O Amor nas Novelas Pastoris Portuguesas

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Insere-se este estudo no âmbito da investigação que tem vindo a ser desenvolvida, de forma intermitente, em torno da novela pastoril em Portugal. Desde cedo, este género literário foi relegado para a categoria das antigualhas livrescas de escasso interesse e proveito, devido, nomeadamente, à sua breve e discreta aparição no panorama nacional, ao considerável distanciamento histórico e idiossincrático que o aparta dos leitores hodiernos, e ainda, porventura, às ressonâncias culturais espanholas que insinua, num momento em que a assunção de tal vínculo não resultou muito grata. A sua análise diligente impõe-se, todavia, e não deve ser encarada enquanto mero gesto de caridade erudita, mas como um acto de justiça para com um acervo textual que quantitativa e qualitativamente justifica a atenção que se lhe possa dispensar.

Será aqui abordado o tratamento narrativo que nestes textos se concede ao tema do amor, bem como as problemáticas de índole estética, ideológica e epistemológica que para ele confluem e nele se intersectam. Urge a reconsideração de uma vasta panóplia de questões, que vão desde a reelaboração ficcional à qual são submetidos materiais literários e ideológicos precedentes, passando pela articulação entre um difuso aparato de conceitos atinentes ao amor e a sua concretização narratológica, até à subtil interrogação retórica endereçada, por diversas vias, à validade de tais conceitos e dos substratos que os compõem, num universo ficcional que se encontra já a uma distância considerável das convenções matriciais das quais deflui.

Simultaneamente explorado como inexaurível manancial romanesco e apresentado como factor ambiental, digamos, definitório dos vectores filosóficos e literários implicados nos textos que analisaremos, o amor impõe-se como um objecto de estudo imperativo para o justo entendimento da novela pastoril portuguesa e ibérica. Em vasta medida, para o tema do amor confluem múltiplas outras problemáticas ancilares contempladas no corpus, pelo que o sóbrio equacionamento da sua expressão pode servir como um ponto de partida para indagações noutros sentidos.

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Autores A. Ferreira da Silva
A. Ferreira da Silva

Entre outras coisas, A. Ferreira da Silva interessa-se por ambas as modalidades a que o convívio com a Literatura se presta: a criativa e a teórica. Para além do trabalho de investigação académica que desenvolve em torno das literaturas ibéricas dos séculos XV a XVII, dedica-se igualmente à tradução, tendo obtido uma menção honrosa no âmbito do Prémio Vasco Graça Moura 2017, pela sua versão portuguesa das Rimas de Guido Cavalcanti. Em 2019 estreou-se na poesia, com os títulos Cancioneiro de D. Luís Gonzaga e O Novo Paladino (este último publicado pela Manufactura); em 2020 publicou O Último Verão, a sua primeira experiência no domínio da prosa ficcional; e em 2022 incorreu num pontual risco dramatúrgico, com O Purgatório de Namorados.

Cronologicamente, porém, Mortalidade Poética é ainda um primeiro livro, por reunir os seus textos mais antigos.


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