Mulheres da Minha Ilha, Mulheres do Meu País
Igualdades que Abril abriu
As mulheres deste livro nasceram num intervalo de 50 anos. Entre a mais velha e a mais jovem há um mundo de diferenças: o país mudou, as perspetivas e liberdades expandiram-se e, com elas, vieram novas possibilidades e novos obstáculos. Este livro resgata a história dessa transformação a partir de vozes que não fazem parte das estruturas de poder. Num ziguezague entre o presente e o passado, parte da vida de mulheres comuns, de diversas classes sociais, para contar as suas histórias, entrelaçadas com a história do arquipélago da Madeira, lugar de fronteira, e com a história das mulheres em Portugal, dimensão menos conhecida da história do país. Sempre em diálogo com artistas naturais ou residentes na região. É, de certa forma, um livro-exposição, um livro-viagem, mas acima de tudo um livro-testemunho do legado de Abril.
«Querem conhecer a nossa história, enquanto mulheres e enquanto sociedade? Leiam este trabalho incrível da Ana Cristina Pereira. Analisem-no com os vossos alunos, para quem os tiver. É tão necessário olhar para trás e para os lados se queremos mesmo representar TODAS as mulheres! Não ficar fechado num olhar elitista, fruto de uma sociedade profundamente polarizada em termos de classes.»
Rosa Monteiro (secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade de Género)
«É tão bom este trabalho! Ana Cristina Pereira traça um percurso da mulher em Portugal através das mulheres da sua família: as que não estudaram e pariram 16 filhos; as que fizeram a 3.ª classe para depois “casar, ter filhos, cuidar da casa, trabalhar na terra, levar nas ventas quando calhasse”, as que puderam tirar um curso superior e trabalhar fora de casa. É um trabalho investigado e é também uma exposição corajosa, pessoal, que toca quem nela se reconhece por viver ou ouvir contar.»
Cláudia Henriques (investigadora CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade)
| Editora | Bertrand |
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| Categorias | |
| Editora | Bertrand |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ana Cristina Pereira |
Ana Cristina Pereira é mestre em História Moderna pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especializada no poder feminino na corte portuguesa. É autora de várias obras de História. E aventurou-se a escrever um guia para os mais novos, À Conquista de Lisboa: roteiro para pequenos aventureiros, que agora integra o Plano Nacional de Leitura.
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À Conquista de LisboaOs melhores caminhos, as subidas menos cansativas! Pistas, jogos e desafios! À conquista de Lisboa! -
Conquering LisbonOs melhores caminhos, as subidas menos cansativas! Pistas, jogos e desafios! À conquista de Lisboa! -
Meninos de NinguémComo se lê na contracapa do livro, trata-se de «dezoito histórias de miúdos para despertar graúdos». Com posfácio de Luís Fernandes, Meninos de Niguém reúne histórias antes publicadas no Público a escancarar a dura realidade de crianças que crescem em territórios críticos deste Portugal do princípio do século XXI. D. já nem pensa na transexual, sem-abrigo, seropositiva, que agrediu. Sérgio tem dificuldade em adormecer com o tráfico. Ana quer ser traficante. Carolina foge da comunidade terapêutica e seduz «velhos» para comprar droga. Numa pensão manhosa, uma menina espera pela mãe que por sua vez espera por clientes. António e Idalino levantam-se cedo e vão mendigar. Rita já abortou três vezes e já teve uma filha do namorado que a maltrata. Meia dúzia de miúdos troca histórias de terror numa casa-abrigo. Manuel é empurrado de familiar em familiar e posto a trabalhar numa sucata. Celso tomou uma atitude. Maria só pode aspirar a casar, ter filhos, fazer vida de feira. Ana Isabel reclama casa e pouco lhe importa que seja num bairro. Debaixo de holofotes, a família Pinto aguarda o regresso do bebé raptado. Fábio quer ser polícia fora do Aleixo que o viu nascer. Os miúdos dos gangues ETA e PPR tentam fazer figura. Siga, herói para alguns, está preso. Grilo, que ia pelo mesmo caminho, foi morto por um companheiro de gangue. Rúben, que roubava com gozo, mudou de rumo, parece outro. -
Viagens Brancas«É um livro que, sem ser de viagens, é ele próprio uma grande viagem organizada em etapas. E em cada uma dessas etapas, são possibilitadas outras viagens ao leitor. Olhando de forma global para a grande viagem, o livro dá-nos a conhecer diferentes trajectórias de mulheres que de alguma forma estão ligadas ao desvio e à reclusão, a partir da sua relação com a cocaína. São-nos mostrados diversos modos femininos de viver o desvio, o crime e a reclusão. E a viagem por esses modos é simultaneamente ampla mostra-nos como pode ser a participação das mulheres no cultivo da folha de coca, no seu transporte para a Europa, na preparação de doses para venda, na venda, nos consumos, nos tratamentos, nas recaídas e na reclusão e profunda, na medida em que são explorados contextos, espaços, tempos, vivências, crenças e significações da relação mulher-cocaína.» -
A Vida Privada dos BragançaComo se realizavam as festas de casamento, batizados e procissões? Quais os divertimentos da corte e como se passavam os serões no Paço? Quem frequentava os bailes, as corridas de touros ou a ópera italiana? Para onde se deslocava a família real durante as férias de verão? Como eram organizados os bailes de máscaras no Carnaval? Quem vestia o rei e a rainha, quem os servia? Como brincavam os príncipes e as princesas? As historiadoras Ana Cristina Pereira e Joana Troni, autoras de Amantes dos Reis de Portugal e Amantes dos Reis de França, relatam-nos o quotidiano da corte dos Bragança. Da conquista do trono por D. João IV, em 1640, que inicia a quarta dinastia, até ao último rei de Portugal, D. Manuel II. Ao longo destas páginas encontramos a despedida de D. Catarina de Bragança de partida para Inglaterra para se tornar rainha, que mobilizou a cidade de Lisboa em animados festejos. A aclamação de D. João V que rompe com a austeridade dos anos anteriores e traz esplendor para a corte nacional, mas que fica marcada por um episódio conhecido como «boicote das damas». Conhecemos a vida familiar da rainha D. Maria II que gostava de passar o serão a bordar junto das crianças enquanto o seu marido D. Fernando organizava a sua coleção de gravuras. E a paixão pelo mar de D. Carlos que juntamente com a sua mulher D. Amélia tiveram de viver numa corte com custos controlados, em que as festas eram mais modestas. -
Movimento Perpétuo: histórias da migração portuguesaHá um padeiro desterrado em Timor no início da ditadura militar. E dois filhos apanhados ainda pequenos pela II Grande Guerra, resgatados por australianos e recolhidos pela Casa Pia de Lisboa. Há um serrador que cumpriu ordem para combater em Moçambique. E um operário que desertou e fugiu para França. E há uma encruzilhada de outras vidas que as circunstâncias empurram para dentro ou para fora do país. São ecos dos últimos cem anos de migrações portuguesas. -
Lisboa em Festa - Uma Viagem pelas Cerimónias que Marcaram a História da Cidade (Séc. XII-XIX)Uma Festa anuncia-se sempre com um convite e esta não será exceção. Um convite ao Leitor para assistir à Lisboa em Festa, acompanhando a história da cidade a partir de dez cerimónias. É o ponto de partida para a descoberta de uma Lisboa diferente, de outros tempos e outras gentes, mas com uma euforia e emoções talvez não muito diferente dos dias de hoje Encontrar a cidade e o seu pulsar, o viver das suas gentes, não é tarefa fácil e foi este projeto movido pelo sonho e desafio, na ótica da «visita guiada a um mundo possível».
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NovidadeO Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
NovidadeA DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
NovidadeEmílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
NovidadeOriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
NovidadeSavimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
NovidadeNa Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
NovidadeNa Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.