Teatro 5
Cotovia
2018
24,99 €
Este é o quinto volume da colecção da obra dramática de Bertolt Brecht. Reúne seis peças do dramaturgo e encenador alemão que acompanham, nas suas redacções iniciais, a segunda metade do exílio europeu do autor, entre 1938 e 1941: A Vida de Galileu, Dansen, Quanto Custa o Ferro?, Ti Coragem e os seus Filhos, A Condenação de Lúculo e A Boa Alma de Sichuan.
É nesses anos que se dão os primeiros avanços militares da Alemanha nazi de Adolf Hitler que conduziriam à Segunda Guerra Mundial. Esses factos e o percurso do exílio de Brecht marcam de diferentes modos os textos agora editados.
Bertolt Brecht
Bertolt Brecht nasceu na Alemanha, em Augsburgo, em 1898, filho de um industrial, estudou Medicina, e serviu na Primeira Guerra Mundial nos serviços de saúde. As suas primeiras peças de teatro importantes datam de 1922, e são violentamente expressionistas. Os seus poemas, misturando níveis de linguagem muito diversos, que o poeta trata ironicamente, e imitando canções de cabaret ou baladas populares, ou parodiando estilos ‘respeitáveis’ como o dos hinos religiosos protestantes, foram primeiro coligidos em Die Hauspostille (Livro de Devoções Domésticas, 1927). O uso de canções no seu teatro, pratica-o primeiro nesse ano em Mann ist Mann (Um Homem É Um Homem), e tornar-se-á uma das principais características das suas peças.
Em 1928, a Dreigroschenoper (baseada na peça setecentista inglesa The Beggar's Opera, de John Gay), com música de Kurt Weill, culminou a sua fase expressionista. Nesse ano de 1928, Brecht casou-se com a actriz Helene Weigel e aderiu ao socialismo e à literatura militante. Fugindo ao nazismo em 1933, primeiro para a Dinamarca e depois (1940-41), através da Suécia e da Rússia, para os Estados Unidos, neste país se fixou. Entretanto, desenvolvia a sua teoria do ‘teatro épico’, e compunha diversas peças de ataque ao nazifascismo. Em 1941, estreou-se em Zurique uma das suas maiores peças: Mutter Courage und ihre Kinder, que representa, com Galileu, o Círculo de Giz Caucasiano, etc., a sua fase final de dramaturgo. Em 1947, nos Estados Unidos, onde continuava, foi visado pelo furioso anticomunismo macarthista, e chamado a depor ante a Comissão de Actividades Antiamericanas, do Senado. Voltou então à Europa (Zurique), e nos fins de 1949 fixou-se em Berlim Leste, quando aí se fundou a célebre companhia Berliner Ensemble (com a sua mulher como primeira figura), para exemplificar os seus princípios do Teatro Épico. Em 1950, continuando a viver em Berlim Leste, Brecht naturalizou-se austríaco, e na capital da Alemanha Oriental morreu em 1956. Considerado um dos maiores dramaturgos do século XX, Brecht foi também um grande poeta, quer na poesia que escreveu a vida inteira, quer nos poemas que intercalou — como outros passos em verso — nas suas peças; e, em alemão, a sua importância e influência como poeta veio, com Trakl e Benn, a transcender a de Rilke.” [Jorge de Sena]
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Conversas de RefugiadosDurante a Segunda Guerra Mundial, dois exilados alemães bebem cerveja na estação ferroviária de Helsinque e falam sobre as circunstâncias adversas em que vivem, "tomando sempre o cuidado de olhar para os lados". Essa é a situação básica das conversas de refugiados, pela primeira vez traduzidas para o português. Seu autor, Bertolt Brecht, era ele próprio um exilado quando começou a trabalhar nesse texto inconcluso, que veio a público somente em 1961. Ainda assim, ou por isso mesmo, brilha nessas conversas a inventiva cheia de humor do dramaturgo perseguido pelo nazismo. -
Teatro 1Este é o primeiro dos oito volumes de uma colecção que os Livros Cotovia irão publicar contendo todo o teatro relevante de Bertolt Brecht em novas traduções, cuidadas e de tradutores de referência. Preenche. A intensa montagem teatral dos textos de Bertolt Brecht em Portugal, sobretudo desde 1974 e com um ligeiro abrandamento nos anos 80, não teve correspondência no plano editorial, onde são esporádicas as publicações de algumas das traduções utilizadas nos palcos. De facto, a última tentativa de publicação do teatro de Brecht remonta à década de 60, altura em que a extinta “Portugália Editora” fez sair 5 volumes com peças de Bertolt Brecht. Desde então, salvo algumas edições espúrias, nada se fez à volta deste autor fundamental do século XX. -
Teatro 2Este volume das peças de Bertolt Brecht, abarca o período que vai de meados dos anos 20 até ao começo dos anos 30 e inclui, curiosamente, a peça de teatro mais representada do revolucionário dramaturgo alemão (A ópera dos três vinténs), a menos representada (A vida de Eduardo II de Inglaterra —que é também a estreia de Brecht como encenador), e as primeiras incursões no teatro musical e na ópera, que inauguram a notável, mas breve, colaboração com Kurt Weil. Organizado cronologicamente, como sucede com todos os volumes desta série, Teatro 2 publica traduções novas a par de traduções já existentes, todas elas sob a orientação de Vera San Payo de Lemos, que assina também a introdução do volume. -
Teatro 3Neste volume 3 reúnem-se sete peças didácticas de Bertolt Brecht , onde se reconhecem as marcas do estudo do marxismo e do materialismo dialéctico iniciado em 1926, mas também atitudes e formas de expressão já evidenciadas pelo jovem Brecht nos diários e nos seus primeiros trabalhos: o gosto pela provocação retórica, a vontade de transformação do estado das coisas e a afirmação das próprias teorias e práticas por oposição às teorias e práticas correntes. -
Teatro 4Escritas na lonjura do exílio, as cinco peças publicadas agora pelos Livros Cotovia integram o quarto volume da colecção Teatro de Bertolt Brecht, organizada por Vera San Payo de Lemos. -
Teatro 6O Teatro 6 de Bertolt Brecht reúne três peças escritas nos primeiros anos da II Guerra Mundial. É na Finlândia e nos EUA, onde esteve exilado, fugido da Europa hitleriana, que Brecht escreve "O Senhor Putila e o Seu Criado Matti", uma comédia intemporal, "A Ascensão de Arturo Ui", uma peça de gangsters, e "As Visões de Simone Machard", uma Joana d'Arc moderna. -
PoemasA presente edição inclui, além do acervo de Poemas e Canções e dos poucos poemas publicados depois desta colectânea, todas as traduções inéditas em vida do tradutor. Não pode, evidentemente, afastar-se a hipótese de que, a terem sido preparadas por Paulo Quintela para publicação, as versões portuguesas dos textos de Brecht pudessem ter sido ainda sujeitas a uma mais ou menos profunda revisão. A verdade, porém, é que o já referido estado dos manuscritos, quase sempre integralmente limpos de emendas, rasuras ou outras anotações, bem como a circunstância de os poemas publicados em vida do tradutor reproduzirem quase sem alterações a versão manuscrita encontrada no espólio, legitimam plenamente o trazer a público do vasto conjunto de traduções deixadas inéditas.” [Do Posfácio de António Sousa Ribeiro]
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.