A Vida Como Um Filme: Fama e Celebridade no Século XXI
A explosão de celebridades constitui, em termos de escala, diversidade e projecção, algo relativamente recente em Portugal. É como se a vida se tornasse um filme e todos nós seguíssemos a vida dos outros como se de um enredo se tratasse, com personagens, linhas narrativas e finais bem ou mal conseguidos. O mundo da fantasia já não invade só os nossos sonhos. Também acordados, muitos anseiam e competem por participar nesse filme ininterrupto. Assim, tornam-se parte desse ecrã contínuo, tão grande como a vida e tão transparente, em que o privado e o público se confundem, fomentando-se uma intimidade, ilusória ou não, com aqueles que até há pouco tempo eram estranhos, mas que agora se tornaram referências.
| Editora | Texto Editora |
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| Editora | Texto Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eduardo Cintra Torres, José Pedro Zúquete |
José Pedro Zúquete é investigador principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Ao longo dos anos, em vários países, dos Estados Unidos a Israel, passando por Inglaterra e Brasil, tem-se dedicado ao estudo dos nacionalismos, movimentos sociopolíticos de direita e de esquerda, assim como a temas ligados à liderança política. Em 2021 organizou o volume Routledge International Handbook of Charisma.
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A Greve Geral de 1903 no Porto: um estudo de história, comunicação e sociologiaA greve começou numa fábrica na Rua do Bonjardim. Espalhou-se a outras fábricas de tecelões e, depois, a dezenas de milhares de operários de todos os sectores. Polícia e tropa reprimiram grevistas junto das fábricas, nas ruas, nas ilhas. Eles responderam à pedrada e coagiram os recalcitrantes.Seria, até aqui, uma greve normal, mas o movimento social grevista, com esplêndida organização e adaptada à situação, mudou o rumo dos acontecimentos. Garantiu o apoio da imprensa diária do Porto; ocupou o espaço público central da cidade, com multidões que espectacularizaram a miséria; adoptou a não-violência, que paralisou a repressão; negociou com os industriais de igual para igual; mobilizou a solidariedade dos cidadãos do Porto e do país; abalou a vida quotidiana da cidade; e conseguiu a vitória nas principais reivindicações.Foi a maior greve até então em Portugal, uma greve geral como nunca se tinha vivido, mas a sua memória perdeu-se, porque os vencedores de então, os anarquistas, foram depois vencidos, e os novos donos do sindicalismo esconderam este magnífico e inovador movimento social.Este livro conta a história, contextualiza, analisa e ilustra a greve que abalou o Porto e o país em 1903. -
A Multidão e a Televisão"A televisão mostra constantemente multidões políticas, religiosas, festivas e muitas da sua própria criação em programas de entretenimento e espectáculo. Todavia, esta relação entre o meio de massas televisão e as massas nela presentes não recebeu até hoje atenção quanto ao seu significado sociológico e mediático. Facto estranho, sendo a multidão uma das mais tenazes formas sociais, necessária à vida colectiva, não só na sua expressão integrada e consensual, como na sua expressão apocalíptica e de dissensão. Considerada na sua repetição e diversidade, a multidão adquire um carácter estrutural. Ao ocupar o espaço público e mediático, a multidão tem intenção de representação. É para ser vista. É uma forma de comunicação. Este livro propõe uma viagem ao centro da teoria da multidão, que ocupou desde sempre um lugar no pensamento político-social do Ocidente, mas não originou paradigmas consistentes, devido à diversidade de representações teóricas e ao seu carácter efémero. É um tema habitualmente à margem do núcleo de reflexão político-sociológica. Propondo-se colmatar esse vazio, o livro faz o levantamento crítico e fundamentado historicamente das teorias da multidão e analisa depois em detalhe representações multitudinárias na televisão, como os colectivos encenados nos estúdios de TV e, no espaço público, manifestações globais contra a globalização, Marchas Brancas em Bruxelas e Portugal, um ataque a um milheiral transgénico em Silves, as manifestações de professores em 2008, uma missa campal do papa na Alemanha, o último dos concertos Promenade na BBC, os MTV European Music Awards em Lisboa e o Euro 2004. " -
Televisão do Século XXIMuitos dizem “eu não vejo televisão”, mas consomem conteúdos de tipo televisivo pela Internet, no telemóvel ou no computador. Esta disparidade entre a prática e o conceito convida a definir a TV a partir do que ela é hoje e não de ideias feitas que o passado nos impôs. A TV enquanto linguagem está em todo o lado e mais viva do que nunca. É a velha definição de televisão que está morta. -
A Televisão e o Serviço PúblicoEm apenas 50 anos, a televisão tornou-se o meio de comunicação mais presente na vida da população mundial. Criou uma linguagem própria e venceu pela versatilidade, em modos de expressão e géneros. As evoluções dos últimos anos ameaçam o modelo histórico da TV generalista. O próprio paradigma de televisão tende a mudar, perdendo os canais e seu fluxo em importância para os conteúdos concretos. No novo mundo da comunicação, informação e entretenimento, urge um debate nacional sobre o serviço público de TV e como concretizá-lo: deverá continuar a cargo de uma empresa que custa um milhão de euros por dia a contribuintes exaustos? Este ensaio faz um ponto de situação sobre a TV hoje, a TV em Portugal e o caminho a seguir pelo serviço público. -
A Televisão e o Serviço Público (Cartonado)Em apenas 50 anos, a televisão tornou-se o meio de comunicação mais presente na vida da população mundial. Criou uma linguagem própria e venceu pela versatilidade, em modos de expressão e géneros. As evoluções dos últimos anos ameaçam o modelo histórico da TV generalista. O próprio paradigma de televisão tende a mudar, perdendo os canais e seu fluxo em importância para os conteúdos concretos. No novo mundo da comunicação, informação e entretenimento, urge um debate nacional sobre o serviço público de TV e como concretizá-lo: deverá continuar a cargo de uma empresa que custa um milhão de euros por dia a contribuintes exaustos? Este ensaio faz um ponto de situação sobre a TV hoje, a TV em Portugal e o caminho a seguir pelo serviço público. -
Telenovela, Indústria & Cultura LdaA telenovela é o género de ficção preferido dos espectadores portugueses e o principal suporte da indústria audiovisual portuguesa. Durante seis meses, o autor acompanhou todas as fases de criação de uma telenovela de sucesso, Mar Salgado . Este livro pretende dar a conhecer como se constrói a telenovela portuguesa e, em especial, como se vive, em todos os seus passos, a tensão entre a dimensão cultural e a dimensão industrial. -
Mais Anúncio à Lupa«O livro de Cintra Torres tem um pouco o mesmo efeito que sentíamos ao lermos, noutro âmbito, as Mitologias de Roland Barthes (citado aliás a propósito do seu texto famoso "Réthorique de l’image"): sentimo-nos mais inteligentes na inteligência do mundo. Resta-me recomendar a leitura. Ela produz o inevitável prazer de vermos por dentro uma inteligência a funcionar. E ao mesmo tempo de repararmos em pormenores que sempre lá estiveram, mas que nós deixávamos de lado.» Eduardo Prado Coelho, acerca do anterior volume, Anúncios à Lupa -
Populismo Lá Fora e Cá DentroHoje em dia, toda a gente fala em populismo.Tornou‐se a palavra mágica para compreender o nosso tempo.Em Populismo: Lá fora e cá dentro, José Pedro Zúquete escreve sobre o significado e as características do populismo na Europa e no mundo, mas também, e pela primeira vez no mercado editorial nacional, sobre a sua história em Portugal, das suas origens aos dias de hoje, da literatura à política, mostrando como, ao contrário do que tantas vezes se diz, o populismo está longe de ser uma novidade na história contemporânea portuguesa .Recusando os lugares‐comuns, as ideias feitas e a teoria da «excepcionalidade» portuguesa, Zúquete mostra que em Portugal, não obstante o frenesim do presente, o populismo nunca foi excepção: manifestou-se no passado distante e recente de várias formas e tem condições para prosperar no futuro. -
História Ilustrada da Publicidade em PortugalDesafiado pela Fundação Amélia de Mello a escrever a história da publicidade da CUF, a publicar no âmbito do 150.º aniversário do nascimento do seu fundador, Alfredo da Silva, Eduardo Cintra Torres propôs-se realizar um trabalho mais completo e de maior fôlego que se impunha no contexto português: uma histó-ria da publicidade em Portugal. A fundação aceitou e o resultado desse traba-lho foram os dois volumes que ora se publicam daquela que é a primeira História da Publicida-de em Portugal, uma verdadeira história global da publicidade no País desde a Idade Média até ao final do primeiro quartel do século XXI. Um dos volumes da obra apresenta o texto da his-tória da publicidade em Portugal e o outro as imprescindíveis ilustrações desse mesmo texto.
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.
