Greguerías
7,50 €
Ramón Gómez de la Serna é um ilustre desconhecido em Portugal, apesar de ter vivido no Estoril e de ter escolhido aquele cenário para um dos seus romances. Mas nem por isso Ramón deixou de ter um grande número de admiradores entre nós. Jorge de Silva Melo é um deles e traduziu esta antologia das melhores Greguerías, escritas entre 1910 e 1963.
| Editora | Assírio & Alvim |
|---|---|
| Coleção | Gato Maltês |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ramón Gómez de la Serna |
Ramón Gómez de la Serna
"Ramón Goméz de la Serna, ou simplesmente Ramón, como toda a Europa e América Latina artísticas o conheceram nos anos 20 ou 30, nasceu em Madrid em 1888. Aos vinte anos dirige uma revista literária ('Prometeo') que durou até 1912. Interessado por tudo o que é moderno, funda, em 1915, na Calle de Carretas, não muito longe da Puerta del Sol, a tertúlia do 'Café del Pombo' por onde irá passar toda a 'intelligentsia' espanhola, e não só, atraída pela sua fama de grande mestre do humor e da vanguarda. Tentou criar em Madrid um ambiente cosmopolita e verdadeiramente moderno. Viajou muito - viveu em Paris, Nápoles, Genebra, construiu uma moradia no Estoril onde passou largas temporadas, mas é sobretudo Madrid que palpita na sua obra. Obra imensa - de todos os géneros que existiam e que não existiam: romances ('La Viuda Blanca y Negra', 'La Quinta de Palmyra', 'Seis Falsas Novelas', 'La Nardo', 'La Mujer de Ambar'), crónicas ('El Rastro', 'Toda la História de Puerta del Sol', 'La Proclama del Pombo'&), biografias ('Lope Viviente', 'Ramón del Valle Inclán', 'Goya', 'Oscar Wilde', 'Velasquez'&), ensaios ('El Circo', 'Senos'&), autobiografia ('El Libro Mudo', 'Secretos', 'Automoribundia')& numa lista de duzentos títulos. Foi traduzido por toda a Europa. Com Chaplin e Pitigrilli, foi o único estrangeiro admitido na Academia de Humor Francesa. E Valéry Larbaud, que poucas vezes se enganou, dele disse 'Com Proust e Joyce é um dos maiores escritores do século XX'. Em 1936, com o deflagrar da Guerra Civil, parte para Buenos Aires onde conhecera Luisa Sofovitch que o acompanhou até à morte em 1963."
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SeiosA obra e o destino de Ramón Gómez de la Serna (1888-1963) situam-se entre os mais paradoxais. Autor precoce (os primeiros textos datam de 1904) e fecundo – os seus livros de todos os géneros ultrapassam a centena – torna-se rapidamente célebre sendo considerado nos anos 20 o mais importante escritor da sua geração. Antes de 1930 vários dos seus livros são traduzidos nomeadamente em francês; Valéry Lasbaud que em 1923 o introduz em França ao apresentar uma colectânea dos seus escritos declara: «Os três maiores escritores deste século são Proust, Joyce e Gómez de la Serna.» Publicado em 1917, Senos parece contudo ter sido escrito muito antes e obrigado pela sua terna ousadia a esperar algum tempo até poder chegar aos prelos. Como diz o Autor no seu Prólogo o livro «foi escrito em plena vidência juvenil pelo que ao relê-lo após toda a experiência acumulada creio ter feito o que devia fazer cantando a pleno cantar a beleza indizível dos seios o que mais suavemente eleva a mulher acima da alimária pois só a esfinge se atreveu a ter seios como ela». Se esta expressão numa interpretação apressada pode parecer uma blague machista é afinal um acto de arrebatada mas também respeitosa veneração pela mulher através do que mais suavemente a caracteriza. Ao analisar o comportamento feminino – tantas vezes assimilado à misteriosa figura esfíngica (que o Autor oportunamente associa à sua «tese») – em função dos seios não só utilizando como antecipando mesmo a nascente ciência psicanalítica, Gómez de la Serna revela-se já nesta obra como a personalidade incontornável da vanguarda literária europeia que viria a ser. -
