A Tirania do Mérito
As democracias liberais estão em risco. O princípio do mérito, um dos seus pilares básicos, é o responsável por essa situação.
Vivemos numa constante competição. O mundo está dividido entre vencedores e perdedores. O statu quo é amplamente justificado pela máxima «quem muito se esforça tudo pode». O resultado? Um mundo que reforça a desigualdade social e, ao mesmo tempo, culpabiliza as pessoas.
Ao analisar conceitos em torno da ética do estudo, do trabalho, do sucesso e do fracasso - e que meios são considerados legítimos para percorrer esses caminhos -, Michael J. Sandel sugere um novo olhar sobre essas relações. Salientando as contradições do discurso meritocrático, os seus contextos estruturais e a arrogância dos vencedores, o autor defende que a polarização vencedor-perdedor fez estagnar a mobilidade social, promovendo um misto de raiva e frustração que alimenta o protesto populista e a descrença nas instituições, no governo e entre cidadãos.
Para ultrapassarmos as crises que afetam as nossas sociedades, precisamos de repensar as ideias de sucesso e fracasso que têm acompanhado a globalização e a crescente desigualdade. A meritocracia gera uma complacência prejudicial entre os vencedores e impõe uma sentença dura aos perdedores.
Sandel, um dos filósofos mais prestigiados do nosso tempo, defende outra forma de pensar o sucesso, mais atenta ao papel da sorte, mais de acordo com uma ética de humildade e solidariedade e mais reivindicativa da dignidade do trabalho. Com base nestes fundamentos morais, A Tirania do Mérito apresenta uma visão esperançosa de uma nova política centrada, finalmente, no bem comum.
| Editora | Presença |
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| Editora | Presença |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Michael J. Sandel |
Michael J. Sandel é professor de Filosofia na Universidade de Harvard. O seu curso de Justiça, mundialmente conhecido, foi o primeiro a ser disponibilizado online, gratuitamente, por aquela instituição e foi visto por milhões de pessoas. The Global Philosopher, série da BBC conduzida pelo autor, explora as questões éticas que estão por detrás das manchetes e conta com participantes de vários países. Publicado em Portugal pela Editorial Presença, Michael J. Sandel é autor dos bestsellers internacionais Justiça - Fazemos o Que Devemos?, O Que o Dinheiro Não Pode Comprar e A Tirania do Mérito - O Que Aconteceu ao Bem Comum?
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O Que o Dinheiro Não Pode Comprar: Os Limites Morais dos MercadosVivemos numa época em que quase tudo pode ser comprado e vendido. Nas últimas décadas, os valores do mercado infiltraram-se em quase todos os aspetos da nossa vida - saúde, educação, justiça, governo e até família -, e deixámos de ter uma economia de mercado para passarmos a ter uma sociedade de mercado. Mas que preço pagamos por vivermos numa sociedade em que tudo está à venda? Neste livro, Michael J. Sandel procura lançar o debate, de forma a repensar o papel e o alcance dos mercados nas nossas práticas sociais, nas relações humanas e na vida quotidiana. E, acima de tudo, procura responder à questão fundamental: como podemos proteger aquilo que é verdadeiramente importante? -
Justiça - Fazemos o Que Devemos?Considerado por diversos críticos como um dos mais proeminentes professores universitários dos Estados Unidos, Michael J. Sandel examina neste livro algumas das questões mais controversas do nosso tempo à luz dos grandes conceitos da filosofia política.Temas como a imigração, o mercado livre, o resgate dos grandes bancos e instituições financeiras, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou o lugar da religião na política são abordados de uma perspetiva enriquecedora que pretende aprofundar o debate democrático e ajudar o leitor a refletir sobre dilemas pessoais e sociais do quotidiano. -
The Tyranny of MeritMichael J. Sandel argues that to overcome the polarized politics of our time, we must rethink the attitudes toward success and failure that have accompanied globalisation and rising inequality. Sandel highlights the hubris a meritocracy generates among the winners and the harsh judgement it imposes on those left behind. He offers an alternative way of thinking about success - more attentive to the role of luck in human affairs, more conducive to an ethic of humility, and more hospitable to a politics of the common good. -
O Descontentamento da Democracia - Por que razão vivemos tempos perigosos e o que temos de fazer para mudarQuando a democracia está ameaçada em tantos lugares do mundo, um dos filósofos mais lidos do século XX mostra-nos os perigos que enfrentamos e os caminhos que podemos tomar para reclamarmos a liberdade.Estávamos na década de 1990 e a América vivia o triunfo do capitalismo liberal, depois do final da Guerra Fria. Porém, num cenário de paz e prosperidade, abriam-se já pequenas frestas que indiciavam os não longínquos riscos que ameaçariam o país-bandeira da liberdade.O aviso foi feito por Michael J. Sandel, então uma voz emergente no palco dos maiores pensadores mundiais, e agitou as águas. A confiança dos mercados começava a corroer a vida do cidadão comum, e o sentimento de impotência iria ter consequências: não faltaria muito para que as fronteiras fossem mais rígidas, a distinção entre «os de dentro e os de fora» se acentuasse e as políticas panfletárias de «defesa da cultura e do país», por aqueles que se julgariam donos da América, ganhassem terreno.Agora, chega pela primeira vez a Portugal aquele que é um dos livros mais perspicazes sobre a divisão da América atual. Um texto que, originalmente, foi visionário, como hoje se prova, e a que o autor regressa para tirar conclusões sobre o momento presente. Democratas e Republicanos estão empenhados numa globalização promovida por argumentos financeiros, criaram uma sociedade de vencedores e perdedores, e o cenário político tornou-se altamente tóxico.Como podemos inverter a marcha desastrosa da democracia? A solução, defende Sandel, começa e acaba aqui: reconfigurar a economia e devolver o poder aos cidadãos.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»