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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
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- Ano: 2023
- ISBN: 9789895662500
- Número de páginas: 344
- Capa: Brochada
Sinopse
Em 1789, a Revolução Francesa trouxe o fim dos privilégios, abrindo o corpo de oficiais a todos os cidadãos masculinos franceses. Com o tempo veio a República, acompanhada pelo Terror e pela guerra. Obrigada a combater em várias frentes, a França foi obrigada à conscrição em massa, que resultou em exércitos numerosos com a clara necessidade de oficiais e de generais que preenchessem as vagas criadas pelas necessidades da guerra e pelos nobres que fugiram ao Terror jacobino e à ameaça da guilhotina. Os marechais de Napoleão, tal como o seu imperador, aproveitaram estas circunstâncias para subir a pulso no caos revolucionário. Combateram no Reno, em Itália, nos Pirenéus e nos desertos do Egipto, acompanhando de perto as mudanças da Revolução, quer na guerra, quer na política. Foram, tal como Napoleão, filhos da revolução.
Napoleão tornou-se na espada de Sieyès e ajudou na conspiração que viria a ser o golpe do 18 de Brumário. Porém, a espada reclamou o poder para si, tornando-se primeiro cônsul e depois Imperador dos Franceses. Para obter a lealdade, o coração e a alma dos soldados, Napoleão usou a Legião de Honra. Quanto aos generais? Napoleão fez deles marechais do império e os principais comandantes da Grande Armée, acompanhando-o em todas as frentes. Assumiriam outros papéis de relevo no novo regime imperial, desde membros destacados da nobreza imperial a governadores civis, trazendo consigo a administração francesa e o Código Civil, por vezes, adaptado à realidade social da região, fosse o mais liberal norte alemão, ou os ainda feudais Balcãs. Por outro lado, a ocupação também trouxe os horrores da guerra e as graves consequências do Bloqueio Continental. Entre 1804 a 1815, os marechais testemunharam um mundo em mudança e, conforme este trabalho irá mostrar, foram também participantes ativos nessas alterações, contribuindo de várias formas nas guerras napoleónicas.
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O tema, deste livro, é interessante (sendo Napoleão Bonaparte o eixo central) e indiretamente relacionado com a História Militar de Portugal. A escrita é de fácil leitura e a tese responde a questões colocadas amiúde. Tendo por base o estudo das carreiras dos diferentes Marechais do Império (antes e depois do antigo regime, posto anulado em 1793 e recriado em 1804), o autor conclui que as responsabilidades dos Marechais do Império não se circunscreveram ao comando militar em geral e ao comando dos corpos de exército em particular. Tornaram-se governadores-gerais das conquistas imperiais, administradores, conselheiros e juízes, o que os elevou ao estatuto de membros destacados da nova nobreza imperial, tão criticada no início da Revolução Francesa. Os novos Marechais (que fazem parte dos 660 nomes de destacados combatentes inscritos no Arco do Triunfo em Paris), que se tornaram legitimamente nos novos símbolos da união do mérito revolucionário eram agora importantes estandartes da nova França, pois simbolizavam a glória militar na conquista dos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
[JOÃO VIEIRA BORGES]
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