O Vazio do Mundo
Nuno Higino editou o seu primeiro título de poesia em 2000. Este é o sexto título de poesia que publica. 'O VAZIO DO MUNDO' é constituído por 49 poemas todos relativamente curtos (o mais curto tem 5 versos, o mais compridos tem 14). Como acontece em relação aos títulos anteriores, também neste não há propriamente uma continuidade, mas sim a procura de uma nova forma de expressão poética. O autor confessa que estes poemas foram escritos durante um período de cerca de 2 anos, em que leu compulsivamente António Lobo Antunes, pelo que eles carregarão as marcas desse facto. São poemas pouco circunstanciados, sobretudo temporalmente falando, daí o uso insistente dos infinitivos. E alimentam um mistério poético que se expressa em perguntas frequentes, perguntas essenciais, como por exemplo: 'correm atrás de quê as nuvens?'; 'As árvores sabem repartir o sol e a sombra pelas folhas: quem lhes ensinou a justiça?'; 'de que falam os pássaros?'
Poesia contida, mas com uma grande dinâmica hermenêutica e uma frescura colhida nas coisas mais comuns e quotidianas da realidade.
| Editora | Letras & Coisas |
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| Editora | Letras & Coisas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nuno Higino |
(Felgueiras, 1960) é licenciado em Teologia e Filosofia e doutorado em Filosofia Estética pela Universidade Complutense de Madrid. É professor de Estética e História da Arte na Universidade Fernando Pessoa, responsável editorial da Letras e Coisas e programador na Casa das Artes de Felgueiras.
É autor de cerca de 30 títulos para a infância, entre os quais, já contando o presente título, 7 de poesia. Entre eles, podem citar-se: A Rainha do País dos Frutos (Cenateca), O crescer das Árvores (Campo das Letras), Onde dormem os pássaros? (Caminho), Versos Diversos (Trinta por uma Linha), A Noite das Três Luas. A vida Nuno Álvares Pereira (Paulinas), A Maçã Vermelha. Viagem à infância de Sophia (Letras e Coisas), A Trote e a Galope (Letras e Coisas).
Tem também publicações na área da poesia (8 títulos) e na área do ensaio (4 títulos).
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A Trote e a Galope: poesia para a infânciaNo presente volume é reunida a poesia para a infância de Nuno Higino. Desde o primeiro livro, O menino que namorava paisagens e outros poemas (Campo das Letras, 2001), passando por Versos Diversos (Trinta por uma Linha, 2008), Criança todos os dias (Letras e Coisas, 2011) e Daqui e do mar eu vou-te contar (Letras e Coisas, 2013). Ficou de fora Todos os cavalos e mais sete (Cenateca, 2003 e Nota de Rodapé, 2015) cujas magníficas ilustrações de Álvaro Siza exigem que continue e a ser editado à parte.Para além de reunir os títulos referidos, a presente edição comporta ainda poemas ou pequenos núcleos de poemas editados em colectâneas e ainda vários inéditos entre os quais um conjunto intitulado Versos a trote e a galope que acabou por dar título ao conjunto da obra.Destacam-se as gravuras de Alberto Péssimo que servem de ilustração, mas são muito mais do que isso. Cada uma delas foi impressa várias vezes e com variantes de cor, o que confere ao livro originalidade e mestria. José Miguel Reis foi o responsável pelo design, num registo simples, limpo, e, ao mesmo tempo, atraente, a requerer os olhos e as mãos. -
Casulas SizaÁlvaro Siza desenhou um conjunto de 6 casulas, segundo as cores litúrgicas (branco, verde, vermelho, roxo, cor-de-rosa e azul), com as respectivas estolas. Um desses conjuntos será exposto nos museus do Vaticano. Trata-se de 12 conjuntos, numerados e assinados pelo autor e embalados numa caixa de madeira também desenhada por Álvaro Siza. Posteriormente, foram feitos mais 2 conjuntos, a título de Provas de Autor, um que se encontra no arquivo de Álvaro Siza e outro no da Letras e Coisas, empresa promotora da iniciativa.Não foi fácil Siza aceitar a encomenda destas casulas. Elas têm uma função dentro da liturgia e, ao longo da história, muitos modelos foram desenhados. Mais modernamente é impossível ‘passar por cima’ dos paramentos desenhados por Matisse. Álvaro Siza é porventura o primeiro grande artista contemporâneo a conceber um conjunto de casulas e a não ter medo de arriscar e de enfrentar quase vinte séculos de tradição. Um dos conjuntos foi oferecido pela Letras e Coisas à Presidência da República Portuguesa. Na sua primeira visita oficial, o Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ofereceu-o ao Papa Francisco. -
Assim e Assado - Textos sobre estética da arteNo presente volume são reunidos textos de Nuno Higino sobre estética da arte. São textos que foram escritos nos últimos 15 anos para catálogos, conferências, jornais... Dois deles são originais. O livro divide-se em 7 secções: 1. Sobre Álvaro Siza; 2. Outros textos sobre arquitectura; 3. Sobre José Rodrigues; 4. Sobre Alberto Péssimo; 5. Outros textos sobre pintura, escultura e desenho; 6. Textos sobre escritores e literatura; 7. Outros textos. Na introdução, o autor diz que alguns textos deste volume são assim-assim, outros são assado; outros assim e assado. Uns são assim porque não os pôde escrever assado, outros são assado porque não os pôde escrever assim.Como o próprio autor refere, esta retórica do assim e assado foi-lhe sugerida pela conhecida resposta dada por João César Monteiro quando lhe perguntaram (depois da estreia do filme 'Branca de Neve') porque fez um filme assim? Ele respondeu, como é conhecido: ' fi-lo assim porque não o pude fazer assado'...Não se trata de crítica da arte mas de estética da arte, reflexões inspiradas nos próprios objectos estéticos e nos sentimentos que eles causaram no autor. -
