"Este livro de J. Echeverría constitui uma boa panorâmica, bastante completa, da Filosofia da Ciência no século XX, tanto no que se refere aos autores mais significativos, como no que diz respeito aos grandes temas e problemas abordados. Começando com as concepções do Círculo de Viena, termina nos seus antípodas ao tematizar a tecnociência contemporânea e ao abordar a pluralidade axiológica da actividade científica. Mas a forma crítica como se posiciona face às distinções redutoras da Epistemologia apontadas ao Empirismo Lógico não impede que seja concedido um lugar de significativo destaque às várias correntes que prolongaram as suas posições até ao final do século. A sua publicação em português constitui, pois, um óptimo instrumento de trabalho para aqueles que se pretendem iniciar nas questões fundamentais da Epistemologia e da Filosofia da Ciência. Mas, ao mesmo tempo, reclama um verdadeiro trabalho de reflexão filosófica em torno do homem e do sentido de uma das suas mais importantes actividades: a prática científica."
In Nota de Apresentação de João Maria André
Índice
CAPÍTULO 1: O CÍRCULO DE VIENA
A ciência unificada A linguagem fisicalista O critério empirista do significado Verificação Indução e Probabilidade Epistemologia e filosofia da ciência
CAPÍTULO 2: A CONCEPÇÃO HERDADA
Contexto das descobertas e contexto de justificação Versão inicial da concepção herdada A axiomatização das teorias A distinção teórico/observacional As regras da correspondência Modelos de uma teoria científica Redução e explicação científica Críticos da concepção herdada
CAPÍTULO 3: O FALSIFICACIONISMO POPPERIANO
As teorias
científicas O problema da indução A falsificabilidade como critério de demarcação Graus de corroboração de uma teoria A tese do terceiro mundo O realismo crítico A verosimilhança
CAPÍTULO 4: PARADIGMAS E REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS
Os paradigmas científicos Ciência normal e revoluções científicas As matrizes disciplinares Incomensurabilidade entre paradigmas Filosofia da ciência e da história
CAPÍTULO 5: PROGRAMAS E TRADIÇÕES DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
O falsificacionismo metodológico sofisticado Programas, tradições de investigação e progresso científico Heurística positiva e negativa História interna e história externa A filosofia das matemáticas de Lakatos
CAPÍTULO 6: A EPISTEMOLOGIA DEPOIS DE KUHN
A concepção semântica O programa estrutural A abordagem representacional
Filosofia naturalizada da ciência A viragem cognitiva em filosofia da ciência
CAPÍTULO 7: CRÍTICA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
Feyerabend e o pluralismo metodológico
Ciência e ideologia: críticas de inspiração marxista Ciência, tecnologia e política
Os estudos sobre Ciência, tecnologia e sociedade Ciência e Pós-Modernidade
CAPÍTULO 8: OS ESTUDOS SOCIAIS SOBRE A CIÊNCIA
O programa forte em sociologia do conhecimento científico O programa empírico do relativismo A etnometodologia e o programa construtivista Os estudos de ciência e género
CAPÍTULO 9: A FILOSOFIA DA ACTIVIDADE CIENTÍFICA
O debate sobre a ciência e o realismo Hacking: representar o mundo e intervir nele Teoria da acção científica e tecnológica A tecnociência contemporânea Ciência e valores
BIBLIOGRAFIA
Javier Echeverría nasceu em Pamplona (1948). Licenciado em Matemática, Doutor em Filosofia e Doutor de Estado em Letras e Ciências Humanas foi professor na Universidade Politécnica de Madrid e da Universidade do País Basco e investigador em Paris, Bruxelas, Hannover, Chicago e Urbana-Champaign. Actualmente é professor de "Ciência,Tecnologia e Sociedade" no Instituto de Filosofia do Conselho Superior de Investigações Científicas de Madrid e presidente da Sociedade de Lógica, Metodologia e Filosofia da Ciência de Espanha.
Horas de amargura humana para Jesus; horas de paz inefável nas profundezas do se espírito, porque cumpre a vontade de seu Pai. Umas horas, as da oração de Jesus no horto que penetram no fundo da alma do cristão.
«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.»
É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades.
Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação.
Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração.
E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade.
Neste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses.
«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução.
Em tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos.
O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca.
As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento.
Uma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar.
A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra
Experiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano.
Agora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.