Poesia 1952-1980
As suas imagens mais significativas (vento, onda, sangue, voz, rumor) correspondem a um empenho de captar o ritmo de tudo quanto, de algum modo, se pode dizer palpita, ou se desenvolve a partir de um núcleo germinativo (semente, pólen, desejo: outras imagens predilectas). Eis uma poesia cuja ontologia se poderia mesmo exprimir, em abstracto, dizendo: nós não existimos, e nada existe, salvo na medida de um certo ritmo, exactamente o ritmo da poesia. Óscar Lopes.
| Editora | Modo de Ler |
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| Autores | Fernando Guimarães |
Fernando Guimarães nasceu em 1928, no Porto. Desde cedo se dedicou à crítica literária em diversos jornais e revistas, mantendo ainda hoje uma página de crítica de poesia no Jornal de Letras Artes e Ideias. Tem uma importante obra ensaística publicada, essencialmente sobre questões teóricas ligadas à estética e à evolução da poesia portuguesa nos últimos cem anos, a partir de movimentos como o Simbolismo, o Saudosismo e o Modernismo. Construiu paralelamente uma obra poética que o situa como um dos poetas portugueses da segunda metade do século XX aos nossos dias, reconhecida já com a atribuição de numerosos prémios.
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O Outro Lado do DesenhoUma narrativa pode ser uma reflexão sobre a realidade, a vida, o conhecimento. Mas também pode ser igual a um espelho onde tudo se torna virtual como se fosse o encontro com o nada, com a perda ou com a ausência. O sentido das palavras acaba muitas vezes por se perder nelas mesmas, embora isso aconteça sem que sejam ainda o silêncio ou o esquecimento. Nas narrativas incluídas neste livro procura-se finalmente encontrar o significado de algumas dessas palavras. -
A Terra é LeveO novo livro de Fernando Guimarães reúne textos da sua mais recente produção poética, muito orientada para a Arte e a Estética, agrupados nos capítulos «As Perguntas», «Existência», «Terra», e ainda «Tríptico "A Vida" de António Carneiro e Três Desenhos de Miguel Ângelo Sobre a Crucificação». . -
As Raízes DiferentesAs Raízes Diferentes é o novo livro de poesia de Fernando Guimarães. -
O Homem, O Sagrado e A ArteA partir de várias perspetivas ou pontos de vista faz-se neste livro uma abordagem das relações que existem entre duas experiências que, ao longo do tempo, foram consideradas como sendo extremamente importantes para o conhecimento do homem: a experiência religiosa e a criação artística. Tal abordagem pode conduzir-nos a interpretações que se reportam à história, à filosofia e à arte (permitindo neste caso que se considere o caso de poetas como Teixeira de Pascoaes ou Fernando Pessoa). São estes os problemas que aqui vão ser postos em questão, abrindo-se assim caminho para uma espécie de antropologia filosófica onde pode dar-se o encontro entre a obra de arte e o sagrado. O último capítulo deste livro procura responder a uma questão transversal a todas as outras que foram apresentadas: o que é poesia? -
Lugar da Palavra - Poesia Reunida 1956-2019"DiscóbuloA medir devagar o equilíbrio,livremente persiste no esforço. Só o seu gesso parte. O disco fica junto das suas mãos, recomeçando.Estátua de pugilistas Cansados, separa-os apenas a nudez. Cada músculo se curva e o mar avança nos seus corpos para que a luta principie sempre."pág 11 -
Os Outros Movimentos Literários - Encontros e Ruturas a Partir do Século XIXPodemos dizer que, ao longo do tempo, as criações artísticas oscilam entre sucessivos momentos de encontro e rotura.São duas valências que acabam por ocorrer a partir de uma mudança de valores estéticos que oscilam entre a defesa de novas propostasexpressivas ou o retorno à tradição, a qual geralmente é entendida como sendo a escolha que se faz por um sentido contrário a tal novidade. Abordar-se-á neste livroo modo como essa mudança de valores se desenvolveu, focando-se em particular o caso da poesia portuguesa, a partir do séc. XIX. -
Das Mesmas FontesLeitura Diante de ti encontra-se um livro. Iniciaste há muito a sua leitura. Às vezes era dele que esperavas uma confidência. Em cada página principiava um caminho diferente. Nele pode-se encontrar árvores, o mar, os campos mais distantes. Deixaste-o entreaberto na página que tinhas escolhido. Sobre ela principia a cair a poeira. Talvez a receba como se fosse o teu olhar---- Da morte O tempo existe também nela porque é um instante que se prolonga. Talvez seja o sono mais profundo que chega, a serenidade. Ela fica no nosso rosto, mas por dentro. Sobretudo junto aos olhos, porque assim alguém nos pode encontrar. Se neles houvesse uma lágrima seria uma palavra. -
Poética do Modernismo - Entre a Modernidade e a Pós-ModernidadeO QUE É A MODERNIDADE EM LITERATURA? Essa modernidade corresponde apenas, no caso da literatura portuguesa, ao movimento modernista que se desenvolveu a partir da publicação em 1915 da revista Orpheu e se estende por cerca de duas décadas da primeira metade do século XX? Podemos considerar uma “tradição da modernidade” ou, pelo contrário, esse movimento modernista e a Vanguarda identificam-se? Quais são as fronteiras possíveis entre a modernidade e a pós-modernidade? São estes os principais problemas com que este livro de Fernando Guimarães nos confronta.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira