Lápis Mínimo
Críticas de imprensa
«Esta [dimensão poética] não elide ou apaga um espaço de reflexão. Através dela dir-se-ia que se procura "o fundamento do texto", mesmo que ele se anuncie como perda ou carência: "Da memória agonizante emerge uma paisagem definitiva». Há um tom deceptivo que se diria afirmar-se existencialmente: Nem imagens, nem ritmos, nem palavras, corpo que nomeia». Ora é esta presença existencial - que já não é uma expressão de subjectividade ou de lirismo - que vem caracterizar fundamentalmente este livro.»
Fernando Guimarães, JL
| Editora | Oceanos |
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| Editora | Oceanos |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ana Marques Gastão |
Ana Marques Gastão é poeta, ensaísta, investigadora e coordena a revista «Colóquio-Letras» da Fundação Calouste Gulbenkian.
Escreveu Tempo de Morrer, Tempo para Viver (1998), Terra sem Mãe (2000), Três Vezes Deus, em co-autoria com António Rego Chaves e Armando Silva Carvalho (2001), Nocturnos (2002), Nós/Nudos – 25 poemas sobre imagens de Paula Rego (Prémio Pen Clube, Lisboa, 2004; Noeuds é o título da edição francesa, 2007), Lápis Mínimo (2008), Adornos (2011), L de Lisboa (2015) e O Olho e a Mão com Sérgio Nazar David (Rio de Janeiro, 2018). Publicou a antologia A Definição da Noite (São Paulo, 2003) e As Palavras Fracturadas (ensaios, 2013). Organizou o livro de entrevistas O Falar dos Poetas (2011) e editou o volume de ensaios de Ana Hatherly, Esperança e Desejo – Aspectos do Pensamento Utópico Barroco (2016). Advogada, foi jornalista cultural durante mais de 20 anos. É membro do CLEPUL da Universidade de Lisboa e consultora/assessora da cátedra Ana Hatherly da Universidade da Califórnia, Berkeley.
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AdornosPartindo da temática dos cinco sentidos, Adornos, de Ana Marques Gastão, consiste numa reflexão sobre as faculdades da alma na sua dimensão física e etérea, tendo em conta as questões do desejo e da interdição, do tempo e da liberdade, do amor e da morte, da memória e do esquecimento. O livro integra cinco capítulos com doze poemas cada um: «Antevisão», «Rapto», «Ondulações», «Inflorescências» e «Confeitos». -
O Falar dos PoetasNesta obra reúnem-se entrevistas realizadas ao longo de vinte anos, desde a década de 90 até hoje. Foram privilegiados diálogos que se detêm na obra (e não apenas num livro), bem como autores que acumulam actividades e dominam diversos domínios do saber. Atravessam este volume poetas também ficcionistas, ensaístas, artistas plásticos, antropólogos, professores do secundário e universitários, jornalistas, críticos, editores, sacerdotes, engenheiros, matemáticos, juristas, políticos, investigadores, historiadores, bloguistas, sendo alguns tradutores. Uns distinguem-se pela escrita, outros são brilhantes no modo de ser do discurso. Por vezes, unem as duas facetas quando dissertam sobre o poema como algo que transforma e se separa de quem o criou. Há-os afectivos e intensos, emocionais e generosos, arrogantes e desconfiados, dóceis e intratáveis; há-os professorais e humildes, inseguros e assustados, tímidos e polémicos, conscientes ou inconscientes da sua grandeza. Alguns deles são tudo isso e ainda mais: poliédricos e misteriosos, jogam, encenam, surpreendem. Entrevistas a: Alberto, Álvaro Lapa, Ana Hatherly, Ana Luísa Amaral, Ana Paula Tavares, António Carlos Cortez, António Franco Alexandre, António Gancho, António Osório, António Ramos Rosa, Armando Silva Carvalho, Bernardo Pinto de Almeida, Casimiro de Brito, Eduardo Pitta, Eugénio Lisboa, Fernando Echevarría, Fernando Eduardo Carita, Fernando Guimarães, Gastão Cruz, Gonçalo M. Tavares, Helder Macedo, Helena Carvalhão Buescu, Helga Moreira, Hélia Correia, Jaime Rocha, João Rui de Sousa, José Agostinho Baptista, José Tolentino Mendonça, Luís Quintais, Manuel António Pina, Manuel Gusmão, Maria do Rosário Pedreira, Maria Teresa Horta, Natércia Freire, Nuno Júdice, Pedro Tamen, Rosa Alice Branco, Silvina Rodrigues Lopes, Vasco Graça Moura, Yvette K. Centeno. -
L de LisboaL de Lisboa é o primeiro livro de poesia a solo que Ana Marques Gastão publica na Assírio & Alvim, após a sua estreia no catálogo da editora em 2001 com o livro Três Vezes Deus, em coautoria com Armando Silva Carvalho e António Rego Chaves. E embora a cidade de Lisboa esteja aqui omnipresente este é um livro que transcende largamente essa unidade temática. Portugal, História e identidade, os tempos presentes, o impuro e a beleza. «Lisboa sim ou talvez não.» -
As Palavras FracturadasAna Marques Gastão é poeta, crítica literária e ensaísta. Coordena desde 2009 a revista Colóquio-Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. Este volume de ensaios, que a Theya Editores escolheu como cartão de visita, recolhe 13 textos sobre o diálogo entre escrita e dança, explorando a forma como estas expressões artísticas se interligam. São ainda abordadas matérias ligadas à origem da escrita e a sua relação com o corpo e a imagem, ao reflexo da melancolia em obras de natureza e épocas distintas (da Idade Média à contemporaneidade), ao diálogo entre poesia e prosa, à filosofia hermética e à psicanálise como eventuais «métodos literários». A aglomeração de saberes e artes na construção romanesca ou poética, bem como a vivência poliédrica, interessaram à ensaísta enquanto temas de reflexão. São analisadas, entre outras, obras de autores tão diversificados como Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, Yvette K. Centeno, António Vieira, Ana Hatherly, Armando Silva Carvalho, Clarice Lispector, Julia Kristeva, Louise Bourgeois, Mário de Sá-Carneiro, Maria Teresa Horta, Sophia de Mello Breyner, Herberto Helder e Vasco Graça Moura. O conjunto destes ensaios resulta do trabalho de alguém que se dedicou, durante mais de vinte anos, à crítica literária, de dança e de artes plásticas, tentando decifrar algumas (im)possíveis ressonâncias de sentido no plano da construção textual e simbólica. -
EbookLápis Mínimo«Ana Marques Gastão é, quanto a mim, entre os poetas chegados ultimamente à poesia portuguesa, o caso de talento mais sólido e criativo.»Maria Teresa HortaVer por dentro: -
EbookAdornosPartindo da temática dos cinco sentidos, Adornos, de Ana Marques Gastão, consiste numa reflexão sobre as faculdades da alma na sua dimensão física e etérea, tendo em conta as questões do desejo e da interdição, do tempo e da liberdade, do amor e da morte, da memória e do esquecimento. O livro integra cinco capítulos com doze poemas cada um: «Antevisão», «Rapto», «Ondulações», «Inflorescências» e «Confeitos».Ver por dentro: -
A Mulher Sem PálpebrasUma novela enigmática sobre a também enigmática relação entre uma mulher e o mundo.Libbie-Emília fica condenada a ver, a não fechar os olhos. A não dormir? A não sonhar? A narrativa, em dez actos, reflecte sobre o desejo, a morte, o tempo, o desajustamento, a imaterialidade das coisas. Matias, Megan, Olímpia, Helena Pyr, a Mulher-Gautama, Dante sem cabeça, Larry, Lora, Ágata, Ctónia, Deboni, Boaxi, John, Sávia, Badoloni, os sem-ouvidos, os seres-granadas, entre outras vozes, dão as mãos nesta dança da escrita. A Mulher sem Pálpebras descreve o itinerário de um corpo ao lado de tantos outros, também o dos poetas, dos artistas, dos místicos.«Interessa, o agora. Essa hora. Aqui.Libbie olha para baixo sem pálpebras. Os pés também não podem ver em excesso, tropeçam, enrolam-se um no outro. O ruído das botas vinha de cima como se as paredes não existissem e o chão fosse transparente. Para isso servem os objectos – estão ali, activam a memória que nada mais é do que um conjunto de presentes-agora sobrepostos a fabricar o futuro.» -
OníricasPartindo da transcrição de sonhos ao longo de várias décadas, Oníricas cruza a rememoração dessas paisagens além-consciência, transfiguradas pela palavra poética, com o ímpeto de captar os seus matizes e vibrações através de uma série de desenhos digitais que acompanham estas composições. O real confunde-se com o onírico numa corrente de matéria apenas traduzível pela palavra, ou, para descrevê-lo como a autora: «Foi como se eu me sentasse no chão e o riscasse, a giz, ao som da música do desconhecido.»
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NovidadeTal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
NovidadeNocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
NovidadeAlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira
