Pedaços de Vida
Um livro intimista de uma das mais respeitadas e reconhecidas jornalistas portuguesas.
Partindo de pedaços da sua vida pessoal e profissional, Judite Sousa reflecte, neste livro, sobre a nossa existência em sociedade, sobre a forma como comunicamos, como agimos, como evoluímos.
Ao longo da vida, passamos por experiências que nos vão marcar, que vão definir a nossa maneira de estar, de pensar e, no limite, de agir. Guardamos o que nos foi acontecendo de bom e de mau. Conhecermo-nos é um exercício difícil, porque as circunstâncias da vida apanham-nos, muitas vezes, de surpresa e não estamos preparados para lidar com mágoas, tristezas, mentiras ou, em sentido contrário, alegrias ou bem-estar.
O que damos como certo e verdadeiro pode deixar de o ser em horas, minutos, segundos. Em rigor, ninguém pode dizer que está preparado para as maiores adversidades: a decepção, o fracasso ou a morte.
A vida é uma aprendizagem permanente e, neste livro, Judite Sousa fala sobre a Vida, tal como a entende e tal como a vive até hoje.
| Editora | Arena |
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| Categorias | |
| Editora | Arena |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Judite Sousa |
Judite Sousa é uma das jornalistas mais conhecidas e reconhecidas de Portugal, tendo apresentado vários programas de informação e análise política e estado presente, como enviada especial, em alguns dos acontecimentos mais marcantes dos últimos 20 anos. Esteve presente em alguns dos principais acontecimentos da História recente. Cobriu as campanhas, e as primeiras vitórias, de Barack Obama e Emmanuel Macron, assistiu ao genocídio do Ruanda, foi enviada especial à Guerra da Bósnia (trabalho que lhe valeu o Prémio Bordalo de Jornalismo) e, entre tantas outras reportagens, esteve no Paquistão após os ataques do 11 de Setembro e em Madrid logo depois dos atentados de Atocha.
Começou a sua carreira na RTP, onde se destacou como apresentadora da Grande Entrevista, e veio depois a tornar-se um dos rostos da TVI, na qual desempenha o cargo de diretora-adjunta de Informação. Em 2005, foi-lhe atribuído o grau de Comendadora da Ordem de Mérito. Além de jornalista, foi docente do ISCEM e é autora de nove livros, sobre temas vários, desde a reportagem, à entrevista e à ficção.
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Álvaro, Eugénia e AnaFigura incontornável do século XX português, Álvaro Cunhal deixou no país a memória de um político combativo, de carácter recto e fiel aos seus princípios. Ficou para a História o seu compromisso na luta contra a ditadura e a sua dedicação ao Partido Comunista Português. Todos recordam o seu porte sério e reservado. Mas muito poucos conhecem o homem por trás do político. Pela mão de Judite Sousa, um dos mais prestigiados rostos do jornalismo português, conhecemos o homem que foi Álvaro Cunhal. As duas das mulheres mais importantes da sua vida, a irmã Eugénia e a filha Ana, este livro traça um retrato íntimo do grande líder comunista, um documento a não perder, no ano em que se cumprem cem anos do nascimento de Álvaro Cunhal. -
Duas ou Três Coisas Sobre MimEsta é uma viagem pelos bastidores de uma profissão que apaixona Judite Sousa há quase quarenta anos. E é também uma viagem pela sua vida para lá do jornalismo. Em Duas ou Três Coisas Sobre Mim, Judite de Sousa relembra os momentos mais marcantes da sua carreira, como as reportagens em cenários dramáticos pelo mundo fora, e revela um conjunto de situações pessoais que viveu ao longo de anos a fio de trabalho intenso. Neste relato intimista e sem filtros, a jornalista fala de si própria, das figuras com quem se foi cruzando e das vivências que a transformaram na pessoa que é. Um livro sobre a vida nos bons e nos maus momentos, nas dúvidas e nas certezas, assinado por uma das mulheres mais conhecidas de Portugal. -
Político Esfaqueado ou é Morto ou é EleitoÉ necessário um olhar diferente para percebermos o que está a acontecer às nossas democracias.A 20 de outubro de 2018, Judite Sousa partiu para o Brasil, como enviada especial da TVI, para fazer a cobertura da campanha da segunda volta do candidato Jair Bolsonaro. À chegada ao Rio de Janeiro, a repórter encontrou um país a gritar por mudança. Esse desejo de mudar tinha um rosto: Jair Bolsonaro, ex-militar e deputado de extrema-direita, que agora jurava dar um novo rumo ao Brasil.Judite Sousa viu-se confrontada com o imprevisto. Bolsonaro, que fora agredido com uma facada na campanha para a primeira volta das eleições presidenciais, teria de ficar em casa durante as duas semanas da campanha para a segunda volta, tornando-se assim no candidato invisível.Sem debates ou ações de rua, como seria possível para a TVI fazer as reportagens para Lisboa? Bolsonaro usava as redes sociais para fazer passar as suas mensagens ao eleitorado brasileiro, um meio de comunicação privilegiado das novas democracias. O perigo da extrema-direita, aliado ao poder das tecnologias, tornou-se o ângulo principal do trabalho de Judite Sousa.Neste livro, a autora parte da realidade política do Brasil para analisar outras democracias que aparentam estar em crise e onde os eleitores são conquistados através do WhatsApp, do Facebook, do Twitter e das fake news - esse fenómeno viral que elege ou destitui políticos e ensombra a História contemporânea. -
Os Nossos PríncipesLivro de homenagem a André Sousa Bessa, cuja morte, na flor da idade, abriu uma ferida dolorosa na vida de todos quantos o amam.Iniciativa de sua mãe, Judite Sousa, o livro recolhe textos sentidos de familiares e amigos, assim como cartas de admiradores que viveram a mesma dor. Enriquecem este livro textos de Valter Hugo Mãe e José Tolentino Mendonça, importantes reflexões sobre a perda.Das palavras comovidas dos familiares e amigos de André emerge o retrato de um rapaz carismático, generoso, solidário, inteligente, alegre. Cheio de vida e empenhado em vivê-la ao máximo.Uma homenagem a André e a todos os príncipes e princesas que partiram demasiado cedo.Os direitos de autor deste livro revertem a favor de uma bolsa de estudo destinada a apoiar estudantes universitários carenciados. -
SegredosDe uma campanha eleitoral, todos ficamos a conhecer os temas principais, as palavras mais fortes, as sondagens diárias, as promessas e as acusações, as melhores imagens e os momentos decisivos. Tudo isto é dissecado ao pormenor por um vasto leque de comentadores dispersos pelos mais variados meios de comunicação, fazedores de opinião de diferentes quadrantes políticos que detêm, também eles, muito poder. Fomos saber o que pensam sobre isto alguns dos mais importantes comentadores do país: António Vitorino, Bagão Félix, Bernardino Soares, Fernando Rosas, Francisco Louçã, Jorge Coelho, Luís Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Marques Lopes, Pedro Santana Lopes e Otávio Teixeira.Com a tensão a crescer a cada dia, a emoção da campanha culmina, por fim, na noite de todas as decisões: vitória para uns, decepção para outros. Tudo isto é público.Mas há muito numa eleição para lá do que o cidadão comum vê e sabe. Entre as conturbadas negociações para a realização do debate televisivo, a minuciosa preparação dos candidatos para o combate, as intrigas nos bastidores e os segredos dos negócios televisivos, ficaram muitas histórias por contar. Conheça-as aqui, pela mão de uma das mais relevantes jornalistas portuguesas. -
Olá MarianaSerá que a política já não "apaixona" os públicos? Será que os programas de informação política estão condenados à "guetização" nas grelhas de programas por força dos audímetros e da tirania dos resultados? Será que os políticos estão reféns dos media num sistema que alguns consideram estar dominado pela comunicação? Para os políticos, a entrevista e o debate são instrumentos importantes na sua relação com os eleitores. Na entrevista, os políticos arriscam o jogo da verdade que uma parte da sociedade civil julga estar ausente das instituições. Este é um breve registo sobre a comunicação, o jornalismo, a política e os políticos. Mas também sobre outros intérpretes da realidade. Um registo onde se cruzam duas vozes: a minha e a da Mariana. Pela minha parte, solto as palavras sobre as pequenas coisas que sempre ficam por contar em televisão: as dúvidas, os medos, as alegrias, as decepções. Quanto à Mariana, ela é uma jovem que me critica e que me interroga. Afinal, este é um livro. -
A Vida é um MinutoO jornalismo deve servir como um vigilante do Poder e o papel do jornalista é fazer o seu trabalho com responsabilidade social, sempre comprometido com a verdade e independente dos poderes políticos. Mas como se comportam as altas figuras da política e da economia, quando confrontadas publicamente com as decisões tomadas? E como reagem os governos quando sentem a sua política ameaçada? Serão os protagonistas nacionais capazes de aceitar críticas, falar com transparência a quem os elege e apoia, sem medo de parecer pessoas comuns? Judite Sousa é jornalista há cerca de 30 anos e na sua carreira na televisão já fez reportagens em cenários de guerra, entrevistou centenas de políticos, moderou debates televisivos que terão influenciado resultados eleitorais. Da sua vasta experiência nasceu esta reflexão sobre o papel dos jornalistas na formação da opinião pública e sobre o seu poder de confrontar os líderes e contribuir para um Portugal informado e com capacidade de pensar o país. A autora serve-se de vários episódios da recente história mundial para nos fazer reflectir sobre a realidade dos poderes, sempre com os olhos na sua verdadeira missão como jornalista: o único caminho possível é a verdade. -
Político esfaqueado ou é morto ou é eleitoÉ necessário um olhar diferente para percebermos o que está a acontecer às nossas democracias.A 20 de outubro de 2018, Judite Sousa partiu para o Brasil, como enviada especial da TVI, para fazer a cobertura da campanha da segunda volta do candidato Jair Bolsonaro. À chegada ao Rio de Janeiro, a repórter encontrou um país a gritar por mudança. Esse desejo de mudar tinha um rosto: Jair Bolsonaro, ex-militar e deputado de extrema-direita, que agora jurava dar um novo rumo ao Brasil.Judite Sousa viu-se confrontada com o imprevisto. Bolsonaro, que fora agredido com uma facada na campanha para a primeira volta das eleições presidenciais, teria de ficar em casa durante as duas semanas da campanha para a segunda volta, tornando-se assim no candidato «invisível». Sem debates ou ações de rua, como seria possível para a TVI fazer as reportagens para Lisboa? Bolsonaro usava as redes sociais para fazer passar as suas mensagens ao eleitorado brasileiro, um meio de comunicação privilegiado das novas democracias. O perigo da extrema-direita, aliado ao poder das tecnologias, tornou-se o ângulo principal do trabalho de Judite Sousa.Neste livro, a autora parte da realidade política do Brasil para analisar outras democracias que aparentam estar em crise e onde os eleitores são conquistados através do WhatsApp, do Facebook, do Twitter e das «fake news» - esse fenómeno viral que elege ou destitui políticos e ensombra a História contemporânea.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.