António Oliveira Salazar
«Eu tinha 22 anos quando Salazar abandonou o governo, em 27 de Setembro de 1968, e 24 quando ele morreu, em 27 de Julho de 1970. (…) Na memória tenho aquela voz característica, com convicção mas ainda clerical e guardando sempre um fundo de pronúncia beirã.»
Durante 40 anos, António de Oliveira Salazar comandou os destinos de Portugal. Mais de três décadas após a sua morte, o seu nome continua a suscitar polémica. Defendido por uns, acusado por outros, idolatrado ou odiado, símbolo de uma época de ouro recordada com saudade ou da estagnação e do «atraso português»?
| Editora | Esfera dos Livros |
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| Editora | Esfera dos Livros |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jaime Nogueira Pinto |
Jaime Nogueira Pinto é licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa e doutorado em Ciências Sociais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica, onde leciona cadeiras nas áreas das Ciências Políticas e das Relações Internacionais. Foi também professor na UCP e na Universidade Lusíada e conferencista no IDN, no IAEM, na Academia da Força Aérea e no Instituto Superior de Ensino Militar de Angola. É Presidente do Conselho de Administração da Fundação Luso-Africana para a Cultura e membro da direção de várias associações ligadas à cooperação internacional na área euroamericana e do Mahgreb. É também membro de várias Fundações e Associações Políticas internacionais, como a Heritage Foundation (Washington DC) e o IEP. Publicou várias obras sobre História contemporânea portuguesa, (O Fim do Estado Novo e as Origens do 25 de Abril, A Direita e as Direitas, Introdução à Política). Foi administrador da Bertrand, S.A., diretor d’O Século e colaborador regular de orgãos da imprensa, rádio e televisão. Profissionalmente é administrador e acionista de empresas na área de business intelligence e aconselhamento estratégico, bem como de segurança privada. É casado com Maria José Nogueira Pinto e tem 3 filhos.
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Portugal: Ascenção e QuedaO império português desapareceu há quarenta anos, fragmentado em partes, povos e comunidades que começaram então, também no sofrimento, na incerteza e na esperança, a sua vida na História. Século e meio antes, outra parte desse império tinha-se separado, com a independência do Brasil, essa mais pacífica, feita sem a comunidade internacional. É a História acontecida, sancionada pela justiça dos factos. No mundo presente, a decadência da Europa e do Ocidente é também um facto. [...] Agora, outros continentes, outros povos, outras áreas estão a tomar as chaves e as rédeas do futuro. A maioria dos povos lusófonos estão nestas áreas e são agora, como nós fomos: povos jovens, unidos, com a fé, a vontade e a força de fazerem coisas no mundo. E alguns têm os trunfos e os meios para os desafios que aí vêm. O lugar dos portugueses que não se resignam à mediocridade mansa ou ressentida de tributários do Centro Europeu, pode também ser ao lado desses povos, erguendo a partir de um passado unido, sofrido, dividido, uma convergência futura. -
Portugal Os Anos do FimO fim do Estado Novo e o início da democracia. Conta-se a história dos erros cometidos por Marcello Caetano e seus partidários, que permitiram a ascensão das forças sociais e políticas que fizeram o 25 de Abril e puseram fim ao Estado Novo. Da importância da má condução política da guerra de África pelo regime e de como isso foi vital para que a Revolução fosse bem-sucedida. -
O Islão e o Ocidente: a grande discórdiaO ataque ao semanário Charlie Hebdo, em 7 de Janeiro, moveu e comoveu mais os europeus do que as mulheres escravizadas ou massacradas do Boko Haram na Nigéria, do que os egípcios coptas decapitados ritualmente, do que os cristãos crucificados às centenas no Iraque e na Síria.De onde vem toda esta desalmada violência, esta orgia de sangue e exibicionismo, a lembrar cenas da Antiguidade, limites da perversidade humana? Quem são os seus autores? Em que acreditam, o que querem e a que reagem? Alguém os comanda? De que fundas histórias e raízes vêm tão complexas divisões e seitas? Onde está a realidade e onde está o mito? Onde está a verdade e onde está o cliché? -
