Ser Ator em Portugal
Quando se diz «ator», há quem oiça «astronauta». É o tipo de vocação que os adultos podem desmanchar com um sorriso condescendente. E, na verdade, para estes profissionais não existe um sistema claro de regras laborais e de segurança social, estabilidade, horizonte mínimo. Mas ser ator é, sobretudo, buscar coerência, autenticidade, aceitar a sala de ensaios como um campo de batalha onde tudo pode acontecer, subir ao palco, colocar-se sob os holofotes, para «estar com» e fazer acontecer um mistério de cada vez único e irrepetível. Este é um livro escrito por um dramaturgo para dar a ver os «bastidores» da vida dos atores em Portugal. Foi composto a partir dos depoimentos de vários profissionais, que surgem como personagens sem nome, para representarem em conjunto um certo «ator desconhecido».
| Editora | Fundação Francisco Manuel dos Santos |
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| Editora | Fundação Francisco Manuel dos Santos |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jacinto Lucas Pires |
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NovidadeA Gargalhada de Augusto ReisDois tempos. Duas realidades. Duas vidas distintas. De um lado, o poeta Augusto Reis, administrador de um banco e reputado académico com ligações indistintas ao regime de Salazar, que vê a sua vida ruir com o 25 de Abril. Do outro, Djalma dos Santos, um jovem de um bairro da Amadora, que em pequeno encontrou um poema de Augusto Reis e o guardou como tesouro, como mantra. A unir os dois tempos, Sofia Bessa, realizadora cujo último filme foi arrasado pela crítica e que, a medo, aceita o desafio para um novo documentário. A unir os dois homens, a poesia. Alternando passado e presente, A Gargalhada de Augusto Reis é, em última instância, um romance sobre o mistério mais simples e o mais fugaz: a alegria. -
NovidadeVamosInspirada em personalidades de referência da cultura africana, como Martin Luther King ou Nelson Mandela, a Academia Ubuntu é uma iniciativa de formação para a liderança, dirigida a jovens descendentes de imigrantes africanos entre os 14 e os 30 anos. A convite do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano, o escritor Jacinto Lucas Pires foi conhecer os participantes da Academia, com os quais acabou por estabelecer a relação que deu origem a um retrato íntimo e revelador dos seus percursos de vida no livro Vamos. -
NovidadeO Verdadeiro AtorJacinto Lucas Pires, escritor, dramaturgo e cineasta lança na Cotovia o seu terceiro romance: Não há nem um gesto, a mínima sugestão de violência. Só o peso da multidão portuguesa, de braços para baixo, corajosos ombros contra as portadas institucionais. Nem uma palavra mais dura sequer, apenas uns milhares, um milhão, de almas usando o peso da maneira mais sóbria. Ombros, testas, coxas, imaginem. Começa.» -
NovidadeGrosso ModoGrosso Modo é uma recolha de 9 contos, alguns dos quais inéditos, de Jacinto Lucas Pires. Apresentando uma forte dimensão política e social e um compromisso com o presente, estas narrativas contam momentos de desespero e epifania, através de uma escrita ágil, segura e surpreendente. -
NovidadeExatamente AntunesAntunes: Poder-se-á ver Portugal inteiro de uma só olhadela, como no mapa, em aeroplano? Palmela e Almada. De cá, Sintra e Santarém. Mouros, Afonso Henriques. Os cruzados. E desde então até hoje. Até aqui, a esta água-furtada. Até mim. Tanta gente e tantos séculos encarreirados por aqui: as quinas, Avis, caravelas, o pelicano, a esfera armilar, Filipes, azul e branco, vermelho e verde, e continua. Nada para mim. Portugal.Coro: O quê? (Antunes vira-se para o Coro.)O quê com letra maiúscula? -
NovidadeIgual ao Mundo: cinco peças de teatroCinco peças, diferentes como os dedos de uma mão. Em Igual ao Mundo, um Autor parecido com um homem comum enfrenta uma Senhora parecida com um motor de busca. Já o protagonista de Adal-berto Silva Silva é nem mais nem menos do que o pivô de um telejornal da alma. Email (desta mãe que tanto te ama) é o que o título indica e é capaz de ser a primeira monóloga da dramaturgia europeia. Por falar em Europa, Interpretação conta a história de um intérprete da UE em busca do seu EU. Por fim, Grande Cena mostra quatro atores fora de cena, num lugar quase, quase, quase igual ao mundo. -
NovidadeOração a Que Faltam JoelhosÓrfã de mãe, desde cedo Kate Souza aprendeu a conviver com os silêncios do pai António e o espaço que estes ocupavam na ampla casa familiar, de madeira, com cerca e relvado à frente, igual a tantas outras, nessa terra das oportunidades para onde há muito os pais haviam emigrado. No entanto, quando António morre afogado no rio Lima, durante as primeiras férias de Kate em Portugal, ela sente-se perdida, culpada e com uma história nas mãos. Uma história que é a sua vida. Talvez seja isso que – num mundo duro e doente, com cada vez menos capacidade de imaginação – faz dela escritora. Identidade e culpa, amizade e amor, jornalismo e literatura, totalitarismo e loucura, terrorismo e religião cruzam-se na história desta mulher, num tempo e num mundo onde, à falta de outro milagre, as velhas linguagens parecem querer renascer. -
NovidadeDoutor DoenteCaros concidadãos, deixo-vos estas palavras para que saibam que a vida nem sempre foi assim. Perdoem-me a linguagem utilizada, mas não há outra maneira de vos contar. Agora tudo “é”, bem sei. Mas nem sempre “foi” assim. Dantes, algumas coisas eram, outras tinham sido, outras haveriam de ser. Uso a linguagem antiga, com diferentes formas verbais, porque é desse viver antigo que vos quero falar e só assim posso, com sorte, aproximar-me dele. Não sei se ainda há alguém capaz de traduzir essa complexa linguagem para a atual língua-numérica de é-1, é-2, é-3. Espero que sim; imagino que ainda se possa desencantar um velho dicionário nalgum super-servidor enterrado no deserto. O mundo começou com um “era uma vez”; agora, “é o que é”. -
NovidadeFaz DiferençaFaz diferença saber que o mundo é feito de matizes que amplificam o que vemos e o que somos. Nem sempre claro, nem sempre escuro.
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NovidadeInglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
NovidadeÉtica no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
NovidadeArte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
NovidadeCartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
NovidadeVertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
NovidadeConstelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda]


