O Morto
Sr Teste
2023
13,01 €
Envio previsto até
Nº 55 COLECÇÃO FULGOR QUOTIDIANO
| Editora | Sr Teste |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Sr Teste |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Georges Bataille |
Georges Bataille
Georges Bataille (1897-1962) foi um escritor, filósofo, ensaísta e crítico francês. Entre os episódios mais marcantes da sua vida, encontra-se a mobilização para a Primeira Guerra Mundial, a adesão ao catolicismo e subsequente perda de fé, a experiência da psicanálise e o contacto com o movimento surrealista - de que posteriormente se veio a desvincular - o envolvimento com o círculo comunista democrático ou a luta contra o fascismo. A sua obra foi escrita sob o signo do excesso, do sagrado, da transgressão e do erotismo.
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A Literatura e o MalNeste livro, Bataille analisa de forma magistral as obras de Emily Brontë, Charles Baudelaire, Michelet, William Blake, Marquês de Sade, Proust, Kafka e Jean Genet, obras que são, de um modo ou de outro, atravessadas pelo mal. Bataile acompanha estes autores numa escrita caracterizada pela radicalidade do seu própio pensamento.«Estes estudos respondem aos esforços que prossegui para esclarecer o sentido da literatura... A literatura é o essencial, ou nada é. O Mal - uma forma aguda do Mal -, da qual ela é a expressão, tem para nós, na minha opinião, o valor supremo. Mas esta concepção não implica a ausência de moral, exigindo antes uma "hipermoral".» -
As Lágrimas de ErosEm As Lágrimas de Eros, que ficou como seu último texto publicado em vida (1961), Bataille reafirma em mais extenso o que já estava lateralmente enunciado por textos anteriores. Uma frase de «La Signification de l’Érotisme» como que se fez pré-anúncio do programa dos seus capítulos: «Desde o berço até à morte, a sexualidade é base de uma agitação que o ingénuo pensamento comum, imbuído de idealismo, conhece mal»; em «Genèse» deixou registado o que poderia ser seu sumário: «O erotismo é um abismo. Querer iluminar-lhe a profundidade exige ao mesmo tempo grande vontade e uma lucidez tranquila, a consciência de tudo o que uma intenção tão contrária ao senso geral põe em causa; ele é, de facto, o mais horrível e também o mais sagrado»; em «La Souveraineté» referiu-se ao carácter, indissociável do comportamento erótico da humanidade, que é também central nesta sua exposição: «As proibições mantêm o mundo organizado pelo trabalho - e, possivelmente, até onde podem fazê-lo - ao abrigo da perturbação que a morte e a sexualidade imparavelmente lhe introduzem: esta animalidade em nós perdurável e, podemos acrescentar, constantemente introduzida pela vida e pela natureza que são como uma lama de onde saímos». Recorrência e confirmação, que sempre lhe foram caras, de «já tudo ter estado em tudo», sucessivas lâminas numa obra que se completa, rediz e a todo o momento reconstrói. [ Da Introdução de Aníbal Fernandes ] -
O Nascimento da ArteA caverna de Lascaux no vale da Vézère, a dois quilómetros da pequena cidade de Montignac, não é só a mais bela, a mais rica das cavernas pré-históricas com pinturas; mas desde logo o primeiro sinal sensível que nos chegou do homem e da arte. [ ] Esta extraordinária caverna não pode deixar de transtornar quem a descobre; nunca deixará de responder a essa expectativa de milagre que é, na arte ou na paixão, a mais profunda aspiração da vida. Muitas vezes achamos infantil esta necessidade de ficarmos maravilhados, mas voltamos sempre a ela. O que parece digno de ser amado é sempre o que nos transtorna, o inesperado, o inesperável. Como se a nossa essência estivesse por paradoxo ligada à nostalgia de alcançar o que tínhamos considerado impossível. Sob este ponto de vista, Lascaux reúne as mais raras condições: a sensação de milagre que hoje nos dá a visita da caverna, ligada acima de tudo à oportunidade da descoberta, é de facto duplicada pela sensação de um inaudito carácter que estas figuras tiveram aos olhos dos que viveram no tempo da sua criação. Para nós, Lascaux situa-se a partir de agora entre as maravilhas do mundo; embora estejamos em presença da incrível riqueza que a sucessão dos tempos amontoou. Mas qual teria sido a sensação dos primeiros homens que se viram no meio destas pinturas, apesar de não extraírem delas, como é evidente, um orgulho semelhante aos nossos (tão estupidamente individuais)? Teriam sentido, como é evidente, um prestígio imenso. O prestígio que se liga, pensemos nós o que pensarmos, à revelação do inesperado. É sobretudo neste sentido que falamos do milagre de Lascaux; porque em Lascaux a humanidade juvenil mediu pela primeira vez a extensão da sua riqueza. Da sua riqueza, isto é, do poder que tinha de chegar ao inesperado, ao maravilhoso. [Georges Bataille] -
Teoria da ReligiãoDe certa maneira, o mundo é ainda, de um modo fundamental, imanência sem limite claro (escoamento indistinto do ser no ser, lembro-me da instável presença das águas dentro das águas). De modo que a posição, no interior do mundo, de um «Ser supremo», distinto e limitado como uma coisa, é antes de tudo um empobrecimento. Há certamente na invenção do «Ser supremo» a vontade de definir um valor maior que todos os outros. Mas esse desejo de aumentar resulta numa diminuição. A personalidade objectiva do «Ser supremo» situa-o ao lado de outros seres pessoais de natureza semelhante, sendo ele próprio ao mesmo tempo sujeitos e objectos, mas dos quais difere claramente. -
Método de Meditação/ A Prática da Alegria Perante a Morte/ Instruções Para o Encontro na FlorestaEste tríptico torna clara a raíz do pensamento de Georges Bataille. Nele encontramos uma aproximação filosófica aos seus textos mais íntimos, passando pela sua tomada de posição fora da filosofia académica, fugindo ao tom professoral. Riso, êxtase, ritual, meditação, erotismo, soberania... Todos estes conceitos vividos fora do cânone, pois trata-se aqui de pensamento e biografia em constante movimento, constante inquirição, constante vivência numa tentativa inconstante de expressão, pois deve-se dirigir ao silêncio o que não é possível dizer-se.A tradução do primeiro texto é de Ricardo Ribeiro. A dos restantes textos pela tríade maior: Ana Mata, Sara Belo e Teresa Projecto.A composição gráfica é de Catarina Domingues.As imagens são de Nuno Nunes-Ferreira que tomou à letra a ideia de jogo batalliana onde o leitor é convidado a jogar tendo o canhenho como tabuleiro e bússola. -
A Experiência InteriorInclassificável e indomável, Georges Bataille é uma figura singular na filosofia e antropologia contemporâneas. Paradoxalmente apelidada, pois que culmina numa fusão do interior e do exterior, do sujeito e do objeto, A Experiência Interior (1943, reescrita em 1954) foi a sua primeira obra de grande difusão. Por «experiência interior» deve entender-se aquilo a que habitualmente chamamos experiência mística (meditação, êxtase ou iluminação, isto é, uma consciência de si soberana), conquanto aquilo que o autor tinha em mente estivesse nos antípodas da ideia de transcendência no sentido tradicional do termo. Trata-se, pois, de uma «nova teologia mística», na qual Deus não tem lugar, nem a moral, nem a redenção, nem a autoridade, exceto aquela que ela própria funda e expia, contestando o conhecido e acolhendo o não-saber. Não é uma teologia da salvação, mas da perdição, que não exclui a angústia, mas que lhe faz frente, procurando metamorfoseá-la em deleite. Fragmentário, caleidoscópico, ingovernável, este é um texto de uma profundidade aterradora, pois trata-se de considerar a vida a partir de dentro, com a sua inextricável mistura de riso e tragédia. -
A Experiência InteriorInclassificável e indomável, Georges Bataille é uma figura singular na filosofia e antropologia contemporâneas. Paradoxalmente apelidada, pois que culmina numa fusão do interior e do exterior, do sujeito e do objeto, A Experiência Interior (1943, reescrita em 1954) foi a sua primeira obra de grande difusão. Por «experiência interior» deve entender-se aquilo a que habitualmente chamamos experiência mística (meditação, êxtase ou iluminação, isto é, uma consciência de si soberana), conquanto aquilo que o autor tinha em mente estivesse nos antípodas da ideia de transcendência no sentido tradicional do termo. Trata-se, pois, de uma «nova teologia mística», na qual Deus não tem lugar, nem a moral, nem a redenção, nem a autoridade, exceto aquela que ela própria funda e expia, contestando o conhecido e acolhendo o não-saber. Não é uma teologia da salvação, mas da perdição, que não exclui a angústia, mas que lhe faz frente, procurando metamorfoseá-la em deleite. Fragmentário, caleidoscópico, ingovernável, este é um texto de uma profundidade aterradora, pois trata-se de considerar a vida a partir de dentro, com a sua inextricável mistura de riso e tragédia. -
O ErotismoTabu e sacrifício, transgressão e linguagem, morte e sensualidade, economia e excesso, eis os temas deste estudo incontornável de Georges Bataille, filósofo, romancista, poeta, pornógrafo e fervoroso católico, que tinha nos bordéis de Paris a sua verdadeira Igreja. Para Bataille, o erotismo está intimamente ligado à morte e à religião, à nostalgia da continuidade que os seres sexuados, distintos uns dos outros, separados por um abismo, sentem como uma perda irreparável. O erotismo, como os ritos sacrificiais, busca redimir esta descontinuidade. Mas este excesso vital desafia a organização das sociedades, baseada no trabalho, na razão e na cooperação. Daí o nascimento das proibições e a institucionalização da transgressão, através da instituição do tempo da festa e da orgia sagrada. De Emily Brontë a Sade, de Santa Teresa a Claude Levi-Strauss e ao Dr. Kinsey, Bataille não deixa por estudar nenhuma manifestação do erótico, abrangendo temas como a prostituição, o êxtase místico, a crueldade e a guerra organizada. Para o autor, o erotismo é uma busca psicológica em nada estranha à morte. «[...] um dos mais originais e inquietantes pensadores, que, na esteira de Sade e Nietzsche, se confrontou com a possibilidade do pensamento num mundo que perdeu o seu mito de transcendência.» Peter Brooks, New York Times Book Review «Bataille é um dos mais importantes escritores do século.» Michel Foucault «[Um] livro urgente e empolgante sobre amor, sexo, morte e espiritualidade.» Mark Price, Philosophy Now -
O ImpossívelTRADUÇÃO: TERESA PROJECTOIMAGENS: ANAMARY BILBAO
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».
