Pele Negra, Máscaras Brancas
Letra Livre
2022
15,00 €
Envio previsto até
Manifesto anticolonialista, Pele Negra, Máscaras Brancaslança a discussão sempre actual sobre o racismo e o impacto da escravidão nas sociedades pós-coloniais.
«Descubro-me um dia no mundo e reconheço-me um só direito: o de exigir do outro um comportamento humano.
Um só dever. O de não renegar a minha liberdade nas minhas escolhas.
Não quero ser vítima da astúcia de um mundo negro.
A minha vida não deve ser consagrada a fazer o balanço dos valores pretos.
Não existe mundo branco, não existe ética branca, nem inteligência branca.
Há de uma e de outra parte do mundo homens que procuram.»
| Editora | Letra Livre |
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| Categorias | |
| Editora | Letra Livre |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Frantz Fanon |
Frantz Fanon
Frantz Omar Fanon nasceu a 20 de Junho de 1925, na ilha da Martinica.
Descendente de escravos africanos, cresceu numa família de classe média, com oportunidade de frequentar o liceu, onde foi aluno e se tornou amigo do escritor e militante anticolonialista Aimé Césaire.
Aos 18 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, Fanon juntou-se às Forças Livres Francesas, que operavam a favor dos Aliados na ilha de Dominica, e combateu por vários anos no Norte de África e em França. A agudização do racismo que se fez sentir nos anos de guerra e a experiência do nazismo em muito contribuíram para a politização e dissidência de Fanon.
Após a guerra, regressou a Martinica, onde fez campanha pela eleição de Aimé Césaire a deputado à Assembleia Nacional francesa. Virá, porém, a discordar do ideólogo da negritude, e especialmente dos pressupostos desta teoria.
Em 1946, Fanon consegue uma bolsa para estudar em França e inicia o curso de psiquiatria, que termina em 1951, principiando por exercer em França e, depois, na Argélia. É aí que toma contacto com a guerra de independência, aderindo à Frente de Libertação Nacional. Neste período, escreve Os Condenados da Terra, em que defende a inevitabilidade do recurso à violência na luta pela independência.
Em Paris, em Setembro de 1956, quando do Primeiro Congresso dos Escritores e Artistas Negros, fez uma notável intervenção sobre «Racismo e cultura», sendo um dos articuladores do comunicado final que condenava em termos claros o colonialismo.
Em 1957, na sequência das suas actividades clandestinas de resistência, Fanon foi expulso da Argélia. A partir daí, desenvolve uma actividade política representando a FLN em diferentes conferências e fóruns internacionais. Enquanto conselheiro do governo provisório argelino, fez, em 1960, diversos contactos, em Roma e Acra, com militantes anticolonialistas angolanos e guineenses, no sentido de apoiar a luta contra o colonialismo português, incluindo treino militar nos campos da FLN. Este seu envolvimento na solidariedade aos movimentos de libertação manteve-se até à altura em que lhe é diagnosticada uma leucemia, de que vem a morrer, em 1961, com 36 anos, nos Estados Unidos.
Frantz Fanon é autor, entre outros livros, de Pele Negra, Máscaras Brancas (1952), Os Condenados da Terra (1961), e o póstumo Pela Revolução Africana (1964).
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Os Condenados da Terra«Composto de cinco capítulos, que continuam as problemáticas de livros anteriores, (especialmente Pele Negra, Máscaras Brancas), Os Condenados da Terra parece ser, de facto, um livro testamentário, sobretudo tendo em conta o seu momento de escrita. Assim, a alienação cultural e seus traumas, a internalização da dominação (hoje falar-se-ia de subalternidade) e suas consequências na fragmentação da cultura nacional (cuja existência Fanon recusa em situação colonial pois considera que esta paralisa na sua totalidade a cultura nacional), a relação entre cultura nacional e lutas de libertação, as ideologias nacionalistas e seus equívocos, os programas (mínimos e máximos) dos movimentos nacionalistas e seus falhanços, o modus operandi monolítico dos poderes pós-coloniais e suas semelhanças com o poder colonial, o papel da burguesia e da “nova” elite, as ideologias dos nacionalistas africanos (que Fanon considera terem sido importadas), as ambiguidades do “intelectual colonizado”, as frustrações do ex-colonizado face ao novo país são matéria de Os Condenados da Terra: uma análise multi e transdisciplinar, multidimensional, da violência como realidade inerente à situação colonial que está presente em todas as expressões materiais e simbólicas da sociedade, mesmo depois das independências, detendo-se demoradamente na terapêutica da violência como inevitável.» [Professora Inocência Mata, «Prefácio». ]A obra inclui um prefácio da Prof. Inocência Mata sobre a importância de Fanon para as lutas de libertação do continente africano, além dum texto do fundador do MPLA Mário Pinto de Andrade sobre as relações de Frantz Fanon com os movimentos de libertação das colónias portuguesas. -
Escritos Políticos e PsiquiátricosFrantz Fanon influenciou gerações de anticolonialistas, activistas dos direitos civis e académicos dos estudos coloniais.As suas obras, que deram origem aos chamados «estudos fanonianos», foram inspiradas em décadas de movimentos de libertação anticoloniais e analisam as consequências psicológicas da colonização – tanto do ponto de vista do colonizador como do colonizado –, bem como os processos de descolonização, considerando os seus aspectos sociológicos, filosóficos e psiquiátricos.Muitos dos textos de Fanon permaneceram até há pouco tempo inéditos e inacessíveis. Este livro reúne agora os escritos políticos e os escritos psiquiátricos, ambos absolutamente interligados, dando a conhecer artigos científicos, textos originais e escritos dispersos que versam sobretudo, nas palavras do seu editor francês, François Maspero, sobre a «alienação colonialista vista através da doença mental».
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Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
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