Fim de Boca e mais poemas (1981-2023)
FIM DE BOCA reúne a maior parte dos poemas escritos por Jorge Fazenda Lourenço desde 1981: as séries ou colectâneas publicadas entre 1983 e 2009, em itálico no índice geral, a que se juntam quatro conjuntos de poemas inéditos ou dispersos em revistas, antologias e livros de ensaio. Veredas, Península e Gávea integravam Uma surda cegueira. Alguns poemas, muito poucos, foram deslocalizados. Alguns inéditos, também em pequeno número, foram integrados em séries anteriormente publicadas.
| Editora | Companhia das Ilhas |
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| Coleção | azulcobalto |
| Categorias | |
| Editora | Companhia das Ilhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jorge Fazenda Lourenço |
Jorge Fazenda Lourenço (Covilhã, 1955), poeta, é professor na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Obteve, em 1993, o Ph.D. em Hispanic Languages and Literatures, na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, com uma dissertação sobre a poesia de Jorge de Sena, de cuja obra é coeditor literário. Para além dos estudos senianos, a sua atividade como investigador tem-se centrado na literatura dos séculos XIX e XX, no estudo do Bildungsroman e nas questões da modernidade estética, tendo traduzido poesia de E. E. Cummings, Wallace Stevens, Giuseppe Ungaretti, Salvatore Quasimodo, Eugenio Montale, Mario Luzi e Charles Baudelaire, de quem organizou uma antologia de crítica e ensaio.
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O Essencial sobre Jorge de Sena«Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta, tradutor, crítico literário, teatral e de cinema, interventor político e cidadão do mundo, Jorge de Sena é uma das figuras centrais da nossa cultura e da literatura do século XX. A sua obra pode ser entendida como uma forma de dar testemunho de si mesmo e da sua circunstância, marcada por uma sobreposição de exílios e ancorada na observação, meditação e rememoração de uma experiência de mundo onde as diversas artes representam as metamorfoses, no plano da história humana, de uma peregrinação secular em que a sua vida se inscreve.» Jorge Fazenda Lourenço -
A Poesia de Jorge de Sena. Testemunho, Metamorfose, PeregrinaçãoEste trabalho foi pensado como uma contribuição para o estudo da poesia e da poética de Jorge de Sena e constitui uma primeira tentativa de visão integrada da sua obra de poeta, ficcionista e crítico. Partindo de um largo comentário ao prefácio da primeira edição de Poesia — I (1961), este estudo faz um enquadramento da totalidade da sua obra a partir dos três vetores que dinamizam a sua poética: testemunho, metamorfose e peregrinação. Uma poética da temporalidade, do devir e da errância que tem por base o tenso sistema de relações que se estabelece entre o poeta, o mundo e a linguagem. Sem esquecer que a poesia de Jorge de Sena tem no erotismo o seu princípio criativo e no exílio a sua máxima circunstância. (JFL) da contracapa.Observações: Edição revista e aumentada. -
Jorge de Sena, 939 Randolph Road: Exílio, Erotismo, EscatologiaA posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós. É responsabilidade de todos e de cada um. A posteridade de um autor é uma questão literária, mas é também uma questão política, de cidadania.É a partir da última morada de Jorge de Sena que este livro procura abrir vistas sobre os seus longos anos de exílio, com relevo para o período norte-americano. Um exílio feito de múltiplos exílios: exílio político; exílio existencial e interior, físico e metafísico; exílio ansioso de um tempo alhures de amor, justiça e liberdade. Um exílio testemunhado, e transfigurado na demanda espiritual de uma peregrinação de mundo, o que levanta questões teológicas e escatológicas, associadas ao erotismo, princípio criador da obra de Jorge de Sena. [Jorge Fazenda Lourenço]Não tendo embora conhecido Jorge de Sena, acabou por manter com ele um trato próximo, íntimo. Quando é que se iniciou esta convivência? Como é que tudo começou?Jorge de Sena era para mim um poeta de que já tinha ouvido falar. Até que, no final dos anos 70, saiu uma sucessão fabulosa de obras suas: Os Grão-Capitães, em 1976; a edição isolada de O Físico Prodigioso, a sequência Sobre Esta Praia…, e a reedição de Poesia-I, em 1977; as duas Dialécticas da Literatura, em 77 e 78; Antigas e Novas Andanças do Demónio, Poesia-II e Poesia-III, em 1978; e, finalmente, Sinais de Fogo, em 1979. Fiquei completamente varado pelo poeta; e digo poeta, porque em tudo o que ele escreveu é sempre legível o trabalho de um poeta. E em 1982 comecei a escrever sobre «o meu poeta». Precisava de extravasar toda aquela admiração. [De uma entrevista a Teresa Carvalho, jornal i, 4/6/2018]Outras obras do autor sobre Jorge de Sena: O Essencial sobre Jorge de Sena (1987; nova edição, 2019), Uma Bibliografia Cronológica de Jorge de Sena (1939-1994), com Frederick G. Williams e Mécia de Sena (1994), A Poesia de Jorge de Sena: Testemunho, Metamorfose, Peregrinação (1998; edição revista, 2021), O Brilho dos Sinais. Estudos sobre Jorge de Sena (2002), A Arte de Jorge de Sena: Uma Antologia (2004), Corpo Arquitectura Poema. Leituras Inter-Artes na Poesia de Jorge de Sena, com João Borges da Cunha (2011), Matéria Cúmplice. Para Jorge de Sena (2012). -
O Essencial sobre Charles Baudelaire«Em apenas duas décadas, de 1845 a 1865, Baudelaire renovou o modo de fazer e entender a poesia e a crítica de arte do seu tempo, propondo uma nova ideia de modernidade contra a ideia positivista de progresso. Parte desse renovo radicou na intensificação do paradoxo como método de erosão do lirismo sentimental e na consideração da vida urbana como objeto de meditação poética. Tido por alguns como o Dante dos tempos modernos, o poeta fez deParis a capital da melancolia, com as suas dores e fantasmagorias, os seus aspetos grotescos, e uma beleza efémera que édesejo de transcendência.» In contracapa -
Azares da PoesiaOs poemas, os ensaios, podem ser actos críticos, complementares? Eis a pergunta que este livro deseja, ao configurar-se como um auto-retrato, provisório e fragmentário, que explora a possibilidade de composição de um rosto no espelho-azar de outros rostos: Almeida Garrett, António Nobre, Cesário Verde, Vergílio Ferreira, Ruy Cinatti, E. E. Cummings, Armando Freitas Filho, Adélia Prado, e mais: pai, Maria do Carmo, Elvira, eros. O livro fala do modo de escrever poemas e de ler poetas, e do desejo de mundo, que é um desejo de poesia, que neles habita. Linhas e planos, traços e incisões, lugares ínfimos de uma voz que faz do acaso a sua necessidade.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira