Assim e Assado - Textos sobre estética da arte
No presente volume são reunidos textos de Nuno Higino sobre estética da arte. São textos que foram escritos nos últimos 15 anos para catálogos, conferências, jornais... Dois deles são originais.
O livro divide-se em 7 secções: 1. Sobre Álvaro Siza; 2. Outros textos sobre arquitectura; 3. Sobre José Rodrigues; 4. Sobre Alberto Péssimo; 5. Outros textos sobre pintura, escultura e desenho; 6. Textos sobre escritores e literatura; 7. Outros textos.
Na introdução, o autor diz que alguns textos deste volume são assim-assim, outros são assado; outros assim e assado. Uns são assim porque não os pôde escrever assado, outros são assado porque não os pôde escrever assim.
Como o próprio autor refere, esta retórica do assim e assado foi-lhe sugerida pela conhecida resposta dada por João César Monteiro quando lhe perguntaram (depois da estreia do filme 'Branca de Neve') porque fez um filme assim? Ele respondeu, como é conhecido: ' fi-lo assim porque não o pude fazer assado'...
Não se trata de crítica da arte mas de estética da arte, reflexões inspiradas nos próprios objectos estéticos e nos sentimentos que eles causaram no autor.
| Editora | Letras & Coisas |
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| Editora | Letras & Coisas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nuno Higino |
(Felgueiras, 1960) é licenciado em Teologia e Filosofia e doutorado em Filosofia Estética pela Universidade Complutense de Madrid. É professor de Estética e História da Arte na Universidade Fernando Pessoa, responsável editorial da Letras e Coisas e programador na Casa das Artes de Felgueiras.
É autor de cerca de 30 títulos para a infância, entre os quais, já contando o presente título, 7 de poesia. Entre eles, podem citar-se: A Rainha do País dos Frutos (Cenateca), O crescer das Árvores (Campo das Letras), Onde dormem os pássaros? (Caminho), Versos Diversos (Trinta por uma Linha), A Noite das Três Luas. A vida Nuno Álvares Pereira (Paulinas), A Maçã Vermelha. Viagem à infância de Sophia (Letras e Coisas), A Trote e a Galope (Letras e Coisas).
Tem também publicações na área da poesia (8 títulos) e na área do ensaio (4 títulos).
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A Trote e a Galope: poesia para a infânciaNo presente volume é reunida a poesia para a infância de Nuno Higino. Desde o primeiro livro, O menino que namorava paisagens e outros poemas (Campo das Letras, 2001), passando por Versos Diversos (Trinta por uma Linha, 2008), Criança todos os dias (Letras e Coisas, 2011) e Daqui e do mar eu vou-te contar (Letras e Coisas, 2013). Ficou de fora Todos os cavalos e mais sete (Cenateca, 2003 e Nota de Rodapé, 2015) cujas magníficas ilustrações de Álvaro Siza exigem que continue e a ser editado à parte.Para além de reunir os títulos referidos, a presente edição comporta ainda poemas ou pequenos núcleos de poemas editados em colectâneas e ainda vários inéditos entre os quais um conjunto intitulado Versos a trote e a galope que acabou por dar título ao conjunto da obra.Destacam-se as gravuras de Alberto Péssimo que servem de ilustração, mas são muito mais do que isso. Cada uma delas foi impressa várias vezes e com variantes de cor, o que confere ao livro originalidade e mestria. José Miguel Reis foi o responsável pelo design, num registo simples, limpo, e, ao mesmo tempo, atraente, a requerer os olhos e as mãos. -
Casulas SizaÁlvaro Siza desenhou um conjunto de 6 casulas, segundo as cores litúrgicas (branco, verde, vermelho, roxo, cor-de-rosa e azul), com as respectivas estolas. Um desses conjuntos será exposto nos museus do Vaticano. Trata-se de 12 conjuntos, numerados e assinados pelo autor e embalados numa caixa de madeira também desenhada por Álvaro Siza. Posteriormente, foram feitos mais 2 conjuntos, a título de Provas de Autor, um que se encontra no arquivo de Álvaro Siza e outro no da Letras e Coisas, empresa promotora da iniciativa.Não foi fácil Siza aceitar a encomenda destas casulas. Elas têm uma função dentro da liturgia e, ao longo da história, muitos modelos foram desenhados. Mais modernamente é impossível ‘passar por cima’ dos paramentos desenhados por Matisse. Álvaro Siza é porventura o primeiro grande artista contemporâneo a conceber um conjunto de casulas e a não ter medo de arriscar e de enfrentar quase vinte séculos de tradição. Um dos conjuntos foi oferecido pela Letras e Coisas à Presidência da República Portuguesa. Na sua primeira visita oficial, o Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ofereceu-o ao Papa Francisco. -
O Vazio do MundoNuno Higino editou o seu primeiro título de poesia em 2000. Este é o sexto título de poesia que publica. 'O VAZIO DO MUNDO' é constituído por 49 poemas todos relativamente curtos (o mais curto tem 5 versos, o mais compridos tem 14). Como acontece em relação aos títulos anteriores, também neste não há propriamente uma continuidade, mas sim a procura de uma nova forma de expressão poética. O autor confessa que estes poemas foram escritos durante um período de cerca de 2 anos, em que leu compulsivamente António Lobo Antunes, pelo que eles carregarão as marcas desse facto. São poemas pouco circunstanciados, sobretudo temporalmente falando, daí o uso insistente dos infinitivos. E alimentam um mistério poético que se expressa em perguntas frequentes, perguntas essenciais, como por exemplo: 'correm atrás de quê as nuvens?'; 'As árvores sabem repartir o sol e a sombra pelas folhas: quem lhes ensinou a justiça?'; 'de que falam os pássaros?'Poesia contida, mas com uma grande dinâmica hermenêutica e uma frescura colhida nas coisas mais comuns e quotidianas da realidade. -
