Guia de Um Perplexo em Portugal
PRIMEIRO LIVRO DE ENSAIOS DE ALBERTO MANGUEL ESCRITOS INTEIRAMENTE EM PORTUGAL
«Acatando o aviso do Padre António Vieira, aprendi a desconfiar das impressões transmitidas pelo ‘demónio mudo’ de uma cidade aquando da primeira visita, e a esperar até que outras perspectivas, outros encontros, outras incursões me deixem ver uma cartografia diferente desse lugar. Por estes dias, confinado à minha casa da freguesia da Misericórdia, não posso explorar a cidade física; apenas me é permitida uma outra exploração, menos tangível. Os guias de Lisboa que conheci muito antes de aqui chegar descreviam uma cidade de há muito tempo, que talvez um dia tivesse sido assim. Afirma Pereira, de Antonio Tabucchi, O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, O Rinoceronte e o Poeta, de Miguel Barrero, Lisboa, Um Melodrama, de Leopoldo Brizuela, Het volgende verhaal [A História Seguinte], de Cees Nooteboom, compunham um puzzle cheio de peças educativas e esclarecedoras. Mas as características que aí aparecem, sendo verosímeis nas páginas que li avidamente, já não são as da Lisboa actual: a minha Lisboa, agora desprovida de turistas, com as lojas fechadas, os restaurantes encerrados, os bares silenciosos, os eléctricos quase vazios. A Lisboa que se espreguiça à minha janela como um gato sonolento não é a cidade encharcada de Saramago nem a cidade inquieta de Tabucchi. A atmosfera é outra. E, contudo, algumas coisas estão iguais.»
| Editora | Tinta da China |
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| Editora | Tinta da China |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Alberto Manguel |
Alberto Manguel (1948, Buenos Aires) cresceu em Telavive e na Argentina. Aos 16 anos, trabalhava na livraria Pygmalion, em Buenos Aires, quando Jorge Luis Borges lhe pediu que lesse para ele em sua casa. Foi leitor de Borges entre 1964 e 1968. Em 1968, mudou‑se para a Europa. Viveu em Espanha, França, Itália e Inglaterra, ganhando a vida como leitor e tradutor para várias editoras. Editou cerca de uma dezena de antologias de contos sobre temas tão díspares como o fantástico ou a literatura erótica. É ensaísta, romancista premiado e autor de vários best‑sellers internacionais, como Dicionário de Lugares Imaginários, Uma História da Curiosidade, A Biblioteca à Noite e Embalando a Minha Biblioteca. É actualmente cidadão canadiano e foi director da Biblioteca Nacional da Argentina entre 2016 e 2018. Foi galardoado com o Prémio Formentor das Letras em 2017.
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NovidadeUma História da LeituraUma notável e fascinante viagem pela evolução do leitor e da leitura numa obra que vem colmatar uma lacuna na história da literatura internacional. Um sucesso editorial surpreendente da autoria de um nome que se tem destacado nas áreas do romance, da tradução e da edição. -
NovidadeO Amante Extremamente MinuciosoÀ sombra da igreja de Notre-Dame-la-Grande, em Poitiers, desenvolve-se a fatal aventura estética e amorosa de Anatole Vasanpeine, empregado nuns banhos públicos no início do século XX.Indivíduo cinzento e silencioso, Anatole oculta uma capacidade extraordinária: iniciado na arte da fotografia pelo livreiro e antiquário japonês Kusakabe, o seu olhar capta a realidade em fragmentos, oferecendo ao desejo o prazer que lhe nega a integralidade da imagem. Nas imagens roubadas dos clientes dos banhos, Anatole reconstrói uma geografia do amor: dedos arredondados, pele aveludada, a caverna de uma orelha... Nas suas fotografias, cada criatura torna-se um conjunto infinito de belezas mínimas até ao momento em que, inesperadamente, Anatole encontra a perfeição numa única pessoa.Com zelo de historiador e malícia de ficcionista, em O Amante Extremamente Minucioso Alberto Manguel reconstrói o caso Vasanpeine, deixando aos leitores a tarefa de distinguir entre uma ficção mais credível do que a realidade e uma realidade menos plausível do que a ficção -
NovidadeA Cidade das PalavrasEm A Cidade das Palavras, Alberto Manguel analisa a uma nova luz o aumento da intolerância violenta nas nossas sociedades. Quase todos nós concordamos quanto à desejabilidade do fim do nacionalismo étnico. Esforçamo-nos por construir sociedades que promovam o patriotismo cívico, com valores nos quais todos os cidadãos se revejam. Mas algo não correu bem: revoltas racistas em França, assassínio político nos Países Baixos, atentados bombistas no Reino Unido - serão estes os sintomas de uma experiência multicultural mal-sucedida? Porque nos é tão difícil vivermos juntos, quando as alternativas são verificadamente horríveis? Com a erudição e o espírito que o caracterizam, Alberto Manguel propõe uma abordagem diferente: devemos ouvir o que visionários, poetas, romancistas, ensaístas e realizadores de cinema têm a dizer sobre construção de sociedades. Talvez as histórias que contamos encerrem as chaves secretas do coração humano. De Cassandra a Jack London, da Epopeia de Gilgamesh ao computador Halde 2001: Odisseia no Espaço, Alberto Manguel estabelece paralelos fascinantes e reveladores entre as realidades individuais e políticas do mundo actual e as realidades do mito, da lenda e da história. -
