O Morgado de Fafe
Dois anos depois de a peça O Morgado de Fafe em Lisboa ter sido estreada no Teatro de D. Maria II, Camilo Castelo Branco leva à cena, no mesmo teatro, a peça O Morgado de Fafe Amoroso.
Para além da contestação dos modos e da moda do estereotipado teatro romântico, estas comédias notabilizaram-se pelo efeito cómico do ridículo e cáustico com que são abordados certos ambientes e personagens características do Portugal de meados do séc. XIX.
| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
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| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Camilo Castelo Branco |
Nasceu em 1825, em Lisboa, e faleceu em 1890, em S. Miguel de Seide (Famalicão). Com uma breve passagem pelo curso de Medicina, estreia- -se nas letras em 1845 e em 1851 publica o seu primeiro romance, Anátema. Em 1860, na sequência de um processo de adultério desencadeado pelo marido de Ana Plácido, com quem mantinha um relacionamento amoroso desde 1856, Camilo e Ana Plácido são presos, acabando absolvidos no ano seguinte por D. Pedro V. Entre 1862 e 1863, Camilo publica onze novelas e romances, atingindo uma notoriedade dificilmente igualável. Tornou-se o primeiro escritor profissional em Portugal, dotado de uma capacidade prodigiosa para efabular a partir da observação da sociedade, com inclinação para a intriga e análise passionais. Considerado o expoente do romantismo em Portugal, autor de obras centrais na história da literatura nacional, como Amor de Perdição, A Queda dum Anjo e Eusébio Macário, Camilo Castelo Branco, cego e impossibilitado de escrever, suicidou-se com um tiro de revólver a 1 de Junho de 1890.
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Páginas Quase EsquecidasEstas Páginas Quase Esquecidas, são uma colectânea de prefácios escritos por Camilo para obras alheias, compilados, anotados e prefaciados por Alexandre Cabral, de indubitável interesse para o conhecimento genial do escritor, tanto mais que, não reflectindo, por pertencerem a um género «menor», os aspectos fulgurantes e até mais conhecidos do seu talento, revelam, em contrapartida, devido à sua espontaneidade, uma visão mais íntima do seu temperamento de artista. -
Amor de PerdiçãoÉ uma obra equilibrada, com enredo conciso, sem episódios dispersivos, sem um número excessivo de personagens, quase sem considerações do autor, com uma linguagem adequada, substancialmente romântica, na correspondência trocada entre Simão e Teresa, mas saborosamente popular em João da Cruz, franca, viva, cheia de conceitos populares, e, por outro lado, intencionalmente irónica, caricatural, entre as freiras do convento, a anunciar já o escritor de transição para o realismo. -
A Queda dum AnjoUma das novelas mais célebres de Camilo Castelo Branco (publicada em 1866 no Porto), constitui uma notável caricatura da vida política nacional, mas também uma parábola humorística acerca do desvirtuamento do Portugal antigo. O protagonista, Calisto Elói, um fidalgo transmontano, austero e conservador, é uma espécie de encarnação satírica desse Portugal: eleito deputado, Calisto vai viver para Lisboa, onde se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital, tomando como amante uma prima afastada, Ifigénia, e transitando da oposição miguelista para o partido liberal no governo. Ironicamente, a esposa de Calisto, Teodora, uma aldeã prosaica, imita-o na devassidão: vendo-se desprezada pelo marido, une-se a um primo interesseiro e sucumbe ela própria aos vícios da modernidade. -
Amor de PerdiçãoObra incontornável do movimento romântico português, Amor de Perdiçãoleva-nos a conhecer uma das mais apaixonantes histórias de amor de todos os tempos. Simão e Teresa (qual Romeu e Julieta) pertencem a famílias inimigas, mas a paixão que os une fá-los acreditar que tudo é possível. Poderá este amor vencer todos os obstáculos ou será o caminho para a sua perdição? -
Amor de PerdiçãoPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para a Formação de Adultos, como sugestão de leitura - Grau de Dificuldade II. Foi inspirado pelas suas próprias desventuras amorosas e pela peça de Shakespeare, Romeu e Julieta, que Camilo Castelo Branco escreveu Amor de Perdição, o seu romance mais famoso. Obra emblemática do Romantismo português, Amor de Perdição conta-nos a história de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, dois jovens que pertencem a famílias distintas de Viseu. Entre ambos nasce um amor que são obrigados a calar pois as suas famílias são rivais e tudo farão para os separar. Mas os amantes acabarão por mostrar através do mais dramático dos actos, que nada, nunca, destruiráo sentimento que os une. -
A Queda dum AnjoUma das novelas mais célebres de Camilo Castelo Branco (publicada em 1866 no Porto), constitui uma notável caricatura da vida política nacional, mas também uma parábola humorística acerca do desvirtuamento do Portugal antigo. O protagonista, Calisto Elói, um fidalgo transmontano, austero e conservador, é uma espécie de encarnação satírica desse Portugal: eleito deputado, Calisto vai viver para Lisboa, onde se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital, tomando como amante uma prima afastada, Ifigénia, e transitando da oposição miguelista para o partido liberal no governo. Ironicamente, a esposa de Calisto, Teodora, uma aldeã prosaica, imita-o na devassidão: vendo-se desprezada pelo marido, une-se a um primo interesseiro e sucumbe ela própria aos vícios da modernidade. -
Amor de PerdiçãoFoi na prisão, inspirado pela sua própria vivência pessoal, que Camilo Castelo Branco escreveu Amor de Perdição , uma das suas obras mais divulgadas, um romance que gira em torno de dois jovens de famílias rivais, Simão Botelho e Teresa Albuquerque, que se apaixonam perdidamente um pelo outro. -
Vinte Horas de LiteiraEm Vinte Horas de Liteira, Camilo Castelo Branco desenvolve uma reflexão em regime dialógico, acerca da literatura, da narrativa e de diversos aspetos da sua composição. É em viagem com o amigo António Joaquim, durante vinte horas balanceadas numa liteira, que o romancista ouve histórias e responde com comentários e com o testemunho da sua experiência literária. No trajeto que vai desde uma aldeia perdida no Marão até ao Porto, encena-se a cumplicidade existente entre o movimento da viagem e o ato de contar histórias; além disso, a loquacidade de António Joaquim e as vivências pessoais que ele convoca estimulam o debate sobre questões prementes para o ofício de escritor (p. ex., a dialética entre imaginação e prática de vida), num tempo em que começam a manifestar-se as exigências representacionais do realismo em emergência. Observações: Coordenação de Carlos Reis, introdução e nota biobibliográfica de Maria Fernanda de Abreu. -
A SereiaNeste eterno clássico da literatura portuguesa, A Sereia , Camilo elege duas realidades antagónicas: o amor e o conflito, que sincronamente convivem através da narrativa intensa, apaixonada e apaixonante, tão característica do autor. A presente edição, da responsabilidade de Ângela Correia e Patrícia Franco, acrescenta à genialidade do autor o rigor crítico e notas que contribuem para um olhar científico da obra e do seu autor, e que se colocam a par da íntima experiência da leitura. «Uma noite na ópera, a primeira que houve no Porto, e suas consequências. Mais que a sentimentalidade amorosa, a exposição do poder paterno: austero e intransigente, cruel e violento, ao cabo encurralado e destroçado. Um livro implacável.» -
Novelas do MinhoEntre 1875 e 1877 Camilo Castelo Branco deu à estampa os oito títulos de As Novelas do Minho: Gracejos Que Matam, O Comendador, O Cego de Landim, A Morgada de Romariz, O Filho Natural, Maria Moisés, O Degredado e A Viúva do Enforcado.Mais do que um retrato minhoto é a descrição do Portugal contemporâneo de Camilo, num registo realista, satírico e crítico, onde o bucolismo idílico cede o lugar à dura realidade.Com nota editorial e discreto aparato crítico, este volume da Edição Crítica de Camilo Castelo Branco, tem edição de Ivo Castro e Carlota Pimenta.«A melhor arte da novela breve, recapitulação e reafirmação do mundo de Camilo: ou a mais acessível colectânea de comprovantes de que o romanesco camiliano não é propriamente minhoto.»Abel Barros Baptista
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.