A Guerra Incomportável
O estudo mais alargado e profundo editado em português sobre a ‘operação militar especial’ de Vladimir Putin na Ucrânia”, considera José Milhazes no prefácio que escreveu para o novo livro de Germano Almeida, um dos mais conceituados comentadores em assuntos internacionais que marcam presença nos regular nossos canais noticiosos.
Com a preocupação de escrever para as pessoas comuns e não para especialistas, procurando distinguir o essencial do acessório, Germano Almeida vai ao encontro das explicações mais simples e percetíveis de uma guerra extremamente complexa, que nos parece distante, mas ocorre à nossa porta. E dá-nos um contributo fundamental para percebermos o que é que o futuro próximo nos pode reservar, isto é, de que modo esta guerra, que tem já mais de um ano de duração, vai condicionar as nossas vidas para além do seu termo.
| Editora | Prime Books |
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| Categorias | |
| Editora | Prime Books |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Germano Almeida |
Germano Almeida nasceu na ilha da Boa Vista em 1945. Licenciou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Vive em São Vicente onde, desde 1979, exerce a profissão de advogado.
Publica as primeiras estórias na revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo de Romualdo Cruz. Estas estórias foram publicadas em 1994 com o título A Ilha Fantástica, que, juntamente com A Família Trago, 1998, recriam os anos de infância e o ambiente social e familiar na ilha da Boa Vista. Mas o primeiro romance do autor foi O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989, que marca a rutura com os tradicionais temas cabo-verdianos.
O Meu Poeta, de 1990, Estórias de Dentro de Casa, de 1996, A Morte do Meu Poeta, de 1998, As Memórias de Um Espírito, de 2001, e O Mar na Lajinha, de 2004, formam o que se pode considerar o ciclo mindelense da obra do autor.
Mais recentes são os livros A Morte do Ouvidor, de 2010, Do Monte Cara Vê-se o Mundo, de 2014, Regresso ao Paraíso, de 2015, e O Fiel Defunto, de 2018.
Tem obras publicadas no Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca, Cuba, Estados Unidos, Bulgária, Suíça.
Em 2018 venceu o Prémio Camões.
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O Meu PoetaGermano Almeida foi uma grande revelação da literatura cabo-verdiana e até, de modo mais geral, da literatura em língua portuguesa, com o romance O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo. Romance ambicioso e conseguido, O Meu Poeta é sem dúvida um livro marcante nas literaturas que actualmente, com variedade e força, se escrevem em língua portuguesa. -
Os Dois Irmãos«A história que serve de suporte a esta estória aconteceu lá pelos anos de 1976, algures na ilha de Santiago. Como agente do Ministério Público fui responsável pela acusação de «André» pelo crime de fraticídio. Só muitos anos depois percebi que «André» nunca mais me tinha deixado em paz. Devo-lhe por isso este livro no qual a realidade se confunde com a ficção.» E destas palavras do próprio autor surgiu um belíssimo texto sobre a lei, as convenções sociais, a tradição e os sentimentos pessoais mais íntimos. -
A Família TragoA Família Trago, conta-nos, ao correr da pena de um narrador de características muito particulares, a saga da família Trago ao longo de várias gerações. Numa escrita forte e de impressionante fôlego, o autor conduz-nos, através dos tempos, numa viagem aliciante e absorvente, ao mundo de uma famíla e ao pulsar de um arquipélago profundamente ligados, revelando-os em pinceladas enérgicas, coloridas, pitorescas, às vezes dolorosas, às vezes enternecedoras. A Família Trago é, sem dúvida, um belíssimo romance, que o leitor não deve deixar de conhecer. -
O Dia Das Calças RoladasOs dias 30 e 31 de Agosto de 1981 agitaram algumas das zonas do concelho da Ribeira Grande em Santo Antão, Cabo Verde. A contestação popular à discussão do projecto da lei de bases da Reforma Agrária esteve na origem de atribulações, distúrbios, episódios picarescos e algumas prisões. Embora o título nos leve a pensar em ficção, o autor não faz mais do que contar o relato oficial dos acontecimentos, a história dessa contestação que acabou em julgamento dos envolvidos e participantes, socorrendo-se do que foi dito nos tribunais e das declarações das testemunhas. Mas será que Germano Almeida se limita à simples narração dos factos? O leitor ficará surpreendido pela forma como ele transforma esta sucessão de eventos numa prosa fluida, rica de cor e movimento, perpassada de um irresistível humor nascido das palavras dos protagonistas e de situações quase diríamos rocambolescas. E à medida que avançamos na leitura, percebemos cada vez melhor a exclamação de um dos intervenientes, «que trazia as calças arregaçadas, tinha uma faca na mão e estava com o aspecto de quem queria matar»: «Hoje é dia de calças roladas.» -
O Mar Na LajinhaO tempo corre manso na tranquila praia da Lajinha. Todas as manhãs, cumprindo um ritual que se perde nos anos, um grupo de banhistas aí se encontra para uma (nem sempre) amena cavaqueira, em que todas as grandes e as pequenas novidades são trocadas com minúcia de pormenores e fantasiosos exageros, e para um revigorante banho de mar. O grupo é heterogéneo quanto a sexos, idades, profissões, formas de pensar a vida. Nas águas quase sempre calmas e apetecíveis se fazem confidências, se repetem brincadeiras, se embalam sonhos, se desfazem lágrimas. E é ao compasso do bater das ondas que se vão desenrolando as vidas dos componentes do grupo, num pulsar vagaroso e forte, ao ritmo quente, dolente e irresistível das estórias de cada um, ao ritmo de uma cidade, Mindelo, num arquipélago, Cabo Verde. -
EvaUma mulher e três homens constituem o núcleo duro deste novo romance de Germano Almeida. A história arranca nos anos 60, em Lisboa, transfere-se para Cabo Verde após a independência e termina em Lisboa numa longa investigação às origens. Que motor impulsiona estes personagens? O que move estes homens - sabemos - a paixão por Eva, abusca tenaz e persistente que cada um deles desenvolve para a fechar na sua própria teia. Mas qual o motor que faz mover Eva? Isso, em última instância, não saberemos nunca. Não o sabe o próprio autor, que nos dá neste livro um dos mais fascinantes personagens da sua já longa e bem povoada galeria de retratos. -
A Morte do OuvidorA 28 de Fevereiro de 1764 é preso em Santiago, Cabo Verde, ocoronel António de Barros Bezerra de Oliveira, e com ele novecúmplices, acusados de terem assassinado o ouvidor João Vieirade Andrade. Transportados para Lisboa, são julgados econdenados à morte, e enforcados no Rossio. As cabeças sãocortadas e enviadas para Santiago, para serem espetadas em pause exibidas em público.A Morte do Ouvidor é um romance histórico que se centra nesteacontecimento e que o relata em todos os pormenores, dando umquadro muito vivo da vida na colónia de Cabo Verde no tempo doMarquês de Pombal. -
Do Monte Cara Vê-se o Mundo“Mas quem diabo é este fulano? Somos amigos antigos, apressa-se Pepe a dizer-lhe, companheiros de passeios matinais da Laginha à Enacol, ando a instrui-lo sobre S. Vicente, ele quer ser escritor, vai escrever um livro sobre nós. Nós quem, estranha Guida. Nós todos de S. Vicente…” Nós todos de S. Vicente, ou melhor, da cidade do Mindelo, em Cabo Verde, cidade que é o verdadeiro herói deste novo romance de Germano Almeida. Dezenas de personagens – homens e mulheres, novos e velhos – de que se destacam o velho Pepe, filho do João Serralheiro, Júlia, que poderia ser sua filha e foi o grande amor da sua vida, Guida, cujo marido se perde na emigração, enfim a D. Aurora, a Professora Ângela, o Trampinha e uma multidão de outros personagens, cada um com a sua história, todos aqui reunidos num extraordinário romance que é também um retrato de todos nós, sob o olhar complacente e divertido do Monte Cara, lá no alto, em frente à cidade. -
A Ilha FantásticaPlano Nacional de LeituraLivro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.A Ilha Fantástica é um livro prodigioso. Apresentado pelo autor, modestamente, como um conjunto de crónicas escritas para «preencher espaço» vago na revista Ponto & Vírgula - ou seja, uma espécie de «tapa-buracos» -, o livro é um grandioso fresco de uma comunidade, que resume um povo e um país.Germano Almeida tinha já definido a sua presença na literatura de língua portuguesa com O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo e O Meu Poeta. Mas este livro não deixará de surpreender, mesmo aqueles leitores já familiarizados com a sua escrita.Prémio Camões 2018. -
Regresso ao Paraíso«De modo que da Boa Vista da minha infância pouco mais já resta que o prazer de usar o tempo. É uma noção do tempo em que o hoje e o amanhã, o agora e o mais daqui a bocado, continuam significando a mesmíssima coisa. E quando para lá ia em férias, ia sobretudo em busca desse tempo sem relógio, que é nosso e está por nossa conta.»«O quebranto era suspeitado quando uma criança ficava de repente com o corpo esmorecido, sobretudo se era uma criança no geral irrequieta ou traquinas. Mas de repente ficava calada, ensimesmada, quase a querer esconder-se pelos cantos da casa, perdida a vivacidade e a capacidade de fazer terribezas. Nesses casos […] decidia-se que a criança tinha sido quebrantada […].
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»