Alvaro Siza - Desenhar a HospitalidadeO presente texto, retirado, em boa parte, duma investigação de doutoramento apresentada na Faculdade de Filosofia da Universidade Complutense de Madrid em 2007, ensaia uma operação de transplante: toma o conceito de hospitalidade, geralmente associado ao terreno do ético, do político e do jurídico, e transfere-o para o campo do estético e, em particular, da criação artística. Guiado pelo estilo desconstrutivo de Jacques Derrida (1930-2004) faz anotações sobre a forma como reage a hospitalidade a este transplante. Não se trata dum exercício abstracto, pois é aplicado a um caso concreto: os desenhos de Álvaro Siza. Reflecte também sobre as questões prévias e de fundamentação: haverá alguma forma de legitimidade que suporte a deslocação dos marcos que delimitam os territórios do saber? Poderá o estético receber pacificamente e suportar a intromissão de um estranho no seu território? -
Águas de InfânciaEste livro tem 22 poemas e é o sexto de Nuno Higino com poemas para a infância. Tal como nos anteriores, o autor é devedor do ambiente rural em que nasceu. Pássaros, formigas, mosquitos, gatos, bois e burros; água, rios, pedras, árvores, jardins; mas também poemas sobre a arte, as bibliotecas, as viagens. Poemas em geral de verso curto, a maioria com rima, mas também alguns em verso livre. Todo este ambiente é magnificamente ilustrado por Joana Antunes, que se estreia na ilustração para a infância. Todas as ilustrações foram feitas sobre suporte digital, um meio que a pintora domina como poucos. -
Onde Dormem Os Pássaros?Sempre teve o dom de se transformar em formas diferentes e estranhas em relação às anteriores. Não sabia explicar como era possível tal coisa e muito menos quem fazia com que isso acontecesse. Algumas vezes pensava nas fadas das histórias fantásticas, mas não tinha razões para acreditar nelas. Agora era pássaro, ponto final. -
O Livro de Benício - Poesia para a InfânciaEste é um livro muito especial. Nasceu sem estar previsto e em tempo recorde. Benício é um menino de 7 anos, filho de pais brasileiros que recentemente chegaram a Portugal. Tem uma doença visual degenerativa. Neste momento tem apenas 10% da visão. A mãe, estudante de Belas Artes no Porto, e que para poder dar mais apoio ao filho suspendeu o curso, gostava de oferecer-lhe um livro ilustrado por si. A ideia correu depressa e depressa foi passada à prática. Em cerca de 2 meses o livro foi produzido. Nuno Higino 'emprestou' os 12 poemas que o compõem e que tinha em arquivo, à espera da sua oportunidade...Após alguns ajustes, entregou-os à Kassandra (a mãe de Benício) para os ilustrar. O resultado é este magnífico livro que representa um carinho infinito pelo Benício e, nele, por todos os meninos marcados desta forma tão injusta pelo destino. -
Histórias de NatalA Letras e Coisas vai reunir em vários volumes a obra para a infância de Nuno Higino. O volume I reúne sete histórias de Natal, escritas entre 1993 e 2013. Aparecem agrupadas em duas secções: Os animais do presépio (4 histórias muito curtas cujos personagens são a ovelha, o burro, o boi e o caracol) e Outros personagens do Presépio (3 histórias mais longas, e as mais antigas, que já tinham sido editadas em A mais alta estrela. São histórias com uma grande densidade poética e uma cuidada concisão linguística. -
O Cavalo que Engoliu o Sol - Histórias da vida de S. PauloPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com temas religiosos nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade. -
PharmaciaEste livro de poesia reúne poemas de várias épocas. Está dividido em 7 secções, tendo cada uma delas um nome associado ao imaginário farmacêutico: Bula, Injetável, Vias Aéreas Superiores, Largo Espectro, Retroviral, Toma Diária, Pírolas. Uma parte deste poemas já tinha sido dada a conhecer em diversas publicações, normalmente em folhetos, jornais, coletâneas, etc. A sua reunião num volume único resultou num tecido bastante consistente, apesar duma linguagem poética diversa e pouco homogénea. Essa é uma opção do autor que se percebe nos vários títulos publicados desde o ano 2000, ano do seu primeiro livro poesia 'No silêncio da Terra' (Campo das Letras). A grafia Pharmacia é justificada pelo autor por a achar mais bonita do que a atual. O termo pharmakon, em grego, tanto pode designar um remédio como também um veneno. Um pouco como a poesia que, no entendimento do autor, contém substâncias benéficas para a vida das pessoas, mas também substâncias nocivas e que, frequentemente, se colocam fora da lei e contra ela (seja a lei geral, seja a lei moral, seja a lei regional da academia e da gramática). Como se diz num dos poemas deste volume, a poesia abre caminho para logo o apagar.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

