Würzburg Bolton Landing
Rui Chafes gosta de estabelecer relações entre a sua arte e as palavras dos outros. Foi assim no livro Fragmentos de Novalis e é agora neste novo livro Für alle meine Eltern, sob os nomes de cidades ou escrevendo o triplo nome de Cidade.
As suas esculturas encontram-se ao lado das palavras de Rilke, Georg Trakl, Büchner, Nietzsche, Kleist ou Marco Aurélio, Beckett e Novalis, ou daquele extraordinário texto de abertura de Andrei Tarkovski, tão demolidor de gostos e de ideias correntes acerca de arte: “O conceito de vanguarda, na arte, não tem qualquer sentido. Aceitar a vanguarda significa aceitar o progresso na arte! Na técnica, compreendo o progresso para que as máquinas, cada vez mais perfeitas, desempenhem cada vez melhor e com maior precisão as funções que lhe estão destinadas. Mas como poderá alguém, na arte, estar mais evoluído do que o outro? Seria, porventura, Thomas Mann melhor do que Shakespeare?” Por isso Rui Chafes recusa a “procura” ou a experiência de vanguarda. E então? Então, há que encontrar “os laços invisíveis”.
| Editora | Assírio & Alvim |
|---|---|
| Coleção | Arte e Produção |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rui Chafes |
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Durante o FimDe tempos a tempos, o escultor Rui Chafes visita a Assírio & Alvim com projectos, sob diversos aspectos, excepcionais. Primeiro foi a exposição de Fragmentos de Novalis, com tradução e desenhos da sua autoria. Depois foi a antologia de textos e imagens sob o título Würzburg, Bolton, Landing. Não perca agora esta preciosa edição que acompanhou a “alargada” e intrometida exposição no parque de Sintra, a começar no Museu / Fundação Berardo. Durante o Fim é um livro de rara afirmação e beleza. -
O Silêncio de...“Começada já há alguns anos, O silêncio de… é uma escultura em evolução, permanentemente a crescer. Escrevo à mão, o tempo é meu amigo. Mas, cansado das palavras, queimo quase tudo o que escrevo e encerro algumas das cinzas em caixas de aço, seladas. O fogo purifica e protege a vida, permite trabalhar o ferro e reduzir a cinzas os corpos e as palavras inúteis. Se escrever pode ser um acto de libertação, queimar as palavras também o é. Talvez nunca decifremos o segredo do tempo que passa, nunca encontremos uma resposta. Também um dia a pele quente, percorrida pela discreta e enigmática palpitação das veias, a pele onde repousa suavemente o medo de ter medo, se converterá numa belíssima teia de linhas que contarão a longa história de uma vida: a história de todos os caminhos, desvios e interrupções, a memória da dor mas também a memória da paz e do regresso, da descoberta e do espanto. Depois ela virá a transformar-se em pólen que, levado pelo vento, espalhará a floração das memórias e dos segredos.Este livro regista a evolução de um caminho, da forma que julgo ser a mais certa, a mais ajustada, a única que me é possível, em todo o caso. Para o fazer com clareza, localizámos e datámos cada texto, assumindo todos os defeitos e todos os excessos próprios e insubstituíveis. Estes textos não possuem outra importância para além da esperança de que possam servir a quem por eles se interesse ou até aproximar alguém do meu trabalho de escultura, completando alguns dos seus aspectos. Mas a verdade é que espero que as minhas obras sejam melhores do que as minhas palavras e que delas não precisem. Cada obra é sempre mais complicada do que as nossas pobres teorias. A rigor, a única contribuição que um artista deveria trazer a um debate é a sua obra. As palavras poderão orientar, mas nunca deverão servir de desculpa nem de justificação. De resto, tudo é possível: há artistas que gostam de falar e há os que detestam; alguns querem dialogar, outros não conseguem, mesmo querendo; uns gostam de escrever e outros exprimem-se pelo silêncio.”Rui Chafes -
Entre o Céu e a TerraRui Chafes nasceu em Lisboa (1966) e licenciou-se em escultura pela ESBAL. Na Assírio & Alvim publicou vários livros com as suas esculturas («Würzburg Bolton Landing», «Durante o Fim», «O Silêncio de »), escolheu e traduziu «Fragmentos» de Novalis. Reunindo a autobiografia do escultor (tão exacta quanto a memória o permite) e o registo de uma sua conferência, «Entre o Céu e a Terra» testemunha uma posição no mundo e, ao mesmo tempo, a dificuldade de resistir, sem nunca desistir. Também a resistência poética que uma obra oferece, inclusivamente ao seu próprio autor, é a medida da sua qualidade. Uma obra de arte exige trabalho e esforço do público, não pode ser apenas mais um sedutor espectáculo para preguiçosos. Ela não deve menosprezar o espectador, tem de o ajudar a defender a sua dignidade nesta era de massificação, banalização, frivolidade, superficialidade, efemeridade mediática, consumismo desenfreado e sensacionalismo que espelham a vacuidade dos desígnios desta civilização do espectáculo que nos habituámos a aceitar com passiva indiferença. Na esterilidade deste vazio, não se pode desistir de procurar a beleza e a verdade. Há que densificar o trabalho, para que possa existir espírito e pensamento. Será necessário instaurar pontos ásperos, baços, rugosos, e foscos num mundo escorregadio, brilhante e digital. «Luz e trevas são a mesma coisa, em ambas reside a mesma energia. Quem possui ouro no seu âmago tem de aprender a trabalhar com ele, para que as outras pessoas consigam ver que, por trás da aparente escuridão, existe um ser de luz, um ser luminoso. A luz vem das trevas, pois é aí que nasce a luz.» ["O perfume das buganvílias", «Entre o Céu e a Terra»] -
Tudo É Outra CoisaNa sala de exposições, o Verão e o Inverno dialogam frontalmente, materializando-se (ou desafiando-se?) em duas estruturas ondulantes que se completam e que têm a nobreza firme de armaduras medievais. Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Tudo é Outra Coisa» de Rui Chafes, com curadoria de Filipa Oliveira, encomendada e produzida pela Câmara Municipal de Almada, a qual teve lugar no Convento dos Capuchos, entre 16 de Março a 19 de Outubro 2019. […] O que esta exposição me ensinou passa, seguramente, por uma funda noção de humildade e por um extremo respeito pelo espaço sagrado ou natural em que acontecem as esculturas de Rui Chafes. Senti-o noutras exposições, noutros espaços, por exemplo na igreja de São Cristóvão ou no Jardim da Sereia (onde o meu nome e o do Rui por acaso se cruzaram, muito antes de nos conhecermos). Mas eu não acredito em acasos, para ser franco. Há cerca de dez anos, um amigo meu perguntou-me se queria ficar com o número de telemóvel do Rui. Disse-lhe que não; caso tivéssemos de nos conhecer, isso aconteceria naturalmente, sem que nenhum de nós procurasse o outro. Assim foi. Assim, creio, terá acontecido sempre nesta terra gasta, onde tantas vezes os nossos verdadeiros contemporâneos morreram há muito — mas revivem em nós através de gestos, palavras, sílabas de metal, silêncios. Temos pouco tempo, como é sabido. O mais provável é que eu nunca mais regresse ao Convento dos Capuchos da Caparica. Foi um dia de sol. E seria uma redundância dizer que foi um dia irrepetível ou inolvidável, embora isso em nada faltasse à verdade. Também a verdade é uma coisa extremamente frágil. Vê-se, mas talvez não se possa provar. Tal como não se pode cientificamente demonstrar que a luz atravessa o ferro (mas atravessa) ou que só havia mar e árvores à espera do nosso olhar, enquanto o ferro cantava. Mas foi assim, este dia. [Manuel de Freitas] -
Durante o FimMaria Nobre Franco: Durante o Fim é uma viagem interior feita de inquietações e ousadias. A travessia de um espaço mental acossado pelo mistério, pela perturbação e por uma estranha magia que envolve a condição humana, o destino. Não é isso determinante em Rui Chafes?» Este livro foi publicado pela primeira vez (Assírio & Alvim, Outubro 2000) por ocasião da exposição Durante o Fim, de Rui Chafes, com curadoria de Maria Nobre Franco, de 15 de Outubro de 2000 a 15 de Janeiro de 2001, em três espaços de Sintra: Palácio Nacional da Pena, Parque Histórico da Pena / Parque Natural de Sintra-Cascais e Sintra Museu de Arte Moderna. Esta edição (Documenta, Outubro 2021) foi publicada como homenagem a Maria Nobre Franco (Messejana, 1938 – Cascais, 2015), durante a exposição No Reino das Nuvens: os Artistas e a Invenção de Sintra, realizada entre Maio e Outubro de 2021, no Museu de Artes de Sintra (MU.SA). E já então eu sabia que vivemos porque outros vivem, só por isso. Porque o que me mostram passa a ser meu: é essa a crua generosidade desta vida desamparada. Um minúsculo olho gigantesco que tudo vê e no qual tudo se reflecte: quartos, portas, retratos pendurados na parede, janelas. Tudo reflectido na esfera de vidro desse olho que um dia me ofereceste, embrulhado em papel claro. Por sermos como pedras lançadas no ar que, eventualmente, um dia se encontrarão, sempre a tua voz me foi uma indizível dádiva. Contigo, por ti, por existires, o Mundo tornou-se maior, enorme. E quando morrermos, se morrermos, Deus não saberá o que fazer. Muito mais do que isto não temos. Mas é tanto. «Não, não chores, tu não», disseste, «tens os olhos claros e quem tem os olhos claros não pode chorar nunca». Todos acreditam que através dos olhos claros tudo se vê de forma mais clara. E era sobretudo quando não havia sol e a névoa cobria a floresta da montanha, que subias os penedos para chegar à estátua do Guerreiro, que também teria os olhos claros. É curioso que lhe chamem a Estátua do Gigante, ou do Parsifal, ou do Arquitecto, do Construtor. Aliás, que outra coisa se pode fazer neste mundo a não ser construir? Dizem-me. Construir como quem tenta dar um sentido à sua efémera passagem. Tão evidente, não é? [Rui Chafes]
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25 de Abril de 1974 - Quinta-FeiraPara celebrar Abril e os 50 anos de democracia: O GRANDE ÁLBUM DE FOTOGRAFIA SOBRE O25 DE ABRIL DE 1974, PELA LENTE DE ALFREDO CUNHA, O FOTÓGRAFO QUE ESTEVE LÁ EM TODOS OS MOMENTOS. Com textos originais de Carlos Matos Gomes, Adelino Gomes e Fernando Rosas, e intervenções de Vhils sobre imagens icónicas de Cunha – para a capa e separadores. No dia 25 de Abril de 1974 (uma quinta-feira, tal como voltará a acontecer em 2024), Alfredo Cunha estava em Lisboa e fotografou a revolução nos seus principais cenários, captando imagens icónicas que perduram até hoje associadas ao acontecimento que mudou a História de Portugal. Para celebrar os 50 anos de democracia, Alfredo Cunha concebeu, a partir das suas imagens, um livro em três partes: Guerra — com texto de Carlos Matos Gomes, militar de Abril e da guerra colonial; Dia 25 de Abril — com texto de Adelino Gomes, repórter que acompanhou os acontecimentos em Lisboa; Depois de Abril — com texto de Fernando Rosas, historiador e protagonista destes anos quentes. «Este dia 25 de Abril não me pertence. É o 25 de Abril do Alfredo Cunha, então com 20 anos e que logo no início da carreira tem inesperadamente o dia mais importante da sua vida de fotógrafo. Uma dádiva e uma maldição. Há 50 anos que incansavelmente fotografa, expõe e publica como que para fugir e de novo voltar a esse dia. Quando me apresentou a maqueta deste livro, colocou‑a em cima da mesa e disse: ‘Acabou. Está resolvido.’ Esta é uma obra monumental, histórica e teoricamente impossível. Meio século depois do 25 de Abril, consegue reunir o fotógrafo que esteve presente em quase todos os momentos do dia e dos meses que se seguiram; o olhar do militar no terreno, Carlos Matos Gomes, que pertenceu ao Movimento dos Capitães; o olhar do repórter suspenso, Adelino Gomes, que perante o desenrolar dos acontecimentos marca o momento em que nasce a liberdade de expressão, ao conseguir um microfone emprestado para colocar a revolução no ar; e o do ativista na clandestinidade, Fernando Rosas, hoje historiador jubilado. Pediram a Vhils para selar esta obra, como se se tratasse de uma cápsula feita para enviar para o futuro, para ser lida e vivida, dado ter sido escrita e fotografada por quem viveu apaixonadamente uma revolução, mas, 50 anos depois, se prestou a depositar aqui o seu testemunho analítico.» — LUÍS PEDRO NUNES, PREFÁCIO -
Fotografia com Câmara Digital e SmartphonePrefácio de António LopesAssociação Portuguesa de Arte Fotográfica (APAF)***O LIVRO MAIS ATUAL E DIDÁTICO SOBRE FOTOGRAFIAEscrito de forma didática, simples, acessível e entusiasta, este livro, completo e atual, ensina as bases do processo fotográfico digital, desde a composição e o registo da imagem, à sua edição e publicação, sem esquecer o desenvolvimento de um projeto fotográfico.Trata-se de uma obra de referência obrigatória para quem se quer iniciar e desenvolver no apaixonante mundo da fotografia digital, uma realidade generalizada ao alcance de todos e impulsionada pela capacidade que os smartphones têm de incorporar máquinas fotográficas que permitem o registo e a publicação diários de milhares de imagens.Um livro repleto de conceitos estéticos e estratégias técnicas, destinado a todos os que queiram aprender fotografia.UM LIVRO A PENSAR EM SI:+ 370 fotografias+ 120 dicas úteis+ 90 ilustrações+ 100 recursos web+ 20 fotógrafos convidados+ 20 exemplos de fotografias de várias áreas+ 30 exemplos de fotografia com flash NOVO15 técnicas criativas exemplificadas1 apêndice do Centro Português de Fotografia (CPF)Recomendação da APAF (Associação Portuguesa de Arte Fotográfica) NOVOO QUE PODE ENCONTRAR NESTE LIVRO?· História da fotografia · Elementos de cultura visual · Características da luz e da cor · Enquadramento e construção de imagens · Tipos de equipamentos fotográficos · Tempo de exposição, abertura e ISO · Fotografar em modo manual · Técnicas criativas · Bases de edição · Sugestões para evoluir na fotografia· Conceitos e técnicas de iluminação com flash NOVO· Desenvolver um projeto fotográfico NOVOCom a participação dos fotógrafos:André Boto | André Brito | DiArte | Diogo Lage | Frederico van Zeller | Hugo Silva | Hugo Suíssas | João Azevedo | José Fragozo | Luís Godinho | Luís Mileu | Miguel Lopes | Pau Storch | Pedro Gomes | Pedro Nóbrega | Ricardo Garrido | Rita Fevereiro | Rui Guerra | Tânia Neves | Tiago Sales | Valter Antunes -
NovidadeAnuário Lusa 2023As melhores imagens do ano através da objetiva dos repórteres fotográficos da Lusa, a agência noticiosa portuguesa, chegam às livrarias portuguesas, em mais uma edição anual bilingue a juntar à de 2021 e 2022. -
Magnum StreetwiseAmbitious in scope, democratic in nature, Magnum Streetwise is an unmissable tour through the photographs and practices that have helped define what street photography is and can be. Magnum photographers such as Henri Cartier-Bresson pioneered modern concepts of street photography before the term was even coined. But their influence is far from historic. A rich seam of street photography runs through the heart of Magnum to this day, both in the work of recognized masters of street photography such as Erwitt, Parr, Gilden and Kalvar and of those who might not even consider themselves street photographers; a continued influence that has not gone unnoticed among the current generation of budding street photographers and fans.Magnum Streetwise is a true visual feast, interleaving insightful texts and anecdotes within an intuitive blend of photographer- and theme-based portfolios, exploring not only the work of outstanding photographers, but how common subject matter (places of leisure, marketplaces, travel) and locations (Paris, New York, Tokyo) have been addressed, conceptually and practically, across the agency and through the ages. Magnum Streetwise is an essential addition to the bibliography of street photography, showcasing hidden gems alongside many of the genre s most famous images.Vários -
New York - Portrait of a CityPresenting the story of New York in photographs, photo-portraits, maps, and aerial views, this title contains nearly 600 pages of emotional, atmospheric images, from the mid-19th century onwards. It includes hundreds of quotations and references from relevant books, movies, shows and songs. -
1964 - Olhos da TempestadeÁlbum em capa dura, com 275 das fotografias captadas por Paul Mc-Cartney entre dezembro de 1963 e fevereiro de 1964 – quando os Beatles foram catapultados para a fama –, que nos oferece uma perspetiva única sobre o que era ser um dos «Fab Four» no início da Beatlemania. -
Revoluções - Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974)Revoluções – Guiné-Bissau, Angola e Portugal (1969-1974), apresenta 118 fotografias de Uliano Lucas, tiradas durante as viagens efectuadas a esses três territórios, observando o quotidiano das guerrilhas do PAIGC e do MPLA e em Portugal antes e depois de Abril. Este livro, em edição bilingue português-inglês, procura dar a conhecer o trabalho fotográfico de Uliano Lucas, reunindo fotografias éditas e inéditas. Entre as éditas, algumas foram publicadas em catálogos fotográficos em Itália ou ilustrando reportagens em jornais e revistas europeias no início da década de 1970, mas são muito pouco conhecidas em Portugal, na Guiné-Bissau e em Angola. Esta edição dá a conhecer aos leitores algumas das histórias por imagens que o século das Revoluções nos deixou.