Alvaro Siza - Desenhar a HospitalidadeO presente texto, retirado, em boa parte, duma investigação de doutoramento apresentada na Faculdade de Filosofia da Universidade Complutense de Madrid em 2007, ensaia uma operação de transplante: toma o conceito de hospitalidade, geralmente associado ao terreno do ético, do político e do jurídico, e transfere-o para o campo do estético e, em particular, da criação artística. Guiado pelo estilo desconstrutivo de Jacques Derrida (1930-2004) faz anotações sobre a forma como reage a hospitalidade a este transplante. Não se trata dum exercício abstracto, pois é aplicado a um caso concreto: os desenhos de Álvaro Siza. Reflecte também sobre as questões prévias e de fundamentação: haverá alguma forma de legitimidade que suporte a deslocação dos marcos que delimitam os territórios do saber? Poderá o estético receber pacificamente e suportar a intromissão de um estranho no seu território? -
Águas de InfânciaEste livro tem 22 poemas e é o sexto de Nuno Higino com poemas para a infância. Tal como nos anteriores, o autor é devedor do ambiente rural em que nasceu. Pássaros, formigas, mosquitos, gatos, bois e burros; água, rios, pedras, árvores, jardins; mas também poemas sobre a arte, as bibliotecas, as viagens. Poemas em geral de verso curto, a maioria com rima, mas também alguns em verso livre. Todo este ambiente é magnificamente ilustrado por Joana Antunes, que se estreia na ilustração para a infância. Todas as ilustrações foram feitas sobre suporte digital, um meio que a pintora domina como poucos. -
Onde Dormem Os Pássaros?Sempre teve o dom de se transformar em formas diferentes e estranhas em relação às anteriores. Não sabia explicar como era possível tal coisa e muito menos quem fazia com que isso acontecesse. Algumas vezes pensava nas fadas das histórias fantásticas, mas não tinha razões para acreditar nelas. Agora era pássaro, ponto final. -
O Livro de Benício - Poesia para a InfânciaEste é um livro muito especial. Nasceu sem estar previsto e em tempo recorde. Benício é um menino de 7 anos, filho de pais brasileiros que recentemente chegaram a Portugal. Tem uma doença visual degenerativa. Neste momento tem apenas 10% da visão. A mãe, estudante de Belas Artes no Porto, e que para poder dar mais apoio ao filho suspendeu o curso, gostava de oferecer-lhe um livro ilustrado por si. A ideia correu depressa e depressa foi passada à prática. Em cerca de 2 meses o livro foi produzido. Nuno Higino 'emprestou' os 12 poemas que o compõem e que tinha em arquivo, à espera da sua oportunidade...Após alguns ajustes, entregou-os à Kassandra (a mãe de Benício) para os ilustrar. O resultado é este magnífico livro que representa um carinho infinito pelo Benício e, nele, por todos os meninos marcados desta forma tão injusta pelo destino. -
Histórias de NatalA Letras e Coisas vai reunir em vários volumes a obra para a infância de Nuno Higino. O volume I reúne sete histórias de Natal, escritas entre 1993 e 2013. Aparecem agrupadas em duas secções: Os animais do presépio (4 histórias muito curtas cujos personagens são a ovelha, o burro, o boi e o caracol) e Outros personagens do Presépio (3 histórias mais longas, e as mais antigas, que já tinham sido editadas em A mais alta estrela. São histórias com uma grande densidade poética e uma cuidada concisão linguística. -
O Cavalo que Engoliu o Sol - Histórias da vida de S. PauloPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com temas religiosos nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade. -
PharmaciaEste livro de poesia reúne poemas de várias épocas. Está dividido em 7 secções, tendo cada uma delas um nome associado ao imaginário farmacêutico: Bula, Injetável, Vias Aéreas Superiores, Largo Espectro, Retroviral, Toma Diária, Pírolas. Uma parte deste poemas já tinha sido dada a conhecer em diversas publicações, normalmente em folhetos, jornais, coletâneas, etc. A sua reunião num volume único resultou num tecido bastante consistente, apesar duma linguagem poética diversa e pouco homogénea. Essa é uma opção do autor que se percebe nos vários títulos publicados desde o ano 2000, ano do seu primeiro livro poesia 'No silêncio da Terra' (Campo das Letras). A grafia Pharmacia é justificada pelo autor por a achar mais bonita do que a atual. O termo pharmakon, em grego, tanto pode designar um remédio como também um veneno. Um pouco como a poesia que, no entendimento do autor, contém substâncias benéficas para a vida das pessoas, mas também substâncias nocivas e que, frequentemente, se colocam fora da lei e contra ela (seja a lei geral, seja a lei moral, seja a lei regional da academia e da gramática). Como se diz num dos poemas deste volume, a poesia abre caminho para logo o apagar.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira