O Colonialismo Português em África- De Livingstone a Luandino
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Este livro trata do império português nos séculos XIX e XX, analisando as políticas coloniais e alguns processos sociais e económicos que o atravessaram. O objetivo é reconstituir o ponto de vista dos que se confrontaram em diferentes situações coloniais, sem esquecer a historiografia sobre o império, as visões ideológicas sobre a questão das raças e um vasto leque de discursos, incluindo neles os que se reivindicaram da ordem das representações literárias. Trata-se de um trabalho de descrição, de reconstituição e de análise, nalguns casos bem minucioso. O mesmo carreia consigo um ponto de vista ético - que também pode ser concebido como um grito ou uma chamada à responsabilidade dos historiadores, jornalistas e investigadores de ofício contra duas posições que acabam por ter mais pontos em comum do que à primeira vista possa parecer. Por um lado, os que procuram dizer que o império nunca existiu, quer porque foi excecional, como durante o Estado Novo se procurou fazer crer, quer porque serviu propósitos mais New Age, que o tomam como um amontoado de discursos demonstrativos da sua inerente debilidade. Por outro lado, este livro pretende ganhar distância em relação às reduções do império e do colonialismo a um reportório dos legados, sobretudo dos legados bons, por oposição aos maus, e outras patranhas promovidas por um discurso académico circular em torno das questões da memória, pouco ou nada envolvido com os arquivos coloniais.
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | Lugar da História |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Diogo Ramada Curto |
Diogo Ramada Curto
DIOGO RAMADA CURTO, historiador, é doutorado em Sociologia Histórica. Lecciona na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, desde 1981. Foi professor da Cátedra Vasco da Gama em História da Expansão Europeia no Instituto Universitário Europeu de Florença (2000-2008) e professor visitante em várias universidades (Brown, Yale, King's College-Londres, EHESS-Paris). Foi co-fundador e director da colecção "Memória e Sociedade" (1988-2005) da Difel, onde fez publicar cerca de quarenta títulos de história e ciências sociais. Publicou recentemente Cultura Imperial e Projectos Coloniais, Séculos XV a XVIII (Campinas, Unicamp, 2009) e é co-organizador de A Expansão Marítima Portuguesa. 1400-1800 (Lisboa, Edições 70, 2010). Os seus principais interesses de investigação situam-se, actualmente, na área da história global, colonialismo, imperialismo e escravatura.
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Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?