Estudos sobre a Globalização
«Todas as discussões acerca da globalização acabadas de referir são atravessadas pela consciência de uma grande rutura estabelecida em torno da década de 80 do século XX. Uma rutura, aliás, assinalada a partir de múltiplos indicadores. E se, no século XIX, ou mesmo até Bretton Woods, a globalização conduziu ao reforço do poder por parte dos Estados ocidentais, nos dias de hoje a globalização parece levar ao enfraquecimento dos Estados. Neste sentido, a globalização dos dias de hoje pode ser pensada como um processo de integração em aceleração crescente derivado de uma redução dos custos de transporte e comunicação, acompanhado da destruição de barreiras que ativam a circulação de bens, mercadorias, serviços, capitais, conhecimentos e - como sublinhou Joseph Stiglitz -, em menor escala, pessoas.»
(Excerto da Introdução de Diogo Ramada Curto.)
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | História & Sociedade |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Diogo Ramada Curto |
-
Cultura Política no Tempo dos Filipes (1580-1640)Qual a cultura política em Portugal no tempo dos Filipes? Para os panfletários da Restauração, à tirania dos reis espanhóis, os Portugueses responderam com formas de resistência e de revolta, criando as condições que permitiram recuperar a independência da nação em 1640. A historiografia de oitocentos e o discurso nacionalista e corporativo do Estado Novo seguiu, nas suas linhas gerais, a mesma interpretação. Este livro, porém, sugere uma outra leitura. Sem dúvida, mais fragmentária e dispersa na multiplicidade dos ângulos que propõe. Com certeza, à margem das propostas neo-corporativas e jurisdicionalistas de algumas interpretações históricas revisionistas recentes que não resistem a um confronto com as fontes. -
História Política da Cultura Escrita: Estudos e notas críticas«Quais os usos políticos a que foi sujeita a produção escrita em Portugal e no império? Uma das respostas encontra-se na falta de autonomia das práticas de escrita em relação aos poderes políticos. Tal como se a lógica da escrita dependesse das operações de controlo dos poderes. Assim, os estudos aqui reunidos não só correspondem a algumas das principais mutações que caracterizaram a cultura escrita ao longo de vários séculos, como dão conta das formas diferentes de articular a escrita com os poderes que reivindicam a legitimidade da sua representação política.» -
História, Arte e LiteraturaEste livro reúne notas e ensaios de uma história cultural, publicados nos últimos anos. Começa por analisar representações quinhentistas de Lisboa à China e de descrições de missionários e historiadores europeus, do Renascimento ao Iluminismo, relativas a várias partes da Ásia. Depois, aborda configurações e contextos em que se situam autores e textos, literários, artísticos e historiográficos. Por último, procura articular um tempo longo, do século XVI à atualidade, e criar várias formas de distância, destinadas a ganhar perspetiva crítica em relação à história da nação e do império português, abordando questões de racismo, de distinção social e de género, sem esquecer outros padrões identitários, como o brasileiro.«São ensaios na melhor tradição da crítica historiográfica e jornalística, porque olham para dentro e para fora das fronteiras nacionais, dialogando frontalmente com o que há de mais urgente na historiografia mundial. Diogo Ramada Curto não paga pedágio a nenhum dos seus interlocutores, nacionais ou estrangeiros, mantendo-se numa posição equidistante, o que lhe permite criticar a importação de modelos culturais e modismos intelectuais que mais servem à banalização da vida académica do que à imaginação crítica.»Iris Kantor, Universidade de São Paulo -
Para que serve a História?Este livro inspira-se na obra de Marc Bloch, talvez o maior historiador do século xx. «Papá, explica-me para que serve a história?» com esta simples pergunta, Bloch abria um dos mais belos livros de história de todos os tempos, Apologie pour lhistoire ou Métier dhistorien (1949). Colocada com a ingenuidade dramática de uma criança, a questão merece uma série de respostas subtis, que também Diogo Ramada Curto procura fornecer: a curiosidade por todo o tipo de actividades humanas; a vontade de conhecer a sociedade no seu todo e nos seus tempos múltiplos; sobretudo, o desejo de compreender a vida real, no seu quotidiano e nas suas práticas mais repetitivas, por oposição a uma concepção morta do passado, enterrado em museus, monumentos e manuais. Mais importante ainda, o estudo da história faz parte das necessidades de formação de cidadãos politicamente conscientes, capazes de se baterem pelos seus ideais democráticos. Afinal de contas, como salientava Bloch, o regime nazi pôs a descoberto a irresponsabilidade de muitos intelectuais. A sua passividade e até o seu colaboracionismo frente a um regime feroz fundado em interpretações históricas míticas ou totalmente falaciosas traduziram-se numa incapacidade gritante para se dedicarem ao estudo da história e para se libertarem do peso do passado. Para Que Serve a História? relança este debate cívico e intelectual e ao mesmo tempo questiona, sem complacências, os vícios e a pobreza que, segundo o autor, imperam hoje nas universidades portuguesas. -
