Cartas de Cabul
Escrever é sempre expor-se [ ] O que se é, o que se vive, o que se sente, o que se pensa e para este desnudar há, muitas vezes, acanhamento (que vai das omissões à inibição de escrever). Felizmente, para nós, este não foi o caso do autor das Cartas de Cabul. A vontade de contactar, de dar a conhecer, de partilhar; a aptidão didáctica que está sempre presente nos seus escritos; o desejo de dizer o que fazemos e o que fazemos bem levou-o a contar-nos (com as restrições que as operações e o senso exigem) o que ali viveu. Fá-lo com naturalidade, com simplicidade, diz-nos da sua admiração, compara experiências, olha para nós de lá, mostra a sua maneira de sentir, as suas dúvidas, a sua esperança.
| Editora | Tribuna da História |
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| Editora | Tribuna da História |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nuno Lemos Pires |
Nasceu em Lisboa, Portugal, terminou a Academia Militar (AM) em 1988, e é, atualmente, Brigadeiro-general do Exército/Operações Especiais.
Participou em várias missões internacionais, destacando-se, Moçambique (1995-1996 e 2021-2022), Angola (2000 e 2001), Espanha (2002-2005), Paquistão (2005) e Afeganistão (2009-2010).
No âmbito nacional, e de entre as inúmeras funções que desempenhou, destacam-se as de: instrução e comando na Escola Prática de Infantaria; Professor de Estratégia e História Militar no Instituto de Altos Estudos Militares; Chefe de Gabinete do Almirante Comandante na NATO Joint Command Lisbon;
Comandante do 2.º Batalhão de Infantaria Mecanizada, na Brigada Mecanizada em Santa Margarida; Professor de História Militar e Relações Internacionais na AM; Diretor de Formação na Escola das Armas, em Mafra; de Comandante do Corpo de Alunos e do Quartel da Amadora na AM.
Desempenhou, igualmente, as funções de Subdiretor-geral de Política de Defesa Nacional e Coordenador do Centro do Atlântico, e, novamente em contexto internacional, foi Comandante da Força da Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM – Moz), de setembro de 2021 a setembro de 2022 (período onde escreveu o livro que é agora levado à estampa), Atualmente é 2.º Comandante e Diretor de Ensino na AM.
O autor é doutorado em História, Defesa e Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL (com AM), tem 11 livros publicados e mais de 120 capítulos ou artigos em livros e publicações variadas, sobre temas relacionados com História Militar, Relações Internacionais, Segurança e Defesa, Estratégia e Terrorismo, e colabora frequentemente com diversas Universidades e Institutos, militares e civis, nacionais e internacionais, como palestrante e conferencista.
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Resposta ao Jiadismo RadicalO grande mérito do livro de Nuno Lemos Pires é que nos aponta para o bom caminho no combate ao terrorismo. Primeiro, entender o fenómeno, na sua raiz histórica e desenvolvimentos recentes, acompanhando o percurso secular da sua evolução no mundo islâmico. Segundo, entender que o terrorismo não passa de uma manifestação pervertida e radical da mesma crise de grande envergadura que abarca igualmente o Ocidente, o que é comprovado pelo facto de alguns atos terroristas, como os ocorridos na Noruega há anos, terem uma origem geográfica europeia. Terceiro, entender que a solução tem de ser lenta e progressiva, não havendo respostas instantâneas. Quarto, entender que a solução não passa necessariamente pelo apoio aos líderes e sistemas tradicionais, porque o terrorismo muitas vezes resulta justamente da crise profunda do sistema tradicional, da forma como as populações se afastam dele. Quinto, entender que o combate ao terrorismo pode passar pelo apoio a líderes que têm modelos de governação diferentes dos europeus e dos ocidentais, mas adaptados à sua realidade concreta. Sexto, entender que, embora o terrorismo exija uma solução de curto prazo em termos da mudança dos sistemas de defesa e segurança, esta não pode pôr em causa os princípios básicos das sociedades europeias, a sua matriz democrática. Sétimo, realçar que a resposta tem de ser global e abrangente, o que passa efetivamente pelo desenvolvimento de uma verdadeira estratégia europeia e não da colagem de banalidades que normalmente recebe esse nome. -
Civilização Quântica - Um caminho possível para tempos incertosUma civilização quântica é uma sociedade resiliente, que só se consegue com a inclusão, em simultâneo, de tecnologia que o permita e de pessoas que o entendam. Necessita de um sistema computacional que, juntando inteligência artificial e Big-Data, permita obter uma rede de informações sobre o que temos, o que nos está a falhar, o que não pode falhar e as interconexões entre todos os sistemas que alimentam uma sociedade, da energia aos alimentos e da medicina ao bem-estar social. Precisamos de contar com o melhor da tecnologia, mas, também se se pretender que funcione efetivamente, com a presença, em permanência, de uma consiciência humana que enforme os dados recolhidos e os alertas emitidos. Além dos 0 e 1 (ou a combinação simultânea de ambos na computação quântica), precisamos de atitude, consciência e, acima de tudo, de sentido. Somos nós, seres humanos, que estabelecemos metas e sentido para o que queremos da vida, e, por mais que algumas máquinas nos ajudem a pensar, serão os nossos sonhos e cogitos que nos darão os mapas da nossa evolução quântica. -
Cartas do ÍndicoAs Cartas do Índico são um testemunho pessoal, um relato do comandante da primeira missão da União Europeia em Moçambique. Além de espelharem a paixão do autor pelas terras moçambicanas, são também uma profunda, e em vários momentos inusitada, reflexão para combater o terrorismo, aliada a uma narrativa clara de esperança e de profundo respeito pelo(s) povo(s) sofredor(es) da região de Cabo Delgado. É um livro escrito para todos os que se preocupam com a condição humana, e é, também, um ensaio para todos aqueles, desde académicos e investigadores a curiosos, que se interessam por assuntos africanos.Um livro que narra, frequentemente na primeira pessoa, o “dia/semana a dia/semana” de uma missão que contou com a participação de militares e civis provenientes de 12 países da União Europeia (EU), ainda que na sua maioria fossem portugueses, e que, pelo caráter inovador e colaborativo como foi desenvolvida, permitiu que civis e militares, da UE, e de outros países aliados de Moçambique, tenham conseguido construir um projeto de paz e de esperança, que junta desenvolvimento e segurança, destinado a edificar um melhor futuro para o povo de Moçambique. -
Os ResistentesUm livro profundamente humanista e surpreendente, escrito por um militar com larga experiência no terreno e conhecedor dos conflitos que grassam pelo mundo.Testemunha direta do sofrimento causado pela guerra, mas também da capacidade de abnegação do ser humano em situações-limite, o major-general Nuno Lemos Pires recorre a vários exemplos ao longo da História – desde as guerras púnicas aos conflitos mundiais do século XX, passando pelas invasões napoleónicas e por casos bem recentes de resistência, como os de Timor e da Ucrânia – para realçar as principais caraterísticas dos combatentes mais inconformados e estabelecer pontos em comum entre os homens e as mulheres que, ontem como hoje, se rebelaram contra o avanço dos invasores.Uma reflexão envolvente sobre o poder galvanizador das ideias de nação, de comunidade e de família, enquanto valores defendidos pelos resistentes até às últimas consequências e, em simultâneo, um manifesto contra a indiferença generalizada pelos dramas vividos em guerras distantes. -
Segurança e Defesa N.º 46Entrevista: “Portugal não só não é periférico como, neste momento, centralizou-se” NUNO LEMOS PIRES Entrevista: “Ser Militar e a Missão Portugal” MIGUEL GUIMARÃES Breve Análise dos Conflitos na Ucrânia e Palestina AGOSTINHO COSTAALMOÇO-TERTÚLIA OSCOT/SEGURANÇA E DEFESA Chefe do Estado Maior da Força Aérea DDR não é a garantia da paz, mas um meio para o seu alcance.ADRIANO NUVUNGARiscos e regulação baseada em risco. Alguns apontamentosMANUEL PEDROSA DE BARROS Avaliação e Segurança de equipamentos 5G em Portugal GUILHERME AZEVEDO D. JOÃO II, Um plano político e a grande estratégia para o despertar de um Império. Mito ou realidade ANTÓNIO FREITAS A Lei de Programação Militar e a Economia de Defesa LUÍS VALENÇA PINTO COVID-19, Graal policialPEDRO CLEMENTE Ciberterrorismo: A Ameaça do Século XXI e a Necessidade de Segurança Digital PEDRO LÊDO
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História dos Média na Europa«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.» -
História da ArteA história da Arte é, em simultâneo, autónoma e parte integrante da História, da Cultura e da Civilização. Esta obra confirma-o e, de modo sucinto, traça um panorama da sua evolução desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias. -
