Pinceladas e Ecfrástica
Este título baseia-se no facto de os textos aqui incluídos serem ecfrases, conjunto artístico que, tendo origem remota na Grécia, na retórica do historiador e crítico literário Dioniso de Halicarnasso, (séc. I a. C.), continua a suscitar grande interesse por todos os que apreciam arte – na sua forma pictórica e literária. Numa análise mais detalhada, verifica-se que, partindo do significado inicial de `descrição´, o termo ecfrase tem vindo a sofrer vários cambiantes ao longo do tempo, sempre designando estratégias discursivas que, embora em permanente renovação, mantêm o significado original de descrição literária de uma arte, em particular de uma arte visual.
In prefácio de Maria Celeste Sousa Alves
É na procura de novas linguagens onde a poesia da vida se encontra com as cores que dão formas, muitas vezes puras abstrações, a interpretações compostas por sentimentos vividos e leituras vivenciadas pela própria vida. É assim que a autora desta exposição nos convida a entrar no seu mundo encantado, onde sonhos da infância inocente se completam com a riqueza da ciência e da investigação científica que fizeram parte da construção da sua pessoa. São pinceladas rígidas, onde combinações de cores vão definindo estados de alma poéticos, muitas vezes revela - dores de recordações de tempos idos, onde a criança se confronta com a pessoa adulta.
In posfácio de José Manuel Tedim
| Editora | Editorial Novembro |
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| Editora | Editorial Novembro |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria Fernanda Bahia |
Natural de Chaves, estudou em Vila Real, Coimbra e Porto. Aposentada desde 2009 como Professora Catedrática no Departamento de Ciências do Medicamento, Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, prestando colaboração até 2018.
Tem dedicação à pintura, poesia e escrita de ficção.
Em 2012, fez uma exposição individual, “Telas e Dizeres”, em Chaves. Em 2014 participou na exposição coletiva “Encant´Arte” no Vivacidade-Espaço Criativo, no Porto. Alguns dos seus trabalhos foram mostras em duas exposições coletivas ”Farmacêuticos com Expressão Artística”, em 2014 e em 2016, na Secção Regional do Norte da Ordem dos Farmacêuticos - Porto.
Em 2015, de sua autoria, edita um livro de poesia e pintura “Momentos Gravados”. Nesse mesmo ano, é iniciada em Escrita Criativa, no Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, tendo como Orientadora a Dra. Margarida Matos. Em 2016 seguiu a atividade cultural de Comunicação e Escrita sob a Orientação da Professora Alexandra Pinto. Em 2020, publicou o romance “Lápis-Lazúli e Diamela”, pela Editorial Novembro.
Faz parte do Conselho Editorial da Revista anual “A Fonte” do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, do qual é também um dos elementos da Direção.
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Lápis-Lazúli e DiamelaUma trama enquadrada nos problemas comuns da classe média a tentar superar dificuldades. Estão patentes desafios de projetos construtivos, sustentabilidade e abertura de cooperação entre entidades autárquicas, de saúde comunitária e educação escolar, num zoom do interior alentejano. A narrativa é atravessada pelo enigma do desaparecimento de uma orfeonista numa digressão a países da América do Sul, regressada anos depois, graças ao seu filho ter vindo estudar Ciências Farmacêuticas para Lisboa e apostar continuar em Portugal. É notado o esforço de adaptação de Flor ao trabalho e retoma da fonética e expressão linguística, após anos de uma vida tão longe e diferente. A dada altura, desvendar o mistério de sua mãe torna-se o objetivo de Alberto que procura ajuda através de Rodrigo, antigo orfeonista que viveu o drama e agora o revive com todas as memórias e desmemórias… -
10 ContosDenver (2016) Uma experiência enriquecedora em terras do Tio Sam que vai trazer novos horizontes à vida de Helena, que leva Portugal a quem não conhece. Do avesso a mal-entendido (2020) Crónicas de ficção prestam serviço a um trabalho policial que aproveita as senhas da narrativa. Em Código (2016 - 2019) Apostas que a sorte dita nas diferentes surpresas codificadas a encaminhar para descobertas a viver. Era só eu, eu só (2018) Uma vida de mudança, plena de interferências procuradas ultrapassar com determinação e resiliência. Nem sempre há encontro com a recompensa, quando, ao contrário, há quem coloque a pedra no caminho. Gilda (2020) Acasos soltos que podem ser repartidos por vidas num tempo e lugar. Há sempre um desejo. O pé na Lua (2020) Há paixões camufladas ou frustradas que nunca chegam a conhecer os dias. Há crimes nunca decifrados, embora se cumpra o veredito publicamente anunciado. Há uma verdade perdida e uma verdade produzida. O zoom dos dias (2032) O manuscrito a servir para recordatório de prazer enquanto escrito e pecúlio historial para gerações vindouras. Os Representantes (2016) Levantam-se vozes, esgrimem-se argumentos e certezas; cruzam-se acusações a sistemas e apontam-se desumanidades. Comparece representatividade aleatória para o estudo da relevância. Tyund – Filial 3 (2015) Quebrar o gelo de personagens estanques não se mostra fácil. Mas a inteligência emocional do ser humano é suscetível de ser ativada, atuar pessoal e socialmente. Uma história (2020) O ciúme atua como tóxico, desvanece a razão, descompensa o espírito e agrega sofrimento, inutilmente.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
O Quarto VazioNovo livro de poemas de Juan Vicente Piqueras. Tradução de Manuel Alberto Valente. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira