O Ser e o Nada - Ensaio de Ontologia Fenomenológica
O Ser e o Nada, escrito durante a ocupação nazi, é um dos textos fundamentais do século XX. O livro que marcou como nenhum outro uma época a braços com o desmoronamento de uma civilização é, ao mesmo tempo, a bíblia do existencialismo, o último grande sistema filosófico.
Para Sartre, o sentido das nossas vidas não é predeterminado nem por Deus nem pela natureza. Não há nenhuma essência que preceda a existência: o que nos define não é dado a priori, mas decorre das escolhas que fizermos. Primeiro existimos, e só depois nos definimos. Não existe natureza humana à qual tenhamos irresistivelmente de obedecer: estamos condenados a ser livres e somos os únicos responsáveis pelos nossos destinos.
| Editora | Edições 70 |
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| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jean-Paul Sartre |
Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi um filósofo e escritor francês reconhecido unanimemente como um dos maiores vultos da corrente existencialista. A sua atividade literária de excelência abrangeu os mais diversos géneros – do teatro ao romance e ensaio – e foi reconhecida pela academia sueca, que o laureou com o Prémio Nobel da Literatura em 1964. Todavia, Sartre foi o primeiro autor a recusar este prémio, pois defendia que «um escritor que adota posições políticas, sociais ou literárias deve agir apenas com os meios que são seus – ou seja, a palavra escrita. Todas as honras que possa receber expõem os seus leitores a uma pressão que não considero desejável.»
Sartre foi presidente do tribunal criado por Bertrand Russell para julgar a conduta militar norte-americana na Indochina em 1967. Apoiou vivamente os ideais do Maio de 68 e em 1970 foi detido por vender propaganda maoista, na altura proibida em França.
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Os Dados Estão LançadosA morte depois da vida e a vida depois da morte. Depois de morrermos é possível voltar à vida? Pierre e Eve tiveram essa oportunidade, que é dada só em casos especiais. Os dois foram assassinados, levaram vidas muito diferentes. Não se encontraram, não tiveram tempo. O ser que rege o Universo e que cuida da vida e da morte, o «Diretor», também comete erros e o artigo 140 existe para reparar possíveis equívocos: «Se em consequência de um erro, um homem e uma mulher destinados um ao outro, não se encontram durante a vida, podem reclamar e obter autorização para voltar à Terra, dentro de certas condições para ir viver ali o amor e a vida em comum que lhes foi indevidamente frustrada.» Os dois têm uma nova oportunidade, mas descobrem que o destino é mais forte que o livre-arbítrio, que por mais que se esforcem, a vida parece estar encaminhada para uma direção determinada. Essa mensagem deixada por Sartre pode provocar duas reações: resignação e alívio, «já que o Destino rege a minha vida, não tenho culpa ou mérito por tudo que me acontece, vou relaxar!»; ou desesperança e temor, «por mais que eu faça e me esforce, a Sorte está lançada, não tenho controlo sobre a minha vida, qual será o meu Destino, então?» -
A NáuseaApós longas aventuras do Norte de África ao Extremo Oriente, o escritor francês Antoine Roquentin fixa-se na cidade provinciana de Bouville, afastado da família, de amigos, de tudo – exceto de si mesmo e das sensações e dos sentimentos que lhe provocam as pessoas, os objetos, os acontecimentos do dia a dia. A Náusea conta, em forma de diário íntimo e impressionista, a sua história, marcada pela presença constante de «uma felicidade modesta, uma felicidadezinha de náusea» que acabará por condicionar todas as suas ações, ou a falta delas. Através dos esforços de Roquentin por compreender a sua própria vida e aquilo que o rodeia, Jean-Paul Sartre constrói aqui, nesta que foi a sua estreia literária, uma análise dos problemas da existência humana, afirmando-o desde logo como um dos mais importantes nomes da filosofia existencialista. Publicado originalmente em 1938, este continua a ser um dos textos mais famosos da literatura francesa do século XX, aqui traduzido por António Coimbra Martins. -
Os Dados Estão LançadosA morte depois da vida e a vida depois da morte. Depois de morrermos é possível voltar à vida? Pierre e Eve tiveram essa oportunidade, que é dada só em casos especiais. Os dois foram assassinados, levaram vidas muito diferentes. Não se encontraram, não tiveram tempo. O ser que rege o Universo e que cuida da vida e da morte, o «Diretor», também comete erros e o artigo 140 existe para reparar possíveis equívocos: «Se em consequência de um erro, um homem e uma mulher destinados um ao outro, não se encontram durante a vida, podem reclamar e obter autorização para voltar à Terra, dentro de certas condições para ir viver ali o amor e a vida em comum que lhes foi indevidamente frustrada.» Os dois têm uma nova oportunidade, mas descobrem que o destino é mais forte que o livre-arbítrio, que por mais que se esforcem, a vida parece estar encaminhada para uma direção determinada. Essa mensagem deixada por Sartre pode provocar duas reações: resignação e alívio, «já que o Destino rege a minha vida, não tenho culpa ou mérito por tudo que me acontece, vou relaxar!»; ou desesperança e temor, «por mais que eu faça e me esforce, a Sorte está lançada, não tenho controlo sobre a minha vida, qual será o meu Destino, então?»VER POR DENTRO Ver página inteira -
As Mãos SujasAs Mãos Sujas, a peça mais célebre de Jean-Paul Sartre, nasce da oposição política de um realista e de um idealista. Um chefe revolucionário colabora com os seus adversários; uma fação do seu próprio partido considera essa tática inoportuna e encarrega um jovem idealista de o assassinar. Este livro reflete principalmente as ideias de Sartre sobre o problema da liberdade. -
As mãos sujasAs Mãos Sujas, a peça mais célebre de Jean-Paul Sartre, nasce da oposição política de um realista e de um idealista. Um chefe revolucionário colabora com os seus adversários; uma fação do seu próprio partido considera essa tática inoportuna e encarrega um jovem idealista de o assassinar. Este livro reflete principalmente as ideias de Sartre sobre o problema da liberdade. -
O Ser e o NadaO Ser e o Nada (1943), escrito durante a ocupação nazi, é um dos textos fundamentais do século XX. O livro que marcou como nenhum outro uma época a braços com o desmoronamento de uma civilização é ao mesmo tempo a bíblia do existencialismo e o último grande sistema filosófico. Para Sartre, o sentido das nossas vidas não é predeterminado nem por Deus nem pela natureza, não há nenhuma essência que preceda a existência: o que nos define não é dado a priori, mas decorre das escolhas que fizermos. Primeiro existimos, e só depois nos definimos. Não existe natureza humana à qual tenhamos irresistivelmente de obedecer: estamos condenados a ser livres e somos os únicos responsáveis pelos nossos destinos. No âmago destas posições, está a conceção sartriana de consciência, influenciada pela fenomenologia de Husserl e pela ontologia de Heidegger. Como a consciência é sempre consciência de alguma coisa, ela própria não é nada enquanto não visa algo fora de si. O ser-para-si, a consciência humana, caracteriza-se por ser permanente projeção para o exterior. Daí os conceitos filosóficos de angústia e de «má-fé», ilustrada pelo famoso exemplo do empregado de mesa, e a problemática relação com os demais, tipificada na investigação sobre o desejo sexual e o «olhar» do Outro. -
Os Sequestrados de AltonaFranz von Gerlach é o sequestrado voluntário que sente pesar sobre si a ameaça da vida. Servindo-se do individual, nele Sartre equaciona os problemas fundamentais do homem posto perante si próprio. Von Gerlach não é ex-nazi, é qualquer homem em estado de culpa.
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.