O Marquês de Pombal e a Unificação do Brasil
O Marquês de Pombal é uma chave importante para compreendermos dimensões relevantes do Portugal e do Brasil de hoje e até de outros países que a sua ação política influenciou. A sua política reformista é fundamental para o processo de unificação do Brasil e das condições estruturantes para a futura independência deste que é um dos maiores países do mundo.
A reforma administrativa civil que visava garantir a soberania do Estado em todo o território, a reforma linguística que impôs o português como língua única, a mudança da capital da Bahia para o Rio de Janeiro, a lei da liberdade dos ameríndios, a expulsão dos Jesuítas e o fim dos aldeamentos missionários autónomos administrados por religiosos, o estabelecimento das bases do ensino público, a criação da companhia monopolista para o Grão-Pará e Maranhão, a continuação do impedimento de criação de universidades nas colónias, são algumas das medidas políticas josefino-pombalinas que impediram a fragmentação política do imenso território que passou a designar-se como brasileiro, conferindo-lhe uma coerência e unidade maior.
Esta política colonial dirigida sob a batuta do rei D. José I e do seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo foi fundamental para a construção do Brasil que hoje conhecemos, sendo precursora do sucesso da sua autodeterminação proclamada no século seguinte, no ano de 1822, com o simbólico grito do Ipiranga de D. Pedro.
| Editora | Temas e Debates |
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| Editora | Temas e Debates |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luiz Eduardo Oliveira, José Eduardo Franco |
(Ribeira Grande, Machico, Madeira, 17 de Fevereiro de 1969) é um historiador, poeta, ensaísta e jornalista português.
Tem vindo a desenvolver um vasto trabalho como autor, coordenador e co-coordenador de vários projectos de investigação nos domínios das Ciências Sociais e Humanas.
Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe. Editor-chefe da Revista de Estudos de Cultura (REVEC). Diretor da Cátedra Marquês de Pombal (Camões, I.P./ Universidade Federal de Sergipe). Bolsista de Produtividade do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Autor de A Língua do Outro: ensaios sobre ensino, literatura e cultura de língua inglesa no Brasil (Pontes, 2022); A Historiografia Brasileira da Literatura Inglesa: uma história do ensino de inglês no Brasil (1809-1951) (Pontes, 2015); O Mito de Inglaterra: anglofilia e anglofobia em Portugal (1386-1986) (Gradiva, 2014) e Gramatização e Escolarização: para uma história do ensino das línguas no Brasil (1757-1827) (Editora UFS, 2010), além dos romances Mergulho (Pontes, 2021) e Desandada: uma história aracajuana (Mondrongo, 2023).
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O Esplendor da AusteridadeAs ordens religiosas e o seu valioso património constituem uma dimensão importante da paisagem cultural e simbólica do nosso país. A importância e impacto modelador da «omnipresença» do pessoal monástico no tecido social da nossa história multissecular estão bem ilustrados tanto na monumentalidade do património edificado que tem resistido à erosão do tempo e da acção do homem político nos seus antagonismos e cumplicidades com esta herança, como na paisagem literária e cultural. O curso da História de Portugal ficou marcado pela presença constante das ordens religiosas militares, contemplativas, canonicais e mendicantes e pelo papel determinante que representaram na fundação do Reino e na expansão portuguesa, terrestre e marítima. Podemos afirmar que houve, desde os primórdios do projecto político da construção do Reino chamado de Portugal, um casamento ou contrato de cooperação íntima entre ordens religiosas e o ideário de edificação de um país com uma língua e uma identidade cultural próprias. Desligar as ordens religiosas deste processo é perder uma parte relevante da nossa história. O Esplendor da Austeridade é o ponto de síntese, altamente ilustrado e destinado ao grande público, do trabalho que tem vindo a ser realizado, de há dez anos a esta parte, por uma equipa de investigadores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A sua investigação visa o conhecimento mais global e aprofundado da história da experiência monástica cristã materializada em instituições pluriformes que se metamorfosearam em diferentes expressões e contextos ao longo da história portuguesa. -
Dicionário dos Antis: a cultura portuguesa em negativo - Vols. 1 e 2«Apresentamos ao leitor uma obra inesperada, sem dúvida inusitada, mas que não deixa, por isso, de ser fascinante. Propomos um olhar diferente, um olhar sobre o avesso da cultura portuguesa, em articulação com os dinamismos construtivos e disruptivos das suas congéneres internacionais.»Da IntroduçãoEditado em dois volumes numerados e rubricados, o Dicionário dos Antis é uma obra ilustrada que procura precisamente sistematizar todas as correntes e discursos centrados numa perceção negativa do «outro» na história de Portugal, desde o século XII até à atualidade.Com direção de José Eduardo Franco, esta obra única é o resultado de um projeto científico que permite responder a uma carência da historiografia portuguesa e europeia. -
Dicionário Histórico das Ordens - Institutos Religiosos e outras Formas de Vida Consagrada Católica em PortugalMais do que um dicionário comum, estamos diante de uma verdadeira enciclopédia desenvolvida em que se condensa o conhecimento sistematizado sobre a extraordinária multiplicidade de instituições de vida consagrada integradas ao longo dos séculos na Igreja Católica. Esta obra de grande fôlego mostra, de forma rigorosa e profusamente ilustrada, o quanto tantos monges e monjas, frades e freiras tiveram e continuam a ter presença e influência significativas em Portugal. As Ordens, as Congregações, os Institutos Seculares e as Novas Comunidades de Vida Consagrada, ramos que brotam do tronco multimilenar do monaquismo cristão, têm revelado, ao longo da nossa história, um dinamismo empreendedor no plano da Missionação, da Arte, do Património, da Cultura, da Ciência e da Espiritualidade. As marcas qualificadas do empreendedorismo das ordens, realizado com o patrocínio do poder político e económico, são mais notáveis no plano do património monumental traduzido nas imensas edificações de igrejas, mosteiros e conventos, muito visíveis em todo o território português. Estas constituem, de facto, uma das partes mais importantes da herança monumental do nosso país. Na época contemporânea, marcada por relações de conflito entre ordens, congregações e Estado, esta obra mostra que estas instituições, muitas vezes perseguidas e expulsas, tiveram uma capacidade extraordinária de resistência, renovação, regresso e renascimento em Portugal. Hoje, a sua acção continua a ser de grande dimensão e valia, não só na Igreja, mas também ao serviço da sociedade portuguesa. Encontramos estes homens e mulheres, marcados pelo seu estilo de vida consagrado, ao serviço da Educação, da Assistência Social, da Saúde e da Evangelização. É a história fascinante dessas instituições e dos seus protagonistas que aqui nos é dada a conhecer. Ligando passado e presente, este dicionário enciclopédico oferece um instrumento de conhecimento global sobre a grande diversidade e deriva histórica de instituições que revelaram extrema capacidade de metamorfose para efeitos de adaptação aos desafios de cada tempo. -
Arquivo Secreto do Vaticano - Expansão Portuguesa - Documentação (3 Volumes)O Arquivo Secreto do Vaticano, que vulgarmente se considera um dos mais reservados do mundo, é, sem dúvida, um desses templos míticos da sabedoria, com o qual talvez apenas a biblioteca de Alexandria, a maior da Antiguidade, possa rivalizar. Na realidade, aquela que era, afinal, a biblioteca privada do Papa, tem acumulado, ao longo dos séculos, informação única, inédita e preciosa acerca dos dois mil anos de história da Igreja no seu intercâmbio com o mundo dos Homens. Com esta obra em três Tomos pretende-se desvendar uma parcela desse imenso arquivo, revelando documentação desconhecida e referente ao período da Expansão Portuguesa até ao século XX. Preparada por uma vasta equipa de investigadores que durante cerca de década e meia analisou o fundo da Nunciatura de Lisboa patente no Arquivo Secreto do Vaticano, esta obra monumental assume-se como um instrumento de pesquisa essencial para o conhecimento da história, da política, da religião e da sociedade no quadro das relações de Portugal com as vastas regiões do seu Império Ultramarino. Tomo I - Costa ocidental de África e ilhas atlânticas Tomo II - Oriente Tomo III - Brasil -
Uma Comunidade de Cristãos«A paróquia é a comunidade dos discípulos de Cristo. Ela é chamada a ser o que, noutro contexto, eram as primitivas comunidades cristãs dos tempos apostólicos, como as de Jerusalém, Éfeso ou Antioquia. Aqui se situam o sentido e o motivo mais profundos desta reflexão. No tempo da nova evangelização, a paróquia não perdeu a sua missão indeclinável; mas, para a cumprir, é necessário que a sua natureza comunitária ilumine todos os outros aspetos e realidades.» (O Autor, no «Prefácio») -
A Europa ao Espelho de Portugal - Ideia(s) de Europa na Cultura Portuguesa«É nossa condição irrenunciável sermos europeus, pois a Europa é a nossa matriz geográfica e cultural. Neste globo, que ajudámos a encurtar, a geografia sempre foi condicionante da cultura. A Europa é, para nós, um facto. Mas a Europa, para além de facto, por vezes mais próximo e outras mais distante, sempre foi um mito.O historiador José Eduardo Franco, especialista dos mitos na cultura portuguesa, analisa neste livro, que percorre toda a história de Portugal, os mitos que fomos construindo a respeito do continente que integramos. Numa época em que a Europa - e nós nela e com ela - se encontra em profunda crise, recomendo vivamente esta reflexão de José Eduardo Franco, que nos permite assentar no passado as nossas reflexões sobre o futuro. O futuro é obviamente uma incógnita. Apesar de o Padre António Vieira ter escrito a História do Futuro, a Segunda Lei da Termodinâmica impõe a diferença entre passado e futuro, impedindo que exista ou venha algum dia a existir uma história do futuro. Mas haverá com toda a certeza futuro e não há futuro sem história. O conhecimento e a compreensão da história ajudam-nos a construir o futuro.»Do Prefácio de Carlos Fiolhais -
Madeira Global - Grande Dicionário Enciclopédico da Madeira (vol. 2)O século XXI será cada vez mais o século do conhecimento, tido como meta e prioridade em ordem ao progresso dos povos. O conhecimento é o novo nome do desenvolvimento. Os países e as regiões distinguir-se-ão, acima de tudo, pela cultura e pela ciência, como capitais decisivos para gerar inovação, novas fontes de riqueza e saídas alternativas em ordem à sobrevivência da humanidade para além das fronteiras, agora estreitas, do nosso planeta Terra. Não podemos descurar que aquele período da nossa história, em que Portugal se salientou no palco das nações do mundo pelas viagens de descoberta dos caminhos marítimos, teve na base a acumulação, a gestão inteligente e a aplicação adequada de um conhecimento científico e técnico. Este capital de saber permitiu ao nosso país criar a primeira rede de influência global no dealbar da Época Moderna e tornar-se, ao lado de Espanha, o pioneiro, ou seja, o pai da globalização em que hoje vivemos plenamente.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?