Media e Jornalismo em Tempos de Ditadura -Censura, Repressão e ResistênciaO livro reúne textos de 11 investigadores portugueses e espanhóis sobre a instrumentalização dos media durante o Estado Novo e o Franquismo e as formas de resistência à censura e à repressão. A obra surge na sequência do II Seminário da História da Comunicação da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, realizada, em Novembro de 2022, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Alguns dos textos que agora se publicam foram apresentados neste encontro científico. Segundo os coordenadores do livro, há um denominador comum a todos os textos: «a necessidade que as ditaduras têm de vedar o acesso do povo à verdade incómoda ou inconveniente. Por isso, silenciaram-se certas pessoas, assuntos e factos, enquanto se deu relevo e importância a outros». -
25 de Abril: A Transformação nos «Media»Uma obra que mantém vivo o legado de Mário Mesquita e que o autor desejava ter publicado em vida, provando que a forma como pensou e discutiu o jornalismo num momento fundador e de viragem como foi o período de 1974-1975 mantém uma admirável actualidade. «Mário Mesquita desenvolveu, de forma sistemática e coerente, actividades que visavam o bemcomum e incentivavam uma democracia aberta — na política, no jornalismo de informação, na actividade académico-universitária e na escrita — com o objectivo de realizar o seu ideal de sempre: o da Liberdade.» António Ramalho Eanes «Jornalista e académico, MárioMesquita procurava em cada trabalho o difícil equilíbrio entre o rigor da contextualização e o prazer da boa história. Isso fazia de qualquer conversa sobre o jornal uma oportunidade de reflexão profissional, tantas vezes em falta na lufa-lufa das redacções.» Diana Andringa «Com o Mário Mesquita estamosperante alguém que decidiu ser jornalista para compreender melhor o mundo, e que resolveu estudar os media para se conhecer ainda melhor a si próprio.» Jaime Gama «Recordo o Mário Mesquita como um homem de pensamento que não desprezava a acção. Inteligente e culto. Um espírito livre, um bom cidadão, um amigo confiável. Liberdade e Solidariedade foram os grandes valores da sua vida. Faz-nos falta!» Maria Antónia Palla -
Homo Spectator: Ver, Fazer Ver«É a barbárie que ameaça um mundo sem espectador.»"Homo Spectator" reflecte sobre a construção histórica da figura do espectador, desde as cavernas paleolíticas às tecnologias digitais. Este percurso interroga as várias relações, de opressão e de liberdade, de medo e de gozo, que se estabelecem entre humanos e imagens, para ensaiar uma resposta à inquietante pergunta: como preservar a nossa liberdade crítica perante a disseminação das imagens? -
Ainda Bem Que Me PerguntaAinda Bem Que Me Pergunta, trata-se do primeiro manual de escrita jornalística, editado em Portugal, de um autor português, para o público português. Como escrever com clareza e rigor semântico? Como estruturar uma notícia, uma reportagem, uma entrevista? Como elaborar os respectivos títulos? Como evitar as «armadilhas» ortográficas e gramaticais? -
Desinformação Online - O impacto da Propaganda ParticipativaA desinformação é hoje prevalecente no ambiente digital, onde a informação circula a alta velocidade. Servindo-se de técnicas clássicas de propaganda, a desinformação conta com a colaboração de cidadãos anónimos que partilham conteúdos online sem antes avaliarem a veracidade dessa mesma informação. O presente livro mostra como este fenómeno constitui uma ameaça à democracia e como pode ser combatido através do investimento em literacia mediática e digital. -
Temas Arquivísticos - Entre a Tradição e a MudançaUm convite à reflexão do lugar da Arquivística hoje, contrariando as vozes que afirmam que tenha adormecido permanentemente na Modernidade, face à emergência do pensamento pós-moderno, onde a ciência da informação radica a sua identidade, sem que a pós-modernidade seja, também ela, parte da seiva que corre nas veias dos autores dos estudos arquivísticos, que, por consequência, escorre para as suas páginas. Um convite, ainda, a repensar a valorização dos estudos arquivísticos na atualidade, relegados, em muitos fora, à sua tecnicidade, considerados despidos de qualquer roupagem teórica, como se os arquivos não constituíssem, per se, um campo de estudo científico. Um campo sobre o qual se constrói conhecimento continuamente, refletido por cientistas e comunidades de prática, que, como tal, acompanha a própria evolução da ciência e o devir social.[CARLOS GUARDADO DA SILVA]