Bárbaros e Iluminados: Populismo e Utopia no Século XXI2016 foi um ano de consternação para a opinião pública mundial. Líderes, políticos, académicos e os media internacionais não souberam explicar de forma convincente a razão das vitórias inesperadas do Brexit e de Trump, consideradas um cataclismo para a ordem política estabelecida. Em 2017, a votação surpreendentemente alta em Marine Le Pen nas presidenciais francesas, e uma série de vitórias de partidos considerados anti-sistema em países da Comunidade Europeia, confirmaram a força de uma nova dinâmica na política internacional, que se instala e que requer ser explicada.EmBárbaros e Iluminados, o Professor Jaime Nogueira Pinto vem esclarecer esta grande perturbação do statu quo mundial. Descreve a crise profunda que afecta o mundo liberal globalizado e analisa as razões da crescente rebelião espontânea dos povos contra a elite internacional no poder. Recorre à História e às utopias para caracterizar quem nos tem governado - à sua formação, crenças, valores e ambições -, e traça o percurso dos movimentos populistas que se lhe têm vindo a opor, os perturbadores da ordem instituída.Bárbaros e Iluminados é o livro de leitura obrigatória para quem queira ter uma visão integrada, profunda e fundamentada dos vários acontecimentos chocantes, aparentemente sem conexão entre si, dos últimos anos, mas que têm tido o condão de agitar fortemente a Europa, os Estados Unidos e o mundo global. Uma obra de grande actualidade e importância, escrito por um dos maiores escritores portugueses do momento. -
Bárbaros e Iluminados - Populismo e Utopia no Século XXIEm Bárbaros e Iluminados, Jaime Nogueira Pinto descreve a crise profunda que afecta o mundo liberal globalizado e analisa as razões da crescente rebelião dos povos contra a elite internacional no poder. E recorrendo à História e à história do pensamento político, traça o perfil e o percurso da ideologia hegemonizante dos «iluminados» que nos têm governado e dos «bárbaros» que se lhe têm vindo a opor. -
Salazar Visto Pelos Seus PróximosSalazar é uma figura que não pode ser ignorada quando analisamos o panorama político português do século XX. Admirado por uns, odiado por outros, foi durante dezenas de anos apontado como culpado de todos os males que sucessivos presentes foram descobrindo. O seu legado revela-se cada vez mais incontornável e por isso importa conhecê-lo com profundidade. O autor deste livro pediu depoimento, sob a forma de questionário-tipo, a um vasto conjunto de colaboradores próximos de Salazar e foi recebendo de alguns resposta pronta e diligente, de outros, promessas incumpridas e, de outros ainda, recusas definitivas. Finalmente reuniu um património significativo de apreciações, provenientes de 24 testemunhos que ex-Ministros e ex-colaboradores do estadista entenderam dar e que nos fornecem elementos essenciais sobre o «fator humano» de alguém que estamos sobretudo habituados a avaliar pela sua obra. -
A Direita e as DireitasComo surgiu e como evoluiu a direita europeia: das origens à atualidade. De que falamos quando falamos de Direita e Esquerda? O que é que as distingue? Que direitas são estas que estão agora a reaparecer na Europa e nos Estados Unidos? E por que é que em Portugal não há direita partidária?Nesta edição revista e aumentada, Jaime Nogueira Pinto traça o percurso das diversas famílias da Direita ao longo dos últimos 250 anos. «Como Jaime Nogueira Pinto não ignora, o problema de responder à pergunta “O que é a direita?” está na impossibilidade de atribuir às direitas características comuns e absolutamente distintas das esquerdas […] fora da história.»Vasco Pulido Valente, O Independente, «Revista Vida», Abril de 1997 «As razões que impediram a direita, em Portugal, de se constituir “como força política autónoma” depois de 1976, momento a partir do qual poderia tê-lo feito.»Victor da Cunha Rego, Semanário, Abril de 1996 -
