadora de reflexões sobre para quem e para que vivemos, e o quanto isso é importante no fim da vida. -
Matadouro CincoEste livro nunca foi tão necessário.Um dos mais importantes romances de sempre sobre o absurdo da guerra.Dresden, 1945: escassos meses antes do fim da guerra, a cidade é bombardeada até à destruição total, dezenas de milhares de pessoas mortas numa só noite. Escondido na cave de um matadouro, conhecemos Billy Pilgrim, jovem protagonista desta narrativa, que, como Kurt Vonnegut, foi feito prisioneiro de guerra pelo exército alemão e sobreviveu ao bombardeamento. Com ele embarcamos numa odisseia que atravessa vários tempos - passado, presente e futuro -, como se Pilgrim imitasse o caminho percorrido por qualquer vida destroçada, procurando sentido na inevitável falibilidade humana.Kurt Vonnegut escreveu sobre um dos episódios mais atrozes da Segunda Guerra Mundial, fazendo uso de um olhar e de uma técnica inesperados: ao lado do horror, o riso; ao lado do medo, a ternura; ao lado da indiferença, a esperança. Demorou vinte anos a transformar a sua experiência num romance sobre a guerra que fosse diferente de todos os outros. O resultado é uma obra-prima.Clássico absoluto da literatura do século XX e um dos mais importantes romances antibélicos de sempre, Matadouro cinco consagra Kurt Vonnegut como uma das grandes vozes da ficção americana. -
Pequeno-Almoço de CampeõesNarrativa frenética e desconcertante, súmula das obsessões do autor, composição da paisagem humana de uma certa América, veículo de transmissão de recados políticos e sociais: Pequeno-almoço de campeões condensa tudo isto, numa história meticulosamente urdida para deleite do leitor. O núcleo deste romance é o escritor de ficção científica Kilgore Trout, uma das mais veneradas personagens de Kurt Vonnegut. Numa das suas deambulações, Trout descobre, com horror, que Wayne Hoover, um bem-sucedido vendedor de carros, interpreta à letra as rocambolescas teorias apresentadas nos seus livros. E isso está a levá-lo à loucura. O que se segue é uma sátira deliciosa e inquietante sobre guerra, sexo, racismo, sucesso e política. O resultado é uma espécie de guia para entender o século XX.Com um mecanismo de revelações em camadas sucessivas, Vonnegut, um dos terráqueos mais divertidos de que há memória, apresenta-nos nada mais nada menos do que o planeta Terra, num romance brilhante e divertidíssimo, que o consagrou como um dos escritores mais instigantes do nosso tempo.«O mais divertido dos intelectuais.»Salman Rushdie«Vonnegut dá roda-livre a todas as queixas sobre a América e faz com que pareçam cómicas e ultrajantes, detestáveis e apetecíveis.»The New York Times«O grande escritor americano do século, urgente e apaixonado, que nos oferece um modelo do pensamento humanista que ainda pode salvar-nos de nós próprios.»George Saunders«Um escritor único.»Doris Lessing«Pequeno-almoço de campeões é um romance selvagem e magnífico […], como só Kurt Vonnegut poderia escrever.»Publishers Weekly «Não há romance que se lhe compare na perspetiva que oferece sobre a insanidade coletiva da guerra. Matadouro cinco é literatura sábia. Vemo-nos como simples seres humanos, animais mortais despidos das suas pretensões. Os nossos crimes afiguram-se grandiosos e banais. O nosso sofrimento e o nosso destino aparecem-nos como inevitáveis. O que pode parecer cínico ou niilista é, na verdade, a meu ver, uma das obras de arte mais humanas de todos os tempos.»The New York Times«Há em Matadouro cinco muita comédia, como em tudo o que Vonnegut escreveu, mas a guerra não é vista enquanto farsa. É vista como uma tragédia tão grande, que só a máscara da comédia nos permite olhá-la nos olhos. Sendo um grande romance realista, Matadouro cinco é também sensível o suficiente para que, no final do horror que toma como tema, a esperança seja possível.»Salman Rushdie
-
O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».