Sísifo
Em Abril de 1336, Petrarca subiu a pé o Monte Ventoso e transformou essa experiência num conhecido texto em que as memórias e o balanço espiritual e amoroso se misturam.Quase sete séculos depois, três pessoas que não se conhecem repetem a escalada, ainda que por razões diversas. Timeu é levado pelo acaso, Tenório pela evasão e Bernarda por um ritual familiar. Nenhum dos três atingirá o cume do Monte Ventoso, mas a aventura acabará por transformar-se num inesperado reinício de vida.
Sísifo celebra assim os caminhos da redescoberta e da iniciação e é o terceiro romance da trilogia com o mesmo nome, na sequência de Gnaisse (2015), romance sobre a paixão, e de Por Mão Própria (2016), romance sobre a perda.
| Editora | Abysmo |
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| Editora | Abysmo |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luís Carmelo |
Luís Carmelo (1954), doutorado pela Universidade de Utreque, é professor na Escola Superior de Design (IADE) e membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da Associação Internacional de Semiótica (IASS-AIS). Para além de ser autor de diversas obras de escrita criativa, cadeira que lecciona em várias instituições, entre elas o Instituto Camões, é ainda colunista do jornal Expresso e um activo blogger. Vencedor do Prémio de Ensaio da APE, Luís Carmelo já editou nas Publicações Europa-América várias obras de não-ficção, nomeadamente, Manual de Escrita Criativa, vols. I e II e Sebenta Criativa para Estudantes de Jornalismo. Após o livro de contos A Pé pelo Paraíso, A Falha é a segunda obra de ficção reeditada agora pela Europa-América, na sequência da comemoração dos 10 anos da publicação da obra.
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A Dobra do CrioulinhoA Dobra do Crioulinho é o primeiro romance de uma trilogia que olha de maneira singular para o Portugal profundo. A paz de uma pacata vila alen¬tejana, com todos os seus personagens típicos e atípicos, é subitamente interrompida por uma série de fenómenos naturais, sobrenaturais e impensáveis. Uma cheia, incêndios, violência, e até um meteorito destroem o frágil tecido social da pequena comunidade. -
GnaisseUm professor está apaixonado por uma aluna que gosta de Nietzsche, de bonsais e de garrafas de gás. A aluna desaparece subitamente. O professor frequenta então um templo religioso, faz promessas, é invadido por sonhos que o avisam dos perigos que corre e, um dia, muda de casa e volta a fumar. Na nova casa, há uma vizinha que grita a certas horas da noite. O professor tem saudades da aluna. Desesperado, decide mudar de identidade e torna-se cada vez mais parecido com Allan Poe (quando fotografado por Mathew Brady). As saudades são tantas que o professor, transtornado, vê a aluna em todo o lado: na pastelaria do bairro, na tela do cinema, nas sombras da sua própria varanda. Duas mortes ensombram, a certa altura, o percurso e o destino do professor. Tudo se altera de repente, como se a realidade relatada não passasse, afinal, de um truque de prestidigitação. A chegada inesperada da irmã do protagonista parece ser a chave que tudo irá solucionar. No entanto, os arrestos de bens e as penhoras aproximam-se. Mas é o fogo que acabará por devorar tudo, no preciso dia em que a casa é penhorada. Resistindo às hostilidades do mundo, o professor encontrará a sua antiga aluna ao rodar a manivela de uma caixa de música. Sob o pano de fundo da crise, Gnaisse é um romance de mistérios que passam o testemunho entre si, como acontece entre os estratos das rochas metamórficas. Uma metáfora da repetição e do efémero que dá a ver a vida em processo - ou em frenesim - e não atada (num embrulho literário) com um lacinho. -
Por Mão PrópriaConfessa o protagonista do novo romance de Luís Carmelo, Por Mão Própria , que atravessou o inferno de um lado ao outro. Perdeu a irmã, a namorada, os pais, a madrasta, o cão, o patrão, a livreira, a psiquiatra e a mulher do seu melhor amigo que apareceu, um dia, deitada na linha do caminho-de-ferro.Para agravar as coisas, escutava dentro dos ouvidos uma gritaria de crianças que parecia querer humilha-lo.Talvez por ser designer, encontrou o sentido da vida, primeiro no umbigo de uma chinesa e, depois, no magnífico sinal de uma rececionista (que era um jardim circular feito de melanina para onde apetecia saltar e ficar a viver para sempre). Enfim, um pesadelo devorado entre a solidão das ruas e o afã apocalíptico das multidões. Seja como for, um pesadelo sonhado num sótão onde a graça e a ingenuidade do mundo terão, de algum modo, excedido o terror e o abismo. -
Tratado«Houve um tempo em que, por razões profissionais e outras, todos os anos regressava a um certo número de livros. Repetia essas peregrinações disciplinadamente.Cada um desses livros, para além do seu uso funcional, passou a ser recordado e evocado do mesmo modo que uma pessoa recorda e evoca uma casa de férias a que regressa todos os anos.Sem dar por isso, esses livros foram criando efabulações próprias que nada tinham que ver com o conteúdo (geralmente teórico) que neles se anunciava e congeminava.Os poemas que se publicam neste livro resultam da trasfega do imaginário informe criado, de modo autónomo e livre, por essas efabulações.» -
Músicas da Consciência - Entre as Neurociências e as Ciências do SentidoO ensaio de Luís Carmelo, Músicas da Consciência, propõe o encontro entre a tradição descritiva e teórica do funcionamento da mente e, por outro lado, as práticas laboratoriais e experimentais que, nos últimos anos, têm desvelado a arquitectura desse mesmo funcionamento. Esta cuidada travessia dos mundos da química, da biologia, da semiótica e da filosofia permite estimar novas perspectivas e olhares sobre o conjunto das ocorrências da mente e põe sobretudo em evidência a tradição das ciências do sentido e as últimas investigações de António Damásio. -
A Pé Pelo ParaísoDo autor do conhecido romance A Falha, adaptado ao cinema por João Mário Grilo, chega-nos agora A Pé Pelo Paraíso. Um livro de contos, escritos de maneira inteligente, delicada e elegante, onde os finais são sempre reveladores e desconcertantes.Um percurso singular onde o amor está sempre presente e a efémera condição humana se torna em obsessão constante.Como se a contingência da palavra coubesse no enigma dos diversos destinos narrados. -
Visão AproximadaVisão aproximada é um texto de natureza biográfica. Escrito na segunda pessoa e seguindo a cronologia clara da vida do autor, o livro acaba, no entanto, por estar envolvido por uma grande carga ficcional (e pelos corredores da trama), já que é narrado pelo sonâmbulo do biografado. O desafio de contar uma vida, através de excertos, imagens e fragmentos, adquire um sentido de plenitude devido ao modo como os factos e a sua focalização se dispõem - cinematograficamente - no texto. -
Respiração PensadaRespiração Pensada é um ensaio que tenta responder à pergunta: o que é contar uma vida? O ensaio segue a tradição do pensamento inorgânico e fragmentário e equaciona temas que colocam em relação biografia e visiografia, poética e intensidade, memória e literatura, desejo e identidade, normalidade e anormalidade e/ou repentismo e reminiscência. Ao contrário de uma tese que se propõe responder a uma pergunta concreta, este ensaio mergulha numa pluralidade de onde emergem possíveis respostas. Ao contrário da tese que fecha a página e esclarece, este ensaio penetra nas capilaridades da matéria a indagar e tenta iluminar e abrir, de ponta a ponta, a sua própria cartografia. -
Biografia do MundoBiografia do mundo é um conjunto de dez cantos poéticos que propõe uma viagem pelos grandes marcos e lapsos das itinerâncias humanas ao longo da sua história. Escrito seguindo um apelo diacrónico, o teor desta poética segue, no entanto, vias em que um aceno paródico conflui com o peso das referências que se vão dilucidando. Os pontos de passagem - antepassados, eschatón, logos, monoteísmos, utopias, cintilações, estéticas, sistémicas, labirintos e espectáculos - são também os pontos de partida. Em todos eles, o ponto de chegada é sobretudo um sortilégio e um convite a uma conotação sem fim. -
A Grande Imersão - Pensar o Amor. Pensar a Intimidade.A Grande Imersão é um ensaio sobre o mundo interior dos humanos e o modo como essa dimensão é, também, e sempre, o lugar de um outro. Nesta abordagem desenvolveram-se dois motes de cariz universal: o amor, no Livro 1, e a intimidade no Livro 2. Um e outro constroem e dão corpo à imersão dos humanos na intensidade interior do vivido, a qual, pela sua característica inefável e indizível, resiste amiúde a ser dita e sobretudo a ser objecto de um discurso racional. Dada a natureza desta investigação (aberta e fragmentária para que o leitor a vá sempre completando e rescrevendo), decidimos empregar metodologias diferentes em ambos os livros. No Livro 1, Pensar o amor, ao contrário do que acontece no Livro 2, Pensar a intimidade, partimos da matéria virgem – como diria Lao Tse – daquilo que todas as culturas do mundo designam por amor, referenciando mas, ao mesmo tempo, colocando de lado intencionalmente as teorias e os conceitos já elaborados que costumam ‘arrumar’ o tema (conceitos que, entre muitos outros, vêm de Platão, Aristóteles ou Ovídio; de Hobbes, Feuerbach ou Arendt; de Laclos, Barthes ou Baumann ou ainda de Simmel, Gasset ou do Sartre de L´Être et le Néant, etc., etc.).
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Novas Cartas Portuguesas«Reescrevendo, pois, as conhecidas cartas seiscentistas da freira portuguesa, Novas Cartas Portuguesas afirma-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril (denunciando a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência, a situação das mulheres), revestindo-se de uma invulgar originalidade e actualidade, do ponto de vista literário e social. Comprova-o o facto de poder ser hoje lido à luz das mais recentes teorias feministas (ou emergentes dos Estudos Feministas, como a teoria queer), uma vez que resiste à catalogação ao desmantelar as fronteiras entre os géneros narrativo, poético e epistolar, empurrando os limites até pontos de fusão.»Ana Luísa Amaral in «Breve Introdução» -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Espanha e Catalunha - Choque entre NacionalismosA Constituição espanhola, aprovada em referendo em 1978, num período de transição para a democracia, consagra a Espanha como uma nação que pode comportar várias nacionalidades. Esta foi, à época, a formulação jurídico-constitucional encontrada para acomodar as diferentes aspirações de autonomia ou independência (como no caso do País Basco) de várias regiões, em especial a Catalunha, o País Basco e a Galiza. Durante décadas, estas aspirações estiveram adormecidas, com a excepção evidente do País Basco, onde uma facção radical, a ETA, quis impor o seu projecto independentista através da luta armada.Foi a crise económica, a par de uma revolução gradual no sistema político bipartidário espanhol, que reavivou a aspiração independentista da Catalunha, culminando nos acontecimentos de 2017: um referendo (considerado ilegal à luz da Constituição) e a declaração unilateral de independência (a DUI). O Estado espanhol, dominado por algumas franjas nacionalistas, reagiu, a sociedade catalã dividiu-se e os acontecimentos precipitaram-se.Esta obra visa facultar ao leitor o necessário enquadramento histórico-político para perceber a evolução dos acontecimentos. -
IlíadaA Ilíada é o primeiro livro da literatura europeia e, sob certo ponto de vista, nenhum outro livro que se lhe tenha seguido conseguiu superá-la – nem mesmo a Odisseia. Lida hoje, no século XXI depois de Cristo, a Ilíada mantém inalterada a sua capacidade de comover e de perturbar. As civilizações passam, mas a cultura sobrevive? É nesse sentido que parece apontar a mensagem deste extraordinário poema épico, que decorre durante o décimo ano da guerra de Tróia, tratando da ira, do heroísmo e das aventuras e desventuras de Aquiles (em luta contra Agamémnon), apresentando-nos personagens como Heitor, Eneias, Helena, Ájax e Menelau, bem como episódios que marcam toda a história da nossa civilização.Nas palavras de Frederico Lourenço, é um «canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram». -
A Zona de InteresseUm dos mais polémicos romances das últimas décadas. O que acontece quando descobrimos quem verdadeiramente somos? E como é que lidamos com essa revelação? Intrépido e original, A Zona de Interesse é uma violenta e obscura história de amor que se desenrola num cenário do mais puro mal o campo de extermínio de Auschwitz , bem como uma viagem às profundezas e contradições da alma humana. -
Capitães da AreiaPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para a Formação de Adultos, como sugestão de leitura - Grau de Dificuldade III. Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo inteiro. Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo. Em 1944 conheceu nova edição e, desde então, sucederam-se as edições nacionais e estrangeira, e as adaptações para a rádio, televisão e cinema. Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia. -
História da União EuropeiaEste livro vem responder a questões que muitos de nós se põem acerca da realidade em que Portugal se integra desde 1986 a União Europeia. -
O Segundo Sexo - Volume 1Mais de 50 anos volvidos sobre a sua primeira publicação, os temas que Simone de Beauvoir discute neste célebre tratado sobre a condição da mulher continuam a ser pertinentes e a manter aceso um debate clássico. Entretecendo argumentos da Biologia, da Antropologia, da Psicanálise e Filosofia, e outras áreas de saber, O Segundo Sexo revela os desequilíbrios de poder entre os sexos e a posição do «Outro» que as mulheres ocupam no mundo. O Segundo Sexo é uma obra essencial do feminismo, e as suas considerações acerca dos condicionamentos sociais que levam à construção de categorias como «mulher» ou «feminino» ? e que estão na base da opressão das mulheres ? são hoje amplamente aceites.