Nuno Alvares PereiraFoi graças à vontade política de Nuno Álvares Pereira, ao seu génio militar e à sua integridade que os portugueses, na grande crise do século XIV, conseguiram derrotar as forças de D. João de Castela. E foi ele quem guardou a nação independente, preparando-a para o novo tempo português de navegação e expansão além-mar. Mas o que sabemos desta grande figura da nossa História que nas últimas décadas caiu no esquecimento? Quase 600 anos após a sua morte, a canonização solene em Roma do Santo Condestável de Portugal não deixou de causar espanto e de levantar velhas questões. Pode um chefe de guerra chegar aos altares? Pode um santo ser guerreiro e um guerreiro ser santo? Nuno Álvares Pereira mostra-nos que sim. E não por um qualquer arrependimento tardio, por uma troca aparentemente súbita e em fim de vida da cota de malha pelo hábito de monge: entre as intrigas da corrupta corte fernandina e o poder e a glória da Casa de Avis, nas horas difíceis da revolução de Lisboa e nas batalhas de Aljubarrota, Atoleiros e Valverde que marcaram a Guerra da Independência, S. Nuno de Santa Maria sempre procurou ser, no espírito e na letra, o cavaleiro perfeito, indo contra muito daquilo que, na guerra e na paz, era regra no tempo. -
Nobre PovoNa manhã de 5 de Outubro de 1910, em Lisboa, um movimento revolucionário derrubou a Monarquia e proclamou a República Democrática. Jaime Nogueira Pinto faz a crónica de um dos tempos mais agitados, apaixonantes e trágicos da História de Portugal. Um tempo dominado por líderes fortes, polémicos e carismáticos, como o democrático Afonso Costa ou o popular Sidónio Pais, e por idealistas determinados, como Machado Santos ou Paiva Couceiro.Um tempo de costumes pouco brandos, mas muito português, animado por uma luta política e ideológica de razões e convicções fortes, entre livres-pensadores e católicos, republicanos e monárquicos, moderados e radicais, e marcado por conspirações, «intentonas», pronunciamentos militares, golpes de Estado, revoltas e revoluções - com marinheiros nas ruas, militares na política, povo nas trincheiras, padres combatentes e civis armados.Um tempo entre dois tempos, com carros de cavalos e automóveis, caciques e sindicalistas, lanças e canhões, eleições e bombas, conspirações de quartel e de café, mensageiros e telefones, jornalismo político e fraudes financeiras, «acacianos» e futuristas, «talassas» e carbonários. 16 anos, 8 presidentes e 45 governos depois, numa manhã de Maio, um outro movimento revolucionário marchava sobre a capital para lhe pôr fim. -
NovembroO que faz correr Eduardo Pinto de Vasconcellos para a sede semiclandestina de uma organização nacionalista nas vésperas de exames decisivos? E que sombras carrega o pai, Henrique, ex-voluntário na Guerra de Espanha e banqueiro internacional? O que move Alexandre, intelectual, romântico, tímido e revolucionário? No verão de 1973, a História está a preparar-se para tomar conta das histórias destes homens e das mulheres que amam, levando-os por Lisboa, Madrid e Luanda, na torrente da conspiração, da revolução e da contrarrevolução, até ao inverno de 1975. Os heróis de Novembro agem, lutam e amam, sabendo à partida que a sua empresa é necessária, mas em grande parte fútil. Vivem a história de uma outra geração de 68, que também tinha 20 anos no 25 de Abril. Novembro não é um livro de História, é um romance que se lê como um romance, um xadrez de personagens, lugares, paixões, segredos, intrigas. E também a memória de um Portugal desaparecido. Em Novembro tudo acaba: o Império, a Revolução e os sonhos dos que, dos dois lados, não ficaram no meio e deram tudo por tudo.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada.