Um Republicano Chamado José Fontana
Apesar de haver uma praça com o seu nome Praça José Fontana, não se pode dizer que seja um nome muito conhecido o que é injusto.
No entanto José Fontana transformou-se num líder e num herói do movimento operário Português;
| Editora | Fonte da Palavra |
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| Editora | Fonte da Palavra |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria Manuela Cruzeiro |
Maria Manuela Cruzeiro é colaboradora do CES (Centro de Estudos Sociais) da Universidade de Coimbra. Foi assistente da Faculdade de Letras (Secção de Filosofia) e investigadora principal do Centro de Documentação 25 de Abril da mesma Universidade, onde foi responsável pelo projecto de História Oral e pelas atividades de extensão cultural e pedagógica. As suas áreas de especialidade são a História Cultural, movimentos de Resistência ao Estado Novo, testemunho e memória da Revolução de Abril, cultura e identidade portuguesas, particularmente a partir da obra de Eduardo Lourenço. É colaboradora regular em várias revistas e jornais da especialidade, bem como em obras coletivas, e oradora em cursos, colóquios e conferências. É também autora de uma vasta obra dedicada ao 25 de Abril de 1974.
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A Nossa Fada Morgana: viagem pelos imaginários da Revolução de Abril«Como estenógrafa incontornável do fait divers comentado pelos seus actores, já Maria Manuela Cruzeiro cumprira a sua missão. Mas não se ficou por essa missão de cronista-mor da Revolução falada em primeira instância. Ao tentar desenhar o mapa das "visões" em busca da realidade, sem as quais não há "revolução" no sentido moderno do termo - pelo menos desde a Revolução Francesa -, propôs-se descobrir e evocar, se não todas, pelo menos as mais actuantes do inconsciente histórico onde emerge a utopia revolucionária específica que a nossa Revolução de Abril encarnou.»[Do Prefácio] -
Pezarat Correia: do lado certo da história«Pedro Pezarat Correia, como toda esta entrevista revela de modo muito eloquente, é, sem sombra de dúvida, uma personalidade e uma figura única "do lado certo da história" da nossa democracia, que em muito ajudou a lançar e a consolidar. Seja enquanto militar e cidadão – com cargos muito elevados e centrais ocupados ao longo do nosso processo de transição democrática –, seja como o ser humano, sempre empenhado no mundo que o rodeia e solidário com as causas com as quais se comprometeu, que estas páginas de algum modo fotografam e revelam de um modo muito claro.»Rui Bebiano, do Prefácio -
Melo Antunes, O Sonhador PragmáticoIntitulado «Melo Antunes. O Sonhador Pragmático», o livro de Maria Manuela Cruzeiro, investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, é o resultado de 16 horas de gravações de entrevistas ao que foi considerado o ideólogo da «revolução dos cravos», compilando as memórias dessa época do autor dos principais textos programáticos do Movimento das Forças Armadas (MFA). Gravadas ao longo de dois anos (de 1995 a 1997), na casa de Sintra de Ernesto Melo Antunes, as entrevistas revelam uma personalidade que «mistura o idealismo e um certo romantismo com uma faceta muito realista e pragmática», afirmou Manuela Cruzeiro à agência Lusa. Realizado no âmbito do Projecto de História Oral do Centro de Documentação 25 de Abril, o retrato de Melo Antunes mostra uma figura com «uma ideologia de esquerda, mas que mantinha uma grande vigilância sobre as suas próprias utopias, procurando adequá-las à realidade». (...) in SIConline Maria Manuela Cruzeiro é licenciada em Filosofia e Mestre em Filosofia Social e Política. As suas áreas de especialização são a história cultural, movimentos de resistência ao Estado Novo, testemunho e memória da revolução, problemática da história oral e suas relações com a história e a memória e aplicação da história oral ao estudo da revolução de 25 de Abril de 1974.Colaboradora regular em variadas revistas e jornais da especialidade, bem como em obras colectivas, oradora em colóquios, congressos e outros encontros científicos, é também autora de diversas obras, entre as quais se destacam: Costa Gomes - o Último Marechal, Vasco Gonçalves - um General na Revolução, Melo Antunes - o Sonhador Pragmático, Vasco Lourenço - do Interior da Revolução, Maria Eugénia Varela Gomes - Contra Ventos e Marés, Tempos de Eduardo Lourenço (em co-autoria com Maria Manuel Baptista) e Anos Inquietos - Vozes do Movimento Estudantil em Coimbra (1961-1974) (em co-autoria com Rui Bebiano). -
Costa Gomes - O Último MarechalCom a primeira edição datada de 1998, Costa Gomes - O Último Marechal foi, ao longo destes anos, não só obra de consulta obrigatória para estudiosos e investigadores da nossa história recente, como também uma leitura fascinante para um público mais vasto e abrangente. Sendo o ano de 2014 a conjugação de duas efemérides, os 40 anos do 25 de Abril e o centenário do Marechal Costa Gomes, este é o momento oportuno para uma nova edição desta obra. Assim, o reaparecimento das memórias de Costa Gomes contribuirá para o esforço colectivo de preservação deste acontecimento central da nossa contemporaneidade, mas também para resgatar a figura de um dos protagonistas da Revolução, que não tendo sido um militar vulgar, um político vulgar nem um católico vulgar, não foi um herói falhado, mas também não foi um herói de Abril. Costa Gomes devido ao seu perfil enigmático, indecifrável, quase esfíngico, que tanto perturbou os portugueses no tempo revolucionário e que ainda hoje continua a perturbar os estudiosos e o público em geral, pode ser qualificado como o representante do princípio da realidade contra o princípio do prazer - é aquele que apelidamos de anti-herói da Revolução de Abril e a quem hoje homenageamos com esta nova edição. -
Vasco GonçalvesO futuro que sonhei não é cada vez mais saudade. É, sim, cada vez mais necessidade imperiosa. Assim o povo o compreenda. Vasco Gonçalves O conjunto de entrevistas aqui recolhidas por Maria Manuela Cruzeiro constitui certamente o mais abrangente testemunho que Vasco Gonçalves deixou às gerações vindouras, com uma densidade de informação que se deve tanto à frescura da sua própria memória como à precisão cirúrgica das questões que lhe são colocadas. António Louçã, Prefácio à 2ª ed. Ninguém como Vasco Gonçalves lutou para fazer coincidir o tempo ideal com o tempo real e a sua fulgurante passagem pela cena política identifica-se e, como que resume, a própria marcha da Revolução: desde a euforia mobilizadora e contagiante aos primeiros percalços perturbadores da unidade primordial e, finalmente, às profundas fracturas provocadas por divisões políticas e ideológicas inevitáveis. Maria Manuela Cruzeiro, Prefácio à 1ª ed.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.