NovidadeUma História da CuriosidadeO livro mais pessoal de Alberto Manguel, onde o escritor traça o mapa da sua própria vida enquanto curioso, recorrendo às leituras que fez ao longo do caminho. Uma História da Curiosidade é uma eloquente mistura de filosofia, literatura e memória. Arranca com a premissa de que a curiosidade é um impulso que liga aprendizagem, imaginação, desenvolvimento e progresso. Na procura de pistas e orientação, o autor recorre ao extenso conjunto de livros que marcaram a sua própria vida. Manguel elegeu para este livro uma série de escritores que instigaram a sua imaginação. Cada capítulo é dedicado a um pensador, cientista ou artista que de algum modo iluminou a pergunta Porquê? Desta galeria de eternos curiosos constam, por exemplo, Tomás de Aquino, David Hume, Lewis Carroll, Sócrates e, acima de todos, Dante. Depois de tudo o que leu e pensou, Manguel pretende inaugurar um diálogo. A curiosidade não é o fim, é o passaporte, o convite para viajar. -
NovidadeA Biblioteca à NoiteA partir da sua mítica biblioteca pessoal, Alberto Manguel, um dos mais conceituados bibliófilos do mundo, conta-nos tudo o que sabe sobre a história, o fascínio e os enigmas das bibliotecas. Ao construir a sua biblioteca com mais de 40 mil livros num antigo presbitério em França, Alberto Manguel debateu-se com as mesmas questões de um qualquer bibliotecário caseiro: é melhor dividir por línguas? A ordem alfabética será a mais prática? Os géneros não deviam estar agrupados?Mesmo que não existam respostas certas, neste livro Manguel conta pelo menos as melhores histórias. Há bibliotecas públicas com secções como «Esgotos: Obras Seleccionadas», e umas privadas onde, alfabeticamente, os amigos-escritores Borges e Bioy Casares ficam lado a lado. Há bibliotecários corajosos que alteram registos de requisição para salvar livros, e livros corajosos que salvam homens torturados. Há livros perdidos, livros proibidos, livros digitais, livros que ficam numa prateleira demasiado alta e livros imaginados - mas todos eles ocupam um espaço e enchem estantes pelo mundo, tal como preenchem esta Biblioteca à Noite. -
NovidadeEmbalando a Minha BibliotecaO comovente obituário de uma biblioteca.A melancólica operação de encaixotar os seus 35 mil livros, que habitavam num antigo presbitério em França, inspira uma das obras mais pessoais de Alberto Manguel.Edição simultânea em Portugal, EUA e Inglaterra.Em 1931, Walter Benjamin escreveu um pequeno ensaio sobre a experiência de desencaixotar a sua biblioteca, aí reflectindo sobre a relação com os seus livros. Décadas mais tarde, Alberto Manguel, escritor, editor, tradutor e um dos maiores bibliófilos do mundo, decide glosar a operação inversa.No início do século, Manguel instalou a sua imensa biblioteca pessoal num antigo presbitério do Vale do Loire, e sentiu que encontrara uma casa para si e para os seus livros. Mas essa morada acabou por não ser permanente, e os milhares de livros de Manguel estão hoje guardados em caixotes, num depósito no Canadá.Embalando a Minha Biblioteca: uma elegia e dez divagações conta esta história, e constitui quase um manifesto diante da ameaça de esquecimento que cai agora sobre as estantes vazias de Alberto Manguel. Aqui se evoca e se reivindica a biblioteca que continua a existir na mente do leitor, o poder da palavra e os jogos de associações e memórias que os livros, mesmo encaixotados, desencadeiam.Segundo Manguel, uma biblioteca é uma autobiografia com muitas camadas, e Embalando a Minha Biblioteca, ao mesmo tempo que evoca um imenso caudal de memórias pessoais, é acima de tudo uma exaltação do livro como só este escritor sabe fazer.Prémio Formentor 2017. -
NovidadeEbookNo Bosque do EspelhoRecorrendo a histórias pessoais e a reflexões literárias ricas em humor e erudição subtil, Alberto Manguel leva-nos a reflectir sobre as delícias e responsabilidades da leitura - uma viagem despoletada pela humanidade do autor, pela sua curiosidade insaciável e extraordinária abrangência da percepção do mundo.Ver por dentro: -
NovidadeMonstros FabulososAS PERSONAGENS LITERÁRIAS QUE GANHAM VIDA E FICAM CONNOSCO PARA LÁ DOS LIVROS por Alberto Manguel, um dos maiores bibliófilos do mundo.Com ilustrações do autor e um «monstro» português: O Mandarim, de Eça de Queirós.Desde a infância, há personagens de livros que começam a fazer parte da vida de quem gosta de ler. Depois, e apesar de nós, os leitores, envelhecermos, e de elas, as personagens, teoricamente ficarem na mesma, vão crescendo connosco, sofrendo mutações, fazendo companhia a outras que vão surgindo e ganhando significado para lá dos livros de onde saíram, como amigos de longa data com quem se partilha experiências e emoções.O bibliófilo Alberto Manguel apresenta neste livro, com erudição e humor, mais de 30 das suas personagens preferidas, desde o Jim de Huckleberry Finn ao monstro de Frankenstein, passando pela Capuchinho Vermelho ou pelo marido da Madame Bovary. Através desta partilha, desafia cada leitor a explorar as suas relações pessoais com este tipo de «monstros» imortais e amorosos, e com o tanto que estes transportam em si da condição humana.«Aprendi a minha experiência do mundo — amor, morte, amizade, perda, gratidão, desconcerto, angústia, medo, tudo isto e a minha própria identidade em mutação — com personagens imaginárias que conheci nas minhas leituras, muito mais do que com a minha misteriosa cara no espelho ou o meu reflexo nos olhos dos outros.»Alberto Manguel,in "Prefácio" -
NovidadeLer Imagens - Em que pensamos quando olhamos para artePodemos ler um quadro da mesma forma que lemos um livro? Existe algum vocabulário que possamos de aprender para nos ajudar a deslindar os seus significados? Quererá ele ser descodificado, decifrado e compreendido? Em Ler Imagens, livro profusamente ilustrado, Alberto Manguel oferece uma instigante meditação sobre as questões que nos colocamos quando estamos diante de uma obra de arte. -
NovidadeEbookLer Imagens- Em que pensamos quando olhamos para artePodemos ler um quadro da mesma forma que lemos um livro? Existe algum vocabulário que possamos de aprender para nos ajudar a deslindar os seus significados? Quererá ele ser descodificado, decifrado e compreendido? Em Ler Imagens, livro profusamente ilustrado, Alberto Manguel oferece uma instigante meditação sobre as questões que nos colocamos quando estamos diante de uma obra de arte.
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NovidadeInglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
NovidadeÉtica no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
NovidadeInteligência ArtificialEste ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro. -
NovidadeVertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
NovidadeGuardas de Passagem de NívelEste livro é um retrato de uma profissão em vias de extinção - a de guarda de passagem de nível. Fala sobre mulheres que trabalham à beira da via férrea, por vezes em sítios remotos e inóspitos, e que têm por missão assegurar que os comboios passem em segurança pelos atravessamentos rodoviários. O autor faz também uma incursão na vida dos ferroviários e num caminho-de-ferro que está a desaparecer: o cantonamento telefónico, as linhas onde a modernização ainda não chegou, ou que estarão um dia para fechar, e onde a segurança da circulação depende essencialmente de meios humanos. -
NovidadePortugal e o Comércio InternacionalO comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é algo de omnipresente no mundo atual, afetando de forma direta e indireta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro. -
NovidadeAs Pescas em PortugalO debate sobre as pescas está viciado por mitos e meias-verdades sobre o condicionamento da Comunidade Europeia, a época áurea do Estado Novo ou o peso que perdeu na economia e na demografia. Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal. -
NovidadeTextos sem Açaime - Crítica do Falso Mundo Liberal Progressista e WokeA visão manicomial do presente baseada na economia como pilar fundamental da sociedade e nos simulacros do progressismo (…) transformou a já degradante sociedade consumista e do espectáculo do homem atomizado numa sociedade do controlo, da vigilância e do pensamento único. Voltamos, passadas décadas sobre o terror dos fenómenos totalitários modernos, a assistir a perseguições, a uma cultura do cancelamento, com pensamentos e opiniões proibidas, julgamentos do passado com as lentes do presente, mortos desenterrados e julgados com o viés activista, assassinatos de carácter, culto da delação, proibição do uso de determinadas palavras, alteração dos significados dos conceitos, controlo total da linguagem e dos comportamentos.