A Conquista Do Inútil
Um diário de rodagem do filme Fitzcarraldo é a nova viagem proposta pela colecção de Carlos Vaz Marques.
Entre 1979 e 1981, Werner Herzog passou longas temporadas na Amazónia, devido a Fitzcarraldo, um grandioso projecto cinematográfico: contar a vida do barão da borracha Carlos Fermín Fitzcarrald, que ousara transportar um navio através de um istmo na Amazónia. Herzog inspirou-se nessa figura histórica para expor quer o delírio da selva quer o absurdo do desejo de controlar a natureza, ficcionando também o sonho de levar a ópera ao coração das trevas, inspirando-se, para o efeito, na ópera de Manaus. A viagem descrita neste livro assume as mais variadas formas: desde a deslocação física por geografias e latitudes mais ou menos distantes — Estados Unidos, Peru, Brasil, Alemanha —, recorrendo a transportes diversos, da lancha ou do navio de Fitzcarraldo ao avião apinhado, por entre aterragens arriscadas, paisagens sublimes e vistas do topo do mundo, à imagem onírica de um avião a despenhar-se contra os arranha-céus nova-iorquinos, da moto à jangada por estradas esburacadas ou rápidos furiosos, face a uma humanidade impotente perante uma natureza agressiva e a luxúria da selva, quase sempre obscena.
| Editora | Tinta da China |
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| Editora | Tinta da China |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Werner Herzog |
Werner Herzog estudou história, literatura e música na Universidade de Munique e na Universidade de Duquesne, nos Estados Unidos. Durante esta época viajou por vários países: México, Inglaterra, Grécia e Sudão.
Aos 14 anos, Werner Herzog iniciou-se no cinema, quando leu a entrada de uma enciclopédia sobre realização de filmes e roubou uma câmara de filmar de 35 mm da Munich Film School. Foi quanto bastou para se transformar num dos cineastas mais importantes do século XX. Na década de 1960, trabalhou à noite como soldador, numa fábrica de aço, para financiar os seus primeiros filmes. Em 1968, filmou a sua primeira longa-metragem, «Herakles», galardoada com o Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim.
Werner Herzog é autor de 18 longas-metragens e de dezenas de curtas-metragens e documentários. Entre os seus filmes mais conhecidos, contam-se «Nosferatu, o Fantasma da Noite», «Fitzcarraldo», «Woyzeck», «Aguirre, a Ira de Deus» e «Cobra Verde». Ao longo da sua carreira, o cineasta foi galardoado com vários prémios e distinções. Desempenhou também papéis como actor, tendo ainda assinado alguns trabalhos como argumentista. Dirigiu dezenas de óperas e algumas peças de teatro.
Escreveu, para além de «Caminhar no Gelo», dois livros sobre o seu filme «Fitzcarraldo». Com Paul Cronin, escreveu «Herzog on Herzog» e, com Lena Herzog, sua mulher, escreveu «Pilgrims: Becoming the Path Itself».
Actualmente, Werner Herzog vive em Los Angeles, nos Estados Unidos.
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Caminhar no Gelo«Outra pessoa apanhava de imediato um avião e estava em Paris numa hora e meia. Werner Herzog preferiu demorar três semanas, porque acreditava que quanto mais tempo demorasse mais tempo a sua amiga Lotte Eisner tinha para ficar boa. Ele confiava nos sonhos mais tresloucados, e nada impedia que aquela viagem de Inverno impedisse a morte de alguém.Herzog atravessa bosques, aldeias, rios, vinhas, passa por radares, locais históricos, inscrições religiosas, vê corvos, cães, veados, extasia-se com as estrelas, avança pelo vento e o nevoeiro, sofre a chuva e a neve.Quando chegou a Paris, encontrou a quase octogenária Lotte doente mas estável. Alguém lhe deve ter dito por telefone que eu tinha chegado a pé eu não queria revelá-lo. Sentia-me embaraçado e pousei as pernas doridas num segundo sofá que ela empurrou para perto de mim. Em silêncio, ela agradece o esforço, ele está esfusiante por ter conseguido. Lotte Eisner morreu em 1983, e só não morreu nove anos antes porque em 1974 Werner Herzog não a deixou morrer.» -
O Crepúsculo do MundoA saga do soldado japonês que durante décadas se manteve no seu posto, sem acreditar que a segunda guerra mundial tinha acabado. Durante três décadas, o tenente Hiroo Onoda esteve convencido de que a rendição japonesa na II Guerra Mundial era uma mentira do inimigo. Manteve-se no seu posto, defendendo a bandeira do Japão numa pequena ilha filipina. A história de Onoda estimulou a imaginação literária de Werner Herzog. Fascinado desde sempre por figuras excêntricas, o cineasta recusou o convite para uma audiência com o Imperador do Japão, preferindo conhecer Hiroo Onoda. Desse encontro nasceu este livro, cruzamento de factos e imaginação. O delírio, na orla da loucura, de um Robinson Crusoé moderno.
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Novas Cartas Portuguesas«Reescrevendo, pois, as conhecidas cartas seiscentistas da freira portuguesa, Novas Cartas Portuguesas afirma-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril (denunciando a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência, a situação das mulheres), revestindo-se de uma invulgar originalidade e actualidade, do ponto de vista literário e social. Comprova-o o facto de poder ser hoje lido à luz das mais recentes teorias feministas (ou emergentes dos Estudos Feministas, como a teoria queer), uma vez que resiste à catalogação ao desmantelar as fronteiras entre os géneros narrativo, poético e epistolar, empurrando os limites até pontos de fusão.»Ana Luísa Amaral in «Breve Introdução» -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Espanha e Catalunha - Choque entre NacionalismosA Constituição espanhola, aprovada em referendo em 1978, num período de transição para a democracia, consagra a Espanha como uma nação que pode comportar várias nacionalidades. Esta foi, à época, a formulação jurídico-constitucional encontrada para acomodar as diferentes aspirações de autonomia ou independência (como no caso do País Basco) de várias regiões, em especial a Catalunha, o País Basco e a Galiza. Durante décadas, estas aspirações estiveram adormecidas, com a excepção evidente do País Basco, onde uma facção radical, a ETA, quis impor o seu projecto independentista através da luta armada.Foi a crise económica, a par de uma revolução gradual no sistema político bipartidário espanhol, que reavivou a aspiração independentista da Catalunha, culminando nos acontecimentos de 2017: um referendo (considerado ilegal à luz da Constituição) e a declaração unilateral de independência (a DUI). O Estado espanhol, dominado por algumas franjas nacionalistas, reagiu, a sociedade catalã dividiu-se e os acontecimentos precipitaram-se.Esta obra visa facultar ao leitor o necessário enquadramento histórico-político para perceber a evolução dos acontecimentos. -
IlíadaA Ilíada é o primeiro livro da literatura europeia e, sob certo ponto de vista, nenhum outro livro que se lhe tenha seguido conseguiu superá-la – nem mesmo a Odisseia. Lida hoje, no século XXI depois de Cristo, a Ilíada mantém inalterada a sua capacidade de comover e de perturbar. As civilizações passam, mas a cultura sobrevive? É nesse sentido que parece apontar a mensagem deste extraordinário poema épico, que decorre durante o décimo ano da guerra de Tróia, tratando da ira, do heroísmo e das aventuras e desventuras de Aquiles (em luta contra Agamémnon), apresentando-nos personagens como Heitor, Eneias, Helena, Ájax e Menelau, bem como episódios que marcam toda a história da nossa civilização.Nas palavras de Frederico Lourenço, é um «canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram». -
A Zona de InteresseUm dos mais polémicos romances das últimas décadas. O que acontece quando descobrimos quem verdadeiramente somos? E como é que lidamos com essa revelação? Intrépido e original, A Zona de Interesse é uma violenta e obscura história de amor que se desenrola num cenário do mais puro mal o campo de extermínio de Auschwitz , bem como uma viagem às profundezas e contradições da alma humana. -
Capitães da AreiaPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para a Formação de Adultos, como sugestão de leitura - Grau de Dificuldade III. Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo inteiro. Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo. Em 1944 conheceu nova edição e, desde então, sucederam-se as edições nacionais e estrangeira, e as adaptações para a rádio, televisão e cinema. Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia. -
História da União EuropeiaEste livro vem responder a questões que muitos de nós se põem acerca da realidade em que Portugal se integra desde 1986 a União Europeia. -
O Segundo Sexo - Volume 1Mais de 50 anos volvidos sobre a sua primeira publicação, os temas que Simone de Beauvoir discute neste célebre tratado sobre a condição da mulher continuam a ser pertinentes e a manter aceso um debate clássico. Entretecendo argumentos da Biologia, da Antropologia, da Psicanálise e Filosofia, e outras áreas de saber, O Segundo Sexo revela os desequilíbrios de poder entre os sexos e a posição do «Outro» que as mulheres ocupam no mundo. O Segundo Sexo é uma obra essencial do feminismo, e as suas considerações acerca dos condicionamentos sociais que levam à construção de categorias como «mulher» ou «feminino» ? e que estão na base da opressão das mulheres ? são hoje amplamente aceites.