Poesia
A presente antologia reúne cerca de oitenta poemas de Rabindranath Tagore (1861-1941), seleccionados e traduzidos pelo poeta José Agostinho Baptista que, sobre este livro, afirmou o seguinte: "Mais conhecido em Portugal pelos seus trabalhos em prosa, nomeadamente A Casa e o Mundo, Rabindranath Tagore aconteceu-me como tudo me tem acontecido na vida por destino, por acaso, por qualquer lei cuja origem e fundamento ignoro e me faz tropeçar muito de vez em quando, ao longo da minha viagem pela estrada da poesia, na beleza que em forma de verso bate no rosto do mundo. É uma luz que se acende, a luz do pensamento e do coração, a irmandade com as coisas do céu, do mar e da terra, a comovida descoberta dos sinais mais sublimes.
É quase sempre, também, a fuga urgente do real que nos tortura com as suas armas terríveis, com o vazio da mera sobrevivência. A vida é outra coisa. É sobretudo isto, toda esta matéria delicada e dócil que encontrei em Tagore, toda a extrema elevação que apenas alguns eleitos nos trazem para que o lugar da existência se torne mais deslumbrante e alto. É esse beijo fatal da poesia, é o seu veneno doce que me contagia e domina.
Sinto-me em casa, na bela casa das coisas nobres do homem e de Deus. E raras e preciosas. Por isso, e mais ainda em tempos de fealdade e destruição que nos afligem, é importante e quase sagrado que esta poesia se eternize, que a sua música não deixe de tocar, que os poetas da estirpe de Tagore continuem a marcar indelevelmente os territórios da palavra.
Agora, apenas tu, leitor que te aventuras por mares cujo segredo contém a essência do universo, poderás ajuizar, querer, amar com o amor do verbo o que se segue aqui".
"Tu enches os meus pensamentos
Dia após dia;
Saúdo-te na solidão
Fora do mundo;
Tu tomaste posse
Da minha vida e da minha morte.
Como o sol ao nascer
A minha alma contempla-te
Com um único olhar.
És como o alto céu,
Eu sou como o mar infinito
Com a lua cheia no meio;
Estás sempre em paz,
Eu estou sempre inquieto,
Embora no horizonte distante
Nos encontremos sempre."
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | Documenta Poetica |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rabindranath Tagore |
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A Asa e a LuzO conteúdo desta edição em língua portuguesa compreende duas obras de Tagore: Stray Birds (Pássaros Perdidos) e Fireflies (Pirilampos), que têm em comum o facto de estarem escritas num estilo literário que se expressa servindo-se de um número reduzido de palavras. Estamos, assim, no campo do aforismo, da epígrafe, do poema breve. A atmosfera onde este exercício literário se passa tem a ver com a natureza da acção do indivíduo neste mundo, sendo essa acção, na sua relação com o que está mais além da matéria, encarada segundo uma perspectiva unificada e unificadora suportada pelos pilares da paz, justiça e liberdade. -
A Voz da Mãe Dava Sentido às EstrelasA presente tradução inclui material diverso de Tagore: porventura aquilo que de mais belo ele escreveu a respeito da infância. Aqui vamos encontrar o seu livro A Lua Crescente (The Crescent Moon) em versão completa, que o autor dedicou ao filho na sequência da mortede sua mãe; do restante conteúdo fazem parte textos extraídos, sempre na sua forma integral, dos livros My Reminiscences e My Childhood Days. A natureza destes escritos resulta da apurada sensibilidade poética do autor, estimulada pela presença da beleza que envolve o surgimento de qualquer criança no mundo e pelo encantamento que é observar o seu crescimento, onde não falta também o mistério da morte. -
NacionalismoOs textos reunidos neste livro foram originalmente escritos em inglês por Rabindranath Tagore (1861 – 1941) e são parte integrante de um conjunto de várias palestras que o autor deu no Japão e nos Estados Unidos da América entre Junho de 1916 e Abril de 1917. É deste último ano que data a primeira publicação, numa colectânea em livro, destas palestras. A 1 de Junho de 1916, em Osaka, deu a primeira de um conjunto de conferências cujo tema principal seria o Nacionalismo. Depois de Kobe e de Tóquio, onde milhares de pessoas o ouviram, Tagore seguiu por mar para a costa Leste dos Estados Unidos, aonde chegaria em Setembro desse ano. As suas palavras, a apelar ao fim dos ódios fomentados entre as nações, a criticar o cada vez maior investimento na militarização, assim como a desumanização da sociedade e a supremacia dos interesses económicos nas relações humanas, criaram polémica em torno da sua figura. Crítico do movimento nacionalista na Índia, Tagore alertava para os perigos que a crença na abstracção do conceito de «nação» poderia criar no Japão e no Ocidente. Apologista de uma aproximação entre o Oriente e o Ocidente, defendia que seria a união entre o melhor de cada um o único caminho possível para um futuro livre da falsa liberdade criada pela alienação moderna do início do século XX. Excerto: «Depois de séculos de civilização, as nações temem-se mutuamente como feras que espreitam na escuridão, fechando as portas da hospitalidade, unindo-se apenas para propósitos de defesa e agressão, escondendo nas suas tocas os segredos do comércio, de Estado e armamentos. Como cães, oferecem a paz dando carne alheia uns aos outros. Subjugam raças derrotadas que lutam para permanecer de pé. Com a mão direita dispensam a religião a povos fracos, enquanto os roubam com a esquerda – haverá, em tudo isto, algo que nos possa causar inveja? Deveremos nós pôr-nos de joelhos ante o espírito deste nacionalismo que semeia por todo o mundo sementes de medo, ganância, desconfiança, perante as mentiras desavergonhadas da sua diplomacia, as mentiras untuosas sobre a paz, a boa vontade e a fraternidade universal do Homem?» -
NationalismTagore was a fierce opponent of British rule in India. In this work he discusses the resurgence of the East and the challenge it poses to Western supremacy, calling for a future beyond nationalism, based instead on cooperation and racial tolerance.GREAT IDEAS. Throughout history, some books have changed the world. They have transformed the way we see ourselves - and each other. They have inspired debate, dissent, war and revolution. They have enlightened, outraged, provoked and comforted. They have enriched lives - and destroyed them. Now Penguin brings you the works of the great thinkers, pioneers, radicals and visionaries whose ideas shook civilization and helped make us who we are. -
A Casa e o MundoAo mesmo tempo drama familiar e romance épico, a obra do Prémio Nobel indiano Rabindranath Tagore traduzida do original bengali é um dos livros mais importantes da moderna literatura da Índia.- Uma mulher dividida entre dois homens – um que representa a Índia tradicional e outro que representa uma nova Índia –, e um drama familiar que se cruza com os primeiros movimentos de insurreição contra a governação colonial britânica.- Publicado originalmente em 1916, o romance do Prémio Nobel indiano é um dos livros mais inovadores da sua época. Em primeiro lugar, porque coloca uma mulher como personagem central de um conflito narrativo. Mas são as subtilezas do enredo e os seus significados humanos, políticos e sociais que enriquecem esta obra extraordinária. Tagore, então já uma figura pública a nível internacional, procurou escrever um romance que expusesse o seu próprio conflito interior: como conciliar o fascínio pelas ideias ocidentais com uma necessidade de independência que por força se tinha de opor a essas mesmas ideias? Como poderia a Índia opor-se às ideias ocidentais sem cair num tradicionalismo fechado que faria regredir socialmente o país ainda que mantivesse a sua identidade?- Este dilema ganha mais peso ainda com uma mulher como protagonista.- O livro articula, portanto, estas preocupações e antecipa os conflitos crescentes na Índia que levaram à «partição» de 1947. A narrativa envolvente prende o leitor a um drama particular que é uma extensão da tensão de uma época e de um momento de um país no ponto de ruptura.- A Casa e o Mundo é o primeiro romance indiano a obter êxito internacional e uma das obras de literatura indiana mais vendidas de todos os tempos. Foi traduzido em mais de 60 línguas e encontrava-se esgotado em Portugal há mais de 60 anos. A tradução é feita a partir do original bengali.- Numa votação universal organizada pelo jornal The Telegraph em 2014, A Casa e o Mundo foi considerado um dos 10 romances mais importantes das literaturas asiáticas de todos os tempos.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira