A Poesia é Uma Mercadoria Inconsumível: Poemas e Recensões
| Editora | Sr Teste |
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| Coleção | Fulgor Quotidiano |
| Categorias | |
| Editora | Sr Teste |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Pier Paolo Pasolini |
Pier Paolo Pasolini nasceu a 5 de março de 1922 em Bolonha. Filho de um militar, seguiu o pai nas várias mudanças de terra, mas frequentou o liceu e a faculdade em Bolonha, onde teve foi aluno de Gianfranco Contini e Roberto Longhi. Passava os Verões em Casarsa, na região do Friuli, cidade de origem da mãe. Aí se refugiou, em 1943, para fugir à incorporação no exército. Compôs os primeiros poemas em dialecto friulano, Poesie a Casarsa (1942), publicados mais tarde, com outros textos friulanos, em La Meglio Gioventù (1958). Em 1945, soube que o irmão mais novo, Guido, tinha sido morto pelos titistas num conflito entre dois grupos de partigiani. Em 1947, inscreveu-se no Partido Comunista. Trabalhou como professor, numa aldeia perto de Casarsa, mas seria despedido e expulso do PCI por um obscuro episódio de alegada corrupção de menores. Esse foi o primeiro de uma enorme lista de processos (mais de 30) que deram a Pasolini a consciência da sua diversidade e marcaram o seu destino de marginalizado e rebelde.
Devido ao escândalo, em 1949, teve de deixar Casarsa, com a mãe (a relação com o pai já estava estragada), e mudou-se para Roma, vivendo primeiro na periferia e ganhando a vida com explicações e ensino em escolas particulares. A descoberta do mundo do sub-proletariado romano inspirou-lhe - para além de poemas em As Cinzas de Gramsci (1957) e A Religião do Meu Tempo (1961) ( escritos depois de O Rouxinol da Igreja Católica (1943 - 1949, ou seja, antes de As Cinzas de Gramsci) - sobretudo os romances Vadios (1955) e Uma Vida Violenta (1959), que provocaram grande escândalo, mas lhe asseguraram o primeiro êxito literário. Com os antigos colegas da faculdade Francesco Leonetti e Roberto Roversi dirigiu, entre 1955 e 1959, a revista Officina, onde colaboraram, entre outros nomes importantes da militância crítica, Franco Fortini e Paolo Volponi.
Começou entretanto a sua atividade no mundo cinematográfico: colaborou em alguns guiões (entre as quais As Noites de Cabiria de Federico Fellini e La Notte Brava ou O Belo António de Bolognini), e a partir de 1961, realizou vários filmes entre os quais Accattone (1961), Mamma Roma (1962), La Ricotta (1962), Comizi d'Amore (1964), O Evangelho Segundo Mateus (1964),Passarinhos e Passarões (1966), Édipo Rei (1967), Teorema (1968), Medeia (1969), Pocilga (1969) Decameron (1971), Os Contos de Cantuária (1972) As 1001 Noites (1974) e Salò ou os 120 Dias de Sodoma (1975).
Nos anos 60. publicou Il Sogno di Una Cosa (escrito em 1949), mais poemas (Poesia in Forma di Rosa, 1964, Trasumanar e Organizzar, 1971), e foi muito ativo como crítico em vários diários e revistas (entre outras, dirigiu com Alberto Moravia e Alberto Carocci a Nuovi Argomenti), atividade que, depois da coletânea Passione e Ideologia, esteve na origem de muitas publicações, parcialmente póstumas: Empirismo Herético (1972), Escritos Corsários (1975), Descrizioni di Descrizioni (1979).
Para além de várias peças inacabadas que escreveu na juventude e da tradução de cássicos (Ésquilo, Plauto), a sua produção teatral é composta por seis tragédias, cinco delas escritas em 1966: Calderón, Afabulação, Pílades, Pocilga, Orgia e Besta de Estilo que começou a escrever em 1966 e prosseguiu até 1973, tendo ficado inacabada.
Pier Paolo Pasolini morreu assassinado, em Ostia, em 1975.
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Empirismo Herege“Empirismo Herege é, em suma, um livro dinâmico e movimentado, um livro em que o seu autor demonstra já em pleno a sua exigência de expressão interventiva a múltiplos níveis: a exigência de um testemunho que, portanto, já não pode ser apenas literário. O eixo da sua investigação, exactamente por isso, desloca-se para novas direcções, embora mantendo constantemente fixa, no fundo, uma confiança inabalável na sua mensagem poética.”Excerto da introdução a este livro. -
Escritos Corsários, Cartas Luteranas - Uma antologiaPasolini é um dos ícones da Itália contemporânea. O seu nome, o seu rosto, o seu pensamento ainda se vêem correr, inconfundíveis, inclassificáveis, nessa espécie de “vitalidade desesperada”, que foi tanto a sua vida, como é a sua herança.No seu solitário modo, ele repete o arquétipo criador do renascimento: o artista intenta a globalidade do saber, transgride delimitações, considera a realidade um infinito laboratório. Anseia pela “expressão total”.Pasolini é poeta? Romancista? Dramaturgo? Cineasta? Polemista? Agitador? Herege? Como ele dizia, “penso em mim como em alguém que 'provém da crítica'” . Talvez seja esta apresentação o nexo que desenha a unidade de um percurso admirável e intenso, como poucos.Ao apresentar uma colectânea dos principais escritos de intervenção de Pasolini, a Assírio & Alvim propõe a compreensão das fases decisivas do seu notável e exigente empenho crítico. -
Poemas“Foi a minha mãe quem me mostrou que a poesia pode ser materialmente escrita, e não apenas lida na escola (“Vítreo é o ar…”). Misteriosamente, um belo dia, a minha mãe mostrou-me um soneto, escrito por ela, em que confessava o seu amor por mim (soneto que, devido, provavelmente, a certas exigências de rima, terminava com as seguintes palavras: “amor, sabes, tenho tanto e tanto” ). Uns dias depois, escrevi os meus primeiros versos, em que falava de “rouxinol” e de “verdura”. Creio que, por essa altura, não saberia distinguir um rouxinol de um tentilhão, ou um choupo de um ulmeiro: e aliás, como é evidente, na escola (por obra e graça da senhora Ada Costella, toscana, minha professora naquele inesquecível segundo ano), Petrarca não era lido. Por conseguinte, não sei onde aprendi o código clássico da eleição e da selecção linguísticas. O facto é que, sem me preocupar com a “abundantia cordis” da minha mãe, comecei por ser rigidamente “selectivo” e “electivo”.Desde então, escrevi colecções inteiras de livros de versos: aos treze anos, foi o poema épico (da Ilíada a Os Lusíadas). Não me esqueci do drama em verso, nem evitei, com a adolescência, o encontro inevitável com Carducci, Pascoli e D’Annunzio, numa fase que começou em Scandiano — no liceu de Reggio Emilia, para onde tinha de me deslocar todos os dias — e terminou em Bolonha, no Liceu Galvani, em 1937, ano em que um professor substituto — Antonio Rinaldi — leu na aula um poema de Rimbaud.”Pier Paolo Pasolini -
Uma Vida ViolentaPublicado pela primeira vez em 1959, Uma Vida Violenta foi unanimemente considerado pela crítica italiana um dos romances mais importantes do pós-guerra. Juntamente com Ragazzi di Vita (e os filmes Accatone e Mamma Roma), este livro assinala o aparecimento de uma realidade social que não recebera ainda expressão literária: a emergência de um subproletariado da periferia romana, um universo degradado surgido de uma cidade destruída pelos bombardeamentos da segunda guerra mundial e alimentada pelas vagas migratórias do êxodo rural que se seguiu à guerra.Uma Vida Violenta é uma narrativa cruamente realística, onde os personagens, jovens marginais cínicos e amorais, são ao mesmo tempo redimidos pela sua humanidade infantil, primitiva, quase instintiva. Uma tal proposta, que talvez hoje seja vista como o retrato de um passado esbatido dos seus aspectos mais chocantes, não poderia deixar de escandalizar na época. Quando em 1959 lhe foi atribuído o "Prémio Literário Città de Crotone" (por um júri de que faziam parte Carlo Emilio Gadda, Moravia, Ungaretti, Bassani, De Benedetti) gerou-se um verdadeiro terramoto de indignação e críticas, sobretudo das organizações católicas, mas também do Partido Comunista. Tão controverso como o seu autor, este romance é indubitavelmente uma obra fundamental da literatura da nossa época, e indispensável para conhecer a inteira dimensão da obra pasoliniana. Longe de servir efeitos coloridos e pitorescos, o calão foi aqui utilizado por Pasolini para dar uma representação "lúcida e impiedosa das pessoas e dos actos, do ambiente e da fatalidade" dos subúrbios romanos, no dizer de Carlo Emilio Gadda. -
A NebulosaA Nebulosa (1959) impôs a Pasolini «vinte dias atrozes fechado num hotelzito a trabalhar como um cão». Guião literário escrito em 1959, irreconhecível no filme Milano nera (1961), e que se lê como um romance negro, apenas em 1995 foi resgatado ao esquecimento. Texto febril e colérico, A Nebulosa mergulha na periferia de uma Milão envolta em névoa, com «fieiras de luzes e de prédios envidraçados», onde um grupo de teddy boys , numa estonteante noite de fim de ano, afoga na mais extremada violência as suas frustrações . Nesta ronda frenética com contornos de Laranja Mecânica , em que só néons de bares pontuam a longa noite sem estrelas da juventude tentada pelo abismo, estão na mira de Pasolini a perversão moral engendrada pela sociedade afluente e o seu desprezo por tudo. A mesma perversão moral que, suspeita-se, terá selado o destino trágico de Pasolini. -
O Odor da ÍndiaA cada momento há um cheiro, uma cor, um sentido que é a Índia Em 1961, Pasolini visitou a Índia pela primeira vez. As emoções e sensações vividas são tão intensas que o levam a escrever este diário de viagem. Pasolini vagueia atentamente pela caótica realidade que encontra, uma Índia que é terna e bárbara, mágica e miserável, oprimida por tradições em declínio e, ainda assim, vibrante de cor e vida. Os templos de Benares, as noites de Bombaim, todo o encanto de uma terra fascinante e, ao mesmo tempo, o horror da existência que aí nos conduz são transmitidos com a originalidade de um dos maiores escritores italianos. -
Entrevistas Corsárias - Sobre a Política e sobre a Vida«"Tenho a vida de um gato", dizia Pasolini. E então ria, oferecendo-se ao risco de viver com uma espécie de alegria que talvez fosse a sua única alegria. Temia a protecção dos objectos, temia a protecção da ideologia, até mesmo a protecção dos pensamento sábios, do bom senso. De quando em vez, rompia o invólucro para sentir na cara a solidão e o risco das coisas que ele estimava profundamente. Tudo, dito ou não dito, parecia nele exprimir a ideia fixa: não há nada a fazer, não há como escapar. Então para quê se proteger, para quê se adaptar aos adarves das coisas meio feitas, meio ditas, meio aceites? Brincava com o privilégio (do cinema, do sucesso) como o ilusionista Houdini, com correntes cada vez mais robustas, baús mais profundos e risco cada vez mais "inevitáveis". Neste jogo horrendo tornava-se profeta. Um estranho profeta, ágil, de atalaia, precisamente porque se desarmara e afastara de todas as formas de protecção e de alianças.»Tradução de João Coles. -
A Longa Estrada de AreiaEste é um relato surpreendente. Partindo de uma encomenda que lhe é feita pela revista Successo, e publicada entre Junho e Setembro, Pier Paolo Pasolini faz-se à estrada ao longo de toda a costa italiana entre Junho e Agosto de 1959. Um Pasolini alegre parte da fronteira com a França, descendo em direcção à Sicília — até à «mais pobre e distante praia de Itália» —, e subindo depois pela costa oriental, até Trieste, onde «termina a Itália, termina o Verão».A Longa Estrada deAareia é, de certa forma, um preâmbulo para as repérages dos filmes que realizará – Accatone estreia em 1961 —; e da travessia pelas praias de Itália no Verão de 1963, que dará origem ao filme-inquérito Comícios de amor, onde interroga a sociedade italiana a propósito da sexualidade.Este tour singular, veloz e solitário, revela a Itália dividida entre o arcaico e o moderno, os lidi e as estâncias balneares para os ricos - de San Remo a Viareggio, de Forte dei Marmi a Capri - e as praias mais populares, tanto para a burguesia (já inoculada pelas aspirações do boom consumista), como para o povo comum - de Maratea a Taranto, de Brindisi a Riccione.Com breves paragens, sem se deter por mais do que algumas horas em cada lugar, Pasolini descreve o que vê e lhe acontece, ansioso pelos encontros que o ambiente estival lhe trará e que lhe permitem traçar o retrato de uma Itália despida junto ao mar e da transformação por que passam os lugares e as suas gentes.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira