Uma Campanha Americana: Humberto Delgado e as presidenciais de 1958
Toda a história da campanha presidencial de Humberto Delgado: a maior ameaça democrática que o Estado Novo enfrentou .
Em 1958, em plena ditadura, as eleições preparavam-se para ser mais uma encenação para manter aparências. Mas, ao contrário do que Salazar desejaria, a corrida para a Presidência da República foi um agitar sem precedentes das águas paradas do Estado Novo: Humberto Delgado, um homem do regime e militar no activo, juntou-se à oposição e candidatou-se, apesar da censura, das intimidações da PIDE e do desfecho previsível e condicionado nas mesas de voto.
Influenciado pelos anos que viveu nos EUA, o «General sem Medo» lançou-se numa campanha com um profissionalismo comunicacional inédito no país, de aproximação às pessoas, com slogans e soundbites que perduraram muito além do período eleitoral – como «Obviamente, demito-o» ou «o medo acabou» –, e encheu praças e auditórios pelo país numa onda de entusiasmo democrático há muito apagado. Como este livro reconstitui, a campanha de Humberto Delgado foi um verdadeiro «terramoto político», e a maior ameaça que o Estado Novo enfrentou nos seus 40 anos de existência.
| Editora | Tinta da China |
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| Editora | Tinta da China |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Joana Reis |
Joana Reis (1980) é doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade Católica Portuguesa e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela mesma instituição. É jornalista de política na CNN Portugal. Antes passou pela TVI, onde apresentou o programa Ephemera – Objectos com História (TVI24). É autora de várias obras dedicadas à história política contemporânea portuguesa.
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A Transição Impossível - A Ruptura de Francisco Sá Carneiro com Marcello CaetanoEste livro parte da ruptura de Francisco Sá Carneiro com Marcello Caetano para explicar a impossibilidade de transição de um regime autoritário para a democracia em Portugal, nos anos em que Marcello esteve à frente dos destinos do país (1968-74). A subida ao poder do novo Presidente do Conselho suscitou enormes expectativas de mudança, mas a esperança de abertura do regime depressa caiu por terra. Explorando o que falhou e os motivos pelos quais fracassou o processo de transição ansiado por muitos, ocupa lugar cimeiro o argumento de que Marcello Caetano foi sempre um homem avesso à democracia, que se manteve inconvertível até ao fim. A guerra no Ultramar como entrave para a liberalização, a falta de entendimento com a «ala liberal» e a possibilidade de ter havido equívocos iniciais entre personalidades do regime e aqueles que aceitaram integrar, na qualidade de independentes, as listas da União Nacional nas eleições de 1969 são aqui também destacadas. O livro percorre a luta da «ala liberal», defensora de uma transição de regime pacífica e faseada, vinda de dentro, mostrando a revisão constitucional de 1971 e as eleições presidenciais do ano seguinte como as grandes oportunidades perdidas por Marcello Caetano ensejo para uma transição de regime que, sob o seu comando, se revelava impossível. -
A Transição ImpossívelEste livro parte da ruptura de Francisco Sá Carneiro com Marcello Caetano para explicar a impossibilidade de transição de um regime autoritário para a democracia em Portugal, nos anos em que Marcello esteve à frente dos destinos do país (1968-74).Ver por dentro: -
Melo e Castro - O Provedor que Dizia sim à DemocraciaEste livro conta a história de vida de um homem que fez carreira no quadro político do Estado Novo, um apoiante de primeira linha de Marcello Caetano, arrojado, inquieto e destemido, empenhado numa evolução para a democracia, sem revolução, semelhante àquela que veio a cumprir-se em Espanha, com Adolfo Suárez. Melo e Castro pela proximidade que tinha com o Presidente do Conselho foi o mentor da «Ala Liberal» no processo de transição no Parlamento e o seu desaparecimento prematuro foi um dos factores determinantes para o bloqueio de qualquer abertura do regime. O livro percorre os vários cargos que ocupou no Estado Novo, com destaque para os anos em que foi Subsecretário de Estado da Assistência Social de Salazar, mas mostra sobretudo a vasta obra e a marca que deixou como Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Desde os ensinamentos do colégio dos jesuítas aos anos de boémia como estudante na Universidade de Coimbra, aqui se conta o percurso de vida entrelaçado com episódios da história, mas também se revelam alguns dissabores e nalguns casos guerras acesas, a mais grave das quais o obrigou a deixar a Misericórdia há cinquenta anos.Ver por dentro: -
Professor Mário PintoMário Pinto serviu Portugal, os Portugueses e a Igreja como jurista, deputado, ministro e sobretudo como uma voz viva, empenhada e dedicada aos valores da democracia e da fé, da cidadania e da educação, da liberdade e do compromisso. -
ISFC - 40 Anos de HistóriaA 11 de Setembro de um ano que viria a ser marcadamente trágico na vida do PSD, 1980, um grupo de 40 personalidades profundamente ligadas à vida do partido apadrinharam a constituição de uma associação de tipo fundacional que tinha como objectivos fundamentais a “defesa e a divulgação do ideal democrático e o estudo dos fenómenos culturais, sociais, económicos e políticos”. Foi registada em cartório como “Instituto Progresso Social e Democracia”. Mais de quatro décadas com intervenção relevante de natureza social, cultural e política garantiram significativo prestígio do Instituto Sá Carneiro na sociedade portuguesa, ao encontro de uma convicção deixada pelo fundador do partido num depoimento para o centésimo número do “Povo Livre”, a de que “mais importante que a doutrinação é levar as pessoas a pensarem, a criticarem e a discernirem”. O livro que agora se publica tenta sintetizar 40 anos de vida de um Instituto, lado a lado com a vida do país, uma espécie de braço armado do PSD na formação política e como produtor de ideias.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?