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Detalhes do Produto
- Editora: Afrontamento
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- Ano: 2022
- ISBN: 9789723619508
- Número de páginas: 192
- Capa: Brochada
Sinopse
A Rússia Eterna é um complexo caleidoscópio, uma simbiose, ligada a uma história múltipla (...). O Padre Manuel Antunes foi um extraordinário cicerone dessas realidades. Definiu uma agenda política e humana que pressupunha não encarar o Estado como novo Leviatã, produtor, planificador, omnipresente e invasor da esfera privada. Daí a necessidade de partir da cultura e interiorizar que a sociedade humana obriga a envolver o Estado e a sociedade civil. E ao Estado compete revelar-se como consciência crítica dos povos, “na sua realidade de ser coletivo e histórico”. Não pode haver, pois, democracia sem haver consciência cívica, sem haver instituições representativas e mediadoras. A Rússia Eterna é um mundo por realizar e permite compreendermos que “sem crítica, a cultura instala-se no uniforme sem inspiração, no escolasticismo sem vontade de essencial, no dogmatismo sem nervo de verdade, e, por isso mesmo, em constante apelo à força do ‘braço secular’. Sem crítica, a querela instala-se por toda a parte: na rua e no palácio, na academia e na caserna, na cidade e no campo, durante a vida e post mortem”. E se a instituição a fortalecer é a cultura, o ideal a realizar é o bem comum. O Padre Manuel Antunes compreendeu muito bem o género humano e a vida das sociedades – e daí a pertinência e intemporalidade da sua reflexão.
Guilherme d’Oliveira Martins, Do Prefácio
A HISTÓRIA É, POR DEFINIÇÃO, MOVIMENTO, TEMPO, FLUXO, EVOLUÇÃO, TRANSFORMAÇÃO.
A União Soviética constitui um gigantesco e extremamente variegado mosaico de nações e grupos étnicos diferentes pela raça, pela cultura, pela língua, pelos costumes e pelas tradições.
Nesse mosaico, que sucede ao do Estado-império dos Czares, há, segundo estatísticas oficiais de 1962, 60% de Russos, 20% de Ucranianos e 20% de Bielorrussos, Usbecos, Georgianos, Arménios, Azerbeijenses, Lituanos, Estónios, Letónios, Moldávios, Carelianos, etc.
Uns eslavos, outros nórdicos, outros asiáticos, pertencentes quer à família indo-europeia, quer à família, múltipla, uralo-altaica. Uma das causas principais da Revolução de 1917 esteve precisamente na incapacidade de o regime czarista resolver o espinhosíssimo problema das «cento e cinquenta nacionalidades» do vasto Império. A segunda, ligada a esta, residia no seu atraso industrial e social.
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