Aprender a Usar a Baioneta em Tempo de Guerra
Húmus
2022
3,33 €
Envio previsto até
Tens um barco
uma jangada
e um rio a correr,
uma perna ensanguentada,
um braço quase a morrer.
Tens a bala, o disparo,
tens a razão, a coragem,
tens a morte
e o seu amparo.
Tens a mata,
o medo, a confusão,
um pedaço de dor,
a escuridão,
o ódio e o rancor.
Agora já não te dói matar
ou morrer,
tombar, beijar o chão.
António Tavares
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Todos os Dias Morrem Deuses1953. Este é um ano rico em acontecimentos: Eisenhower é eleito Presidente dos EUA, Churchill ganha o Prémio Nobel da Literatura, os Rosenberg são acusados de espionagem e executados, Tito torna-se o timoneiro da Jugoslávia… E, porém, os factos que atraem o protagonista deste romance - um jovem jornalista sem dinheiro que deambula por uma Lisboa de cafés e águas-furtadas - são claramente delicados em tempo de censura, pois prendem-se com as múltiplas conspirações que rodeiam a morte e a sucessão de Estaline na União Soviética. Não só é preciso que escreva com pinças para fintar o regime, como a informação que lhe chega de fora é escassa e contraditória, obrigando-o a dar largas à sua imaginação… Muitos anos depois, de regresso à aldeia onde nasceu e a que o liga a memória da mãe, sente o rasto da velhice na metáfora de uma fogueira que vai consumindo o que ainda lhe sobra desse passado e relembra as mulheres que o marcaram e os deuses que ajudou a criar na sua prosa diária. -
Homens de PóPortugal, Verão Quente de 1975. A fervilhante Revolução dos Cravos deu subitamente lugar a um imenso caos social e político; o País, em plena convulsão, está à beira da guerra civil. O poder disputa-se nos quartéis, nas ruas, nos campos, nas fábricas… O velho império de Quinhentos agoniza, com a independência das colónias e o êxodo de centenas de milhares de pessoas que regressam à velha metrópole. Entre estas, vêm também africanos num exílio forçado, imposto pela guerra e pela instabilidade, sobretudo de Angola. Esta é a história de um punhado desses homens em busca da sua identidade e de um lugar, num Portugal fragmentado que desconhecem. Operários de estradas labutam de sol a sol; estão fora e dentro do mundo, vivendo sob o manto de uma poeira que os torna fantasmas e sombras num teatro de mudança, cujo palco é um país que também parece andar à procura de si próprio. Às vezes choram, acreditam, lutam, apaixonam-se, perguntam que será feito dos que ficaram. Discreta e irónica, a presente narrativa interroga o leitor sobre os limites da utopia e da realidade, e a importância da palavra e do sonho na construção das nossas vidas. -
Redondo Júnior e o TeatroDois textos se colaram ao ensaio sobre Redondo Júnior que aqui é apresentado. No primeiro estabelece-se a importância da estética para além daquilo que habitualmente se procura aprimorar, seja a preparação do autor, a cenografia, ou qualquer outro dos elementos de que vive o teatro. No segundo, um texto de 1958, intitulado As mãos e as Batatas, da autoria do próprio Redondo Júnior, o crítico aproveita para fazer uma síntese dos elementos que devem ser combinados no trabalho de colocação em cena. -
O Coro dos DefuntosVivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial dá os primeiros passos. Porém, na pequena aldeia onde decorre a acção deste romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga do míldio e a vindima; e na taberna espécie de divã freudiano do lugar é disso que falam, até porque os jornais que ali chegam são apenas os que embrulham as bogas do Júlio Peixeiro. E, mesmo assim, passam-se por ali coisas muito estranhas: uma velha prostituta é estrangulada, o suposto assassino some-se dentro de um penedo, a rapariga casta que colecciona santinhos sofre uma inesperada metamorfose, e a parteira, que também é bruxa, sonha com o ditador a cair da cadeira e vê crescer-lhe, qual hematoma, um enorme cravo vermelho dentro da cabeça. Quando aparece o primeiro televisor, as gentes assistem a transformações que nem sempre conseguem interpretar -
Ensaios da Fundação - Administração Pública PortuguesaNeste ensaio, abre-se a caixa negra da administração do Estado, explorando quatro grandes temas: gestão e avaliação do desempenho; vínculos, carreiras e remunerações; qualificação e formação do pessoal; liderança e direcção. Procura-se os desejáveis suportes para uma administração pública democrática, orientada para o serviço público, através do controlo dos resultados dos serviços prestados. -
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As Palavras Que Me Deverão Guiar Um DiaRomance de uma simplicidade invejável e, ao mesmo tempo, parecendo ter uma biblioteca dentro. Olhar para trás, para os anos mais importantes das nossas vidas ? aqueles que nos tornaram o que hoje somos ? nem sempre se revela tarefa fácil; mas o narrador deste romance terno e deslumbrante tem, desde pequeno, um companheiro inseparável que, até certo ponto, facilita as coisas: um caderno de papel pardo com linhas, comprado, ainda nos anos 1960, em Moçâmedes, no qual foi registando ? com palavras, desenhos, fios de cabelo, pétalas, sangue, sémen ? os episódios que marcaram decisivamente a sua história. Da aprendizagem dos números com a fita métrica da São modista à consciência dos traumas da Guerra Colonial, da iniciação sexual com uma rapariga indiferente a tudo menos aos limões ao preconceito impiedoso dos meios pequenos, da paixão nunca consumada por uma actriz de cinema ao poder cego da censura, da descoberta salvífica dos livros à morte de uma paisagem amigável, as folhas desse caderno abrem-se agora generosamente para nós, e as suas palavras guiar-nos-ão pelos fios de uma narrativa que, sendo a de um só homem, é também a de um Portugal que já desapareceu. Com uma simplicidade invejável e, ao mesmo tempo, parecendo ter uma biblioteca dentro, As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia, finalista do Prémio LeYa em 2013, é um romance de formação tão enternecedor como Cinema Paraíso, só que com livros em vez de filmes.António Tavares formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. É professor do ensino secundário e, actualmente, exerce o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Escreveu peças para teatro ? Trilogia da Arte de Matar, Gémeos 6, O Menino Rei ?, estudos e ensaios ? Luís Cajão, o Homem e o Escritor; Manuel Fernandes Thomás e a Liberdade de Imprensa; Arquétipos e Mitos da Psicologia Social Figueirense; Redondo Júnior e o Teatro ? entre outros. Foi jornalista, fundador e director do periódico regional A Linha do Oeste. Fundou e coordenou a revista de estudos Litorais. Como romancista, obteve uma menção honrosa no prémio Alves Redol, atribuída em 2013 pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao romance O Tempo Adormeceu sob o Sol da Tarde, ainda no prelo, e foi finalista do Prémio Leya 2013.Ver por dentro: -
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Na Balança do Tempo da Política - Liberdade e Social-DemocraciaA balança do tempo da política – liberdade e social-democracia é o resultado de muitas reflexões sobre a vida dos partidos políticos e o seu modo de atuação. Nas páginas dos jornais com artigos de opinião ou através de intervenções públicas é uma constante a ideia de trazer para a reflexão pública contributos para a melhoria do funcionamento, em Portugal, da democracia partidária. Evidentemente que é em volta do Partido Social Democrata (PSD) que essa reflexão ganha uma maior dimensão. Em tempos de crise dos sistemas partidários tradicionais e de reforço de ideias populistas e nacionalistas pretendeu-se deixar uma mensagem de confiança na reforma do sistema politico português e no contributo decisivo de um dos seus partidos políticos fundadores.
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NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira