Adagio Romanza e Grave
«Ao contrário de muita da poesia contemporânea, fria, mecânica e desapaixonada, encontro nesta emoção, no meu entendimento o ingrediente número um da poesia. Gosto também porque é eufónica, de uma eufonia externa, digamos, mas também de uma eufonia interior, sempre mais difícil de conseguir. Não significa isto dar prioridade ao "De la musique avant toute chose" de Verlaine, mas significa reconhecer que o ouvido, e não apenas o espírito, também tem direito a participar da fruição da poesia - e no caso de "Adagio, Romanza e Grave" certamente participa.»
(…)
«Trata-se de uma poesia adulta, a lembrar por vezes não apenas o referido Cesário Verde, e a sua poesia do concreto, mas também Vitorino Nemésio e Jorge de Sena.»
A.M. Pires Cabral sobre a poesia de Américo Brás Carlos em "Adágio, Romanza e Grave"
| Editora | Parceria A. M. Pereira |
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| Categorias | |
| Editora | Parceria A. M. Pereira |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Américo Brás Carlos |
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A Greve Camponesa de 8 de Maio de 1944 em Azumbuja e Baixo RibatejoComo refere o Prof. Fernando Rosas no prefácio deste livro, «Américo Brás Carlos estuda a greve dos jornaleiros de Azambuja em 8 de Maio de 1944, fazendo-a preceder de uma síntese muito expressiva do que eram as condições de vida e de trabalho das trabalhadoras e trabalhadores rurais do Ribatejo durante a II Guerra Mundial». Era uma vida de dureza e injustiça hoje inimagináveis. Ao desemprego sazonal do Outono à Primavera e aos salários abaixo das condições de subsistência impostos pelo Governo, juntavam-se a subnutrição crónica e as longuíssimas jornadas de trabalho, de sol a sol, que, a partir de Abril/Maio, iam das seis horas da manhã às nove da noite, a que acresciam as necessárias para ir e vir a pé dos locais de trabalho, quase sempre muito distantes. Não obstante ter determinado a prisão de sete dos trabalhadores rurais grevistas pela polícia política e a sua permanência, por muitos meses, nos cárceres de Caxias, Aljube e Peniche, tinha pousado sobre aquela luta um esquecimento de 75 anos. Américo Brás Carlos conseguiu reconstituir aqueles factos, fazendo justiça à memória dos que, então, lutaram pela sua dignidade e por um futuro melhor. -
As Flores Brancas de Frangipani«O que impressiona no livro é, não tanto a eufonia que se encontra em Adágio, Romanza e Grave, e neste parece atenuada, mas a emoção recuperada da infância, numa dialéctica entre a memória e a construção do presente. É de saudar também um certo erotismo discreto, mitigado e o esforço para dar corpo e valorizar a palavra poética, a busca da palavra certa, que percorre o livro de lés a lés. A. M. Pires Cabral sobre a poesia de Américo Brás Carlos em As Flores Brancas do Frangipani«Um poeta de autenticidade onde se fundem a ética e a estética. Não há nos seus versos uma imagem que não venha de um lugar habitado, que não tenha sido alimentada por algo vivo, na ideia, no coração ou no instinto. Existe uma liberdade onde não há lugar para a poesia tida como exercício sisudo e solene: “Dei por mim / fazendo versos com o mesmo sorriso / com que colava bonecos da bola nas cadernetas”». Teresa Carvalho in Prefácio -
Impostos - Teoria Geral«Deixou-me profunda impressão a leitura desta obra (...). É que há muito não saía a público um tão equilibrado trabalho de síntese sobre a fiscalidade (...) em que se fizesse uma dosagem perfeita entre as exigências técnicas da construção científica e as necessidades práticas da exposição didática. De entre os atributos da obra realço a modernidade da informação, a precisão matemática dos conceitos e a simplicidade elegante do estilo. Pela sua qualidade e (...) pragmatismo a obra extravasa as fronteiras da universidade» - Alberto Xavier, in prefácio -
O Riso dos Dias - O 25 de Abril, Angola 1974-75 e Três Histórias de AmorA ação gira em torno dos membros de três gerações da família Simões e cada um dos seis capítulos do livro é centrado em pessoas, locais ou factos autonomizados, como evidenciam os seus títulos. Sendo um romance e não um conjunto de contos é, porém, natural que as personagens caminhem e se cruzem ao longo das diferentes partes. O narrador, por seu lado, tem pretensões a misturar-se com as personagens e muda frequentemente de voz. E vai do pícaro ao profundo sofrimento, passando pelo circunspecto. -
O Riso dos Dias - O 25 de Abril, Angola 1974-75 e Três Histórias de AmorA ação gira em torno dos membros de três gerações da família Simões e cada um dos seis capítulos do livro é centrado em pessoas, locais ou factos autonomizados, como evidenciam os seus títulos. Sendo um romance e não um conjunto de contos é, porém, natural que as personagens caminhem e se cruzem ao longo das diferentes partes. O narrador, por seu lado, tem pretensões a misturar-se com as personagens e muda frequentemente de voz. E vai do pícaro ao profundo sofrimento, passando pelo circunspecto.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira