O Anti-Cristo - II Parte - As Teses Selvagens
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Esta obra, editada por Gomes Leal em 1907, é tão diferente de O Anti-Cristo, volume por si publicado em 1884-86, que merece uma edição autónoma. Muitos passos que constavam da primeira edição foram eliminados, tendo sido acrescentados passos novos, como a magnífica sequência de sonetos das Teses Selvagens.
José Seabra Pereira faz, como já vem sendo hábito, a edição de O Anti-Cristo II — As Teses Selvagens, enriquecendo o livro com o seu prefácio. Viajai, pois, leitores, “através das épocas selvagens / e, de História na mão, cruzai pelas estradas, // onde trotam barões, paladins, cavalgadas, // barrigudos cardeais em douradas cavalgadas”.
| Editora | Assírio & Alvim |
|---|---|
| Coleção | Obras de Gomes Leal |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Gomes Leal |
Gomes Leal
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Claridades do Sul“Dandy” saturniano, entre a boémia e a pobreza, entre o prestígio panfletário e o abandono visionário, Gomes Leal (Lisboa, 1848-1921) publicou irregularmente a mais extraordinária e desconcertante obra poética do seu tempo. Personificando a figura romântica do predestinado para os rasgos de génio e para os transes da desgraça, Gomes Leal revelou logo na primeira e insuperada colectânea -Claridades do Sul (1875) - potencialidades ímpares e nunca perfeitamente actualizadas. Aí cruzava todas as tendências do século XIX e por vezes antecipava aspectos do Modernismo e da imaginação surrealista. -
História de Jesus (Para as Criancinhas Lerem)Pouco depois da fulguração poliédrica das Claridades do Sul (1875), e em plena expansão da sua aura de poeta panfletário, vate da emancipação da Consciência humana e da Justiça social, o génio desconcertante de Gomes Leal também ultima O Anti-Cristo e surpreende com a pura narrativa lírica da História de Jesus (1883) - que é canto melodioso das "coisas graciosas" e é “história em verso brando" de um Cristo romântico, "suave Rabi" com o apelo nostálgico do Infinito e com o carisma divino do Eterno. -
A Fome de Camões e Outros Destinos PoéticosEntre a afirmação fulgurante das Claridades do Sul e a suavidade da História de Jesus, Fome de Camões impõe-se sobretudo pelas intervenções da "musa da Revolta" e pelos prenúncios da nova epopeia da emancipação humana (O Anti-Cristo). Entretanto, a reemergência do mito do Poeta, profético e saturniano, nos rituais literários do século XIX, impregnava a obra de Gomes Leal; e o tricentenário da morte de Camões, em 1880, suscita a realização cimeira desse vector: A Fome de Camões, fenomenologia da desgraça em poema épico-alegórico e celebração do "canto heróico, original e novo" que foi o de Camões e de quantos com ele partilharam a predestinação e a condição de génio desditoso. -
O Anti-Cristo I Parte Cristo é o MalO poeta prestigiado pela difusão das Claridades do Sul (1875) não fixa o ímpeto criativo na elaboração de obras como História de Jesus e A Fome de Camões. Desde então, o seu espírito vive dominado por um ambicioso projecto de emancipação irreligiosa, pautada pelo Cientismo e pelo Positivismo: uma epopeia da Consciência moderna, que se quer modelada segundo os cânones literários do Naturalismo - O Anti-Cristo (1884-1886). Mas a euforia combativa vê-se já contrariada pelo pessissimismo irracionalista e um novo sentido do trágico germina no desencantamento científico do Mundo e na despromoção evolucionista do Homem. Assim actua a “imaginação nevrálgica” que Gomes Leal atribui ao herói problemático d’O Anti-Cristo. -
Fim de um Mundo Sátiras ModernasAo findar o século XIX, Gomes Leal já indiciara, pelas fantasias líricas do último decénio e pelos excertos de narrativa ocultista em verso, como pretendia dar cumprimento ao seu anúncio de que aderira à estética do Mistério em desfavor da musa da Revolta. Mas, além de a crise do Ultimatum lhe haver reavivado os brios de poeta panfletário e tribunício, nunca se abstém da denúncia satírica das "Mentiras convencionais", nem abdica dos seus dotes de gazetilha crítica e de humor mefistofélico perante figuras e costumes da vida social e da vida literária. Por isso, Gomes Leal constitui o volume Fim de um Mundo como repositório ilustrativo dessas várias modalidades de intervenção do seu atrevido estro - desde os clamorosos poemas de combate político ("A Traição", "O Hereje", "O Renegado", "Troça à Inglaterra", etc.) até aos epigramas de "Bilhetes postais" e "À janela de Naná", de "Caricaturas a carvão" a "Mefistófeles no cemitério". -
A Mulher de Luto Processo Ruidoso e SingularEmbora querendo-se sempre poeta inspirado e exímio na sátira social e no humorismo mefistofélico, Gomes Leal passa a privilegiar a "estética do Mistério" na viragem do século. A concretização criativa dessa opção fará convergir a receptividade do poeta à crise ideológica do fim-de-século e o seu já antigo gosto pelo fantástico e pelo cruzamento espectral do amor e da morte. A Mulher de Luto (1902) funde essas tendências em narrativa que se singulariza pela feição ocultista e espírita, mas valoriza-se sobretudo como necrografia em que o poeta se projecta, até desfechar em alta expressão lírica do drama pessoal. -
Mefistófoles em Lisboa e Outros Humorismos PoéticosAs "virtudes do riso" e a sua desconcertante feição "mefistofélica" atravessam toda a trajectória de Gomes Leal (1848-1921). Com seus matizes diversos, desde a ironia à sátira ou à paródia, o humor quadrava bem com a condição humana e literária de Gomes Leal e com a sua matriz romântica. Na ambivalência de inconformismo titânico e decepção nostálgica, de visionarismo profético e cepticismo, de pundonor subjectivo e desgosto social, de desassombro crítico e ânsia melancólica, o humorismo ‘transcendental’ afigurou-se indispensável para a realização do Poeta na modernidade cultural. Por conseguinte, depois da colectânea Fim de um Mundo, que constituíra um marco de Sátiras Modernas na viragem do século XIX para o século XX, Gomes Leal organiza novo livro para condensar outra face do seu humorismo poético, fazendo publicar em 1907 Mefistófeles em Lisboa. -
Memórias de uma Época Maldita - I. O Senhor dos Passos da Graça"O conjunto de todos os depoimentos fará correr a jorros uma luz claríssima como de gás acetilene sobre uma das épocas mais originais da História Humana. E então se verá que a obra nada fica a dever em perversidade, e em cenas melodramáticas inesperadas, aos dramas da Camorra, dos Rosa Cruz, ou dos Iluminados da Alemanha, nem em crueldades e paixões tenebrosas e riscadas de vergões sanguinolentos, como listrões de sangue de uma aurora polar, aos flamejantes incêndios de Moscovo e da Comuna de Paris, ou aos dramas ominosos da primeira revolução francesa, nas semanas inexprimíveis e sinistras do Terror.E agora, que já levantámos ao leitor uma pontinha do pano do teatro e do florido cenário — que é Portugal —, onde se vai desenrolar todo o drama sanguinoso e original, narremos como foi que o autor travou conhecimento com a estranha figura de revoltado, que vai abrir as páginas da nossa história, e cujas feições tanto nos intrigaram ao princípio, como se fosse o próprio diabólico Melmoth, mas irreconciliado.Atenção: o singularíssimo drama vai começar." -
História de um Casamento Triste - e outros contos“Então comecei, afundando-me cada vez mais num desesperado desalento, a apaixonar-me realmente e sem remédio pelo encanto misterioso da minha esposa. Quando ela saía ia sempre vagaroso, atrás dela, à distância, seguindo os seus inocentes passos, minado por um ciúme ridículo. Em casa espreitava todos os seus gestos, as suas palavras, as suas ordens, e até as suas orações mesmo. Mas com isto eu só consegui apenas, por calamidade, fazer-lhe compreender completamente que a amava, sem nunca conseguir fazer-me estimar.” Livros cosidos, com folhas não aparadas, à semelhança do que se fazia no passado. A editora liga assim a coleção à História do Livro e associa-lhe uma vantagem ecológica, evitando o desperdício de papel.
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