Saudades de PortugalEsta edição reúne pela primeira vez os principais textos que o modernista Ramón Gómez de la Serna dedicou a Portugal, com a finalidade de reconstruir o pensamento do grande autor espanhol sobre as paisagens e a cultura desta terra. Ramón ficou apaixonado pelo país, na esteira da sua tia, a poetisa romântica Carolina Coronado, ou de Mariano José de Larra, Fígaro, figura admirada pelo escritor e por Carmen de Burgos sua companheira. Através dos textos agora reunidos poderá o leitor conhecer a experiência portuguesa do autor das greguerías, assim como vislumbrar a vida de Lisboa e do Estoril, sobretudo, através de um olhar forâneo e entusiasmado, mas nem por isso desfocado ou afectado: o olhar de Ramón Gómez de la Serna, genuíno e singular, sempre único. -
A Quinta de PalmyraTradução de Joana Morais Varela«[Em] A Quinta de Palmyra, uma autêntica "sinfonia portuguesa", como a definiu Larbaud, um romance profundamente lírico, assistimos às relações amorosas da protagonista, com um atrevido final de cariz homoerótico. Dá-se nas suas páginas lugar ao debate entre cosmopolitismo e provincianismo, entre passado e futuro [...] num espaço físico onde se cria um tempo fora do tempo [...]. e em que assistimos a uma profunda relação orgânica entre as personagens e o sitio onde habitam. Como símbolo do país "utópico" em que Ramón, sempre individualista e único, se sentiu como na própria casa, sem evitar, por vezes, a sua visão crítica.» ANTONIO SAEZ DELGADO SANTIAN PEREZ ISASE -
Interpretação do TangoTradução de Sofia Castro Rodrigues Prólogo de Rafael Flores Montenegro RAMÓN GÓMEZ DE LA SERNA tem, talvez mais do que qualquer outra coisa, o direito de ser considerado verdadeiramente ibero-americano: como espanhol e madrileno, instalou-se em Buenos Aires, e interessou-se especialmente pelas formas peculiares da cultura rio-platense com projecção universal. Neste livro, Ramón declara antes de tudo a sua paixão pelo tango: «Sou um admirador do tango e fiz a sua defesa e apologia há muitos anos em Espanha e em Paris.» Mas vai ainda mais longe, como assinala Rafael Flores no Prólogo ao dizer que «Ramón tem razão quando sente uma ligação entre a payada e as letras do tango». Às vezes, numa simples frase, Gómez de la Serna ilumina todo o sentido da sua Interpretação: «Outras músicas são tocadas para que as feridas se fechem, mas o tango toca e canta para que se abram, para que continuem abertas, para as recordar, para nelas pôr o dedo e as abrir obliquamente.» -
Interpretação do TangoTradução de Sofia Castro Rodrigues Prólogo de Rafael Flores Montenegro RAMÓN GÓMEZ DE LA SERNA tem, talvez mais do que qualquer outra coisa, o direito de ser considerado verdadeiramente ibero-americano: como espanhol e madrileno, instalou-se em Buenos Aires, e interessou-se especialmente pelas formas peculiares da cultura rio-platense com projecção universal. Neste livro, Ramón declara antes de tudo a sua paixão pelo tango: «Sou um admirador do tango e fiz a sua defesa e apologia há muitos anos em Espanha e em Paris.» Mas vai ainda mais longe, como assinala Rafael Flores no Prólogo ao dizer que «Ramón tem razão quando sente uma ligação entre a payada e as letras do tango». Às vezes, numa simples frase, Gómez de la Serna ilumina todo o sentido da sua Interpretação: «Outras músicas são tocadas para que as feridas se fechem, mas o tango toca e canta para que se abram, para que continuem abertas, para as recordar, para nelas pôr o dedo e as abrir obliquamente.»
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NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
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Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira