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Detalhes do Produto
- Editora: Assírio & Alvim
- Categorias:
- Ano: 2016
- ISBN: 9789723718843
Sinopse
Foi Tagore (com a assistência de Evelyn Underhill) quem efectuou a primeira tradução dos
poemas de Kabir para uma língua ocidental (1914). Trata-se já de uma tradução em segunda
mão, feita a partir da tradução do hindi para bengali de K. M. Sen. Dizia John Stratton
Halley que «as traduções são como rios - as suas nascentes muitas vezes escondidas e os
seus destinos potencialmente oceânicos». Essa tradução encontrou eco de imediato em Yeats
e em muitos outros poetas. Não será alheio ao sucesso que esses poemas encontraram no
ocidente, o facto de terem sido traduzidos por um poeta com a qualidade de Tagore. As
«Songs of Kabir» serviram de base (e continuam a servir) para outras traduções e
recriações nas mais diversas línguas (entre elas as de Robert Bly, André Gide e Czeslaw
Milosz). Também Ezra Pound sucumbiu ao encanto de Kabir (há dez poemas seus nas
«Translations», embora a fonte não tenha sido Tagore). Mais recentemente surgiram
traduções académicas, entre as quais convém assinalar as de Charlotte Vaudeville («Au
cabaret de l`amour»), de Linda Hess («The Bijak of Kabir») e a de V.K. Sethi («Kabir - the
Weaver of God´s Name». As traduções apresentadas neste livro beberam de várias fontes
(sendo também a principal a de Tagore).
Pouco se sabe sobre a vida de Kabir, para além do que deixam adivinhar os seus poemas, as
hagiografias e as lendas. Terá vivido em Varanasi (Benares), o mais sagrado dos lugares
sagrados hindus e simultaneamente um centro de comércio e peregrinação, na primeira metade
do século XV. Nascido de uma viúva brâmane e adoptado por uma família da casta dos
tecelões, convertida à fé islâmica, Kabir revela nos seus poemas um profundo conhecimento
quer do hinduísmo quer do islamismo (e dentro deste do sufismo). De Varanasi, uma cidade
que prometia a salvação a todos os que nela morressem, ter-se-á retirado no fim da vida
para uma obscura cidade chamada Magahar.A vida de Kabir confunde-se com a lenda. Desses
episódios lendários da vida de Kabir há especialmente dois que gostaria que tivessem sido
reais: o primeiro é o do encontro entre Kabir e Mirabai. O segundo tem a ver com a sua
morte: hindus e muçulmanos teriam disputado o seu corpo, uns para cremá-lo, outros para
enterrá-lo. Quando abriram o caixão, o que restava de Kabir era uma coroa de flores, que
hindus e muçulmanos dividiram entre si.