Estudos sobre a Globalização«Todas as discussões acerca da globalização acabadas de referir são atravessadas pela consciência de uma grande rutura estabelecida em torno da década de 80 do século XX. Uma rutura, aliás, assinalada a partir de múltiplos indicadores. E se, no século XIX, ou mesmo até Bretton Woods, a globalização conduziu ao reforço do poder por parte dos Estados ocidentais, nos dias de hoje a globalização parece levar ao enfraquecimento dos Estados. Neste sentido, a globalização dos dias de hoje pode ser pensada como um processo de integração em aceleração crescente derivado de uma redução dos custos de transporte e comunicação, acompanhado da destruição de barreiras que ativam a circulação de bens, mercadorias, serviços, capitais, conhecimentos e - como sublinhou Joseph Stiglitz -, em menor escala, pessoas.» (Excerto da Introdução de Diogo Ramada Curto.) VER POR DENTRO Ver página inteira -
As Múltiplas Faces da HistóriaEste livro é constituído por uma série de ensaios que andavam dispersos, escritos ao longo de mais de vinte anos de investigação. As reflexões sobre o método histórico e as análises do pensamento de historiadores e cientistas sociais articulam-se, em As Múltiplas Faces da História, com um trabalho de questionamento das cinco áreas pelas quais o autor tem dividido o seu labor de historiador: a cultura política do período moderno; a história da cultura escrita; a expansão europeia e a história do colonialismo numa perspectiva globalizante; o trabalho de análise da historiografia e a história das ciências sociais; e a sociologia da literatura e da leitura. Trata-se de um panorama amplo e diversificado onde os diversos modos de fazer e escrever história são objecto de uma permanente vigilância crítica e reflexiva. -
O Colonialismo Português em África- De Livingstone a LuandinoEste livro trata do império português nos séculos XIX e XX, analisando as políticas coloniais e alguns processos sociais e económicos que o atravessaram. O objetivo é reconstituir o ponto de vista dos que se confrontaram em diferentes situações coloniais, sem esquecer a historiografia sobre o império, as visões ideológicas sobre a questão das raças e um vasto leque de discursos, incluindo neles os que se reivindicaram da ordem das representações literárias. Trata-se de um trabalho de descrição, de reconstituição e de análise, nalguns casos bem minucioso. O mesmo carreia consigo um ponto de vista ético - que também pode ser concebido como um grito ou uma chamada à responsabilidade dos historiadores, jornalistas e investigadores de ofício contra duas posições que acabam por ter mais pontos em comum do que à primeira vista possa parecer. Por um lado, os que procuram dizer que o império nunca existiu, quer porque foi excecional, como durante o Estado Novo se procurou fazer crer, quer porque serviu propósitos mais New Age, que o tomam como um amontoado de discursos demonstrativos da sua inerente debilidade. Por outro lado, este livro pretende ganhar distância em relação às reduções do império e do colonialismo a um reportório dos legados, sobretudo dos legados bons, por oposição aos maus, e outras patranhas promovidas por um discurso académico circular em torno das questões da memória, pouco ou nada envolvido com os arquivos coloniais. -
O Colonialismo Português em África- De Livingstone a LuandinoEste livro trata do império português nos séculos XIX e XX, analisando as políticas coloniais e alguns processos sociais e económicos que o atravessaram. O objetivo é reconstituir o ponto de vista dos que se confrontaram em diferentes situações coloniais, sem esquecer a historiografia sobre o império, as visões ideológicas sobre a questão das raças e um vasto leque de discursos, incluindo neles os que se reivindicaram da ordem das representações literárias. Trata-se de um trabalho de descrição, de reconstituição e de análise, nalguns casos bem minucioso. O mesmo carreia consigo um ponto de vista ético - que também pode ser concebido como um grito ou uma chamada à responsabilidade dos historiadores, jornalistas e investigadores de ofício contra duas posições que acabam por ter mais pontos em comum do que à primeira vista possa parecer. Por um lado, os que procuram dizer que o império nunca existiu, quer porque foi excecional, como durante o Estado Novo se procurou fazer crer, quer porque serviu propósitos mais New Age, que o tomam como um amontoado de discursos demonstrativos da sua inerente debilidade. Por outro lado, este livro pretende ganhar distância em relação às reduções do império e do colonialismo a um reportório dos legados, sobretudo dos legados bons, por oposição aos maus, e outras patranhas promovidas por um discurso académico circular em torno das questões da memória, pouco ou nada envolvido com os arquivos coloniais. -
Um País em Bicos de Pés - Escritores, Intelectuais, Artistas e Movimentos CulturaisEste livro traça trajetórias individuais, reconstitui movimentos ou tendências e, ao mesmo tempo, reconstrói os contextos capazes de atribuir sentido às obras dos principais escritores, artistas e intelectuais portugueses.Longe de alinhar numa espécie de biografismo, o resultado que se pretende alcançar é o de um olhar histórico e sociológico dos escritores, dos intelectuais e dos movimentos culturais. -
Um País em Bicos de Pés - Escritores, Intelectuais, Artistas e Movimentos CulturaisEste livro traça trajetórias individuais, reconstitui movimentos ou tendências e, ao mesmo tempo, reconstrói os contextos capazes de atribuir sentido às obras dos principais escritores, artistas e intelectuais portugueses.Longe de alinhar numa espécie de biografismo, o resultado que se pretende alcançar é o de um olhar histórico e sociológico dos escritores, dos intelectuais e dos movimentos culturais.